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Dinheiro ou cartão de crédito

Sabe como a gente se sente na Câmara? É mais ou menos como ir às compras com cartão de crédito ou com dinheiro. Com dinheiro, você gasta menos, porque vê o quanto está gastando; já com o cartão de crédito, você não sente (só quando vem a fatura, e ai se arrepende imensamente do quanto gastou, né?). No Congresso, é a mesma coisa: você vota no apertar de um botão. As pessoas não têm noção do que aquele botão representa. O botão é o cartão de crédito. Dias desses, entraram duas emendas na lei das domésticas. Uma falava sobre o percentual do empregador e a outra, sobre o percentual de dedução no IR do custo com o empregado doméstico. Eu achei ambas muito interessantes, conversei com o nosso bloco e votamos ‘sim’, mas parte do plenário apertou o botão sem ter conhecimento exato do que se tratava. É muito nítida a despreocupação de vários com o que está sendo votado, o desinteresse em aprofundar o tema, em debater. Isso me deixa muito triste, porque apertar o botão pode parecer um gesto simples, sem consequência na hora, mas a fatura desse gesto vai chegar. E ai, vai adiantar se arrepender depois?

Vida fácil, né?

Calhamaço de projetos em votação em um dia

Esse é o calhamaço de projetos em votação que a gente tem de ler para votação

Olha o calhamaço que tenho em mãos. É a quantidade de coisas que a gente tem de ler para votação no dia. E eu faço questão de ler tudo, mas tudo mesmo, que é para votar tendo amplo e total conhecimento do que se trata e, com isso, ter certeza do voto que vou dar. Fosse esse o único compromisso do dia, mas, que nada: além das votações, há ainda as reuniões das comissões, o atendimento em gabinete, os compromissos agendados, fora outras agendas que surgem a cada momento e que é muito importante estar presente. E há quem diga que vida de parlamentar é fácil, né?

A 1ª vez, a gente nunca esquece

Foi demais! Presidi a sessão da comissão especial da Reforma Política. O presidente Rodrigo Maia precisou se ausentar no meio da reunião e me chamou para ocupar seu lugar. Minha primeira experiência. Foi muito legal, admito que fiquei totalmente perdida (afinal, foi a primeira vez, né?), mas deu tudo certo. No fim, teve um requerimento convidando os presidentes nacionais dos partidos para irem lá, obviamente os grandes partidos. Já fiquei brava na hora e comecei minha manifestação para que os pequenos partidos também sejam convidados. No geral, foi ‘ma-ra-vi-lho-so‘ presidir a reunião. Amei!!!

Sim é sim ou sim é não?

Isto aqui é muita confusão. Preciso registrar meu sentimento neste blog (que um dia vai virar livro e, quem sabe, um manual para os futuros novatos do Parlamento). Entra uma emenda pedindo a supressão de um texto que foi aprovado. Ai você não sabe se votar ‘sim’ é votar na manutenção do texto ou se o ‘sim’ é para suprimir, eliminar, o texto. Todo mundo fica perdido, todo mundo falando ao mesmo e ninguém entendendo exatamente o que significa esse ‘sim’. No fim, muita gente acaba votando errado. Afinal, o ‘sim’ é ‘sim’ mesmo ou o ‘sim’ significa ‘não’?  É pra endoidecer!

Ao lado do presidente

Presenciei uma cena muito engraçada agora. Tem um deputado de Belo Horizonte, o Edson Moreira, que é uma figura. Ele é doido, doido, doido (sentido figurado da palavra, é claro). Eu estou aqui sentada, votando requerimento de inversão de pauta no plenário, olho para a Mesa Diretora e ele está lá, sentado ao lado do presidente, Eduardo Cunha. Ele invade a mesa, senta-se à direita do Eduardo Cunha e dá uma de bonzão. É mesmo muito engraçado esse deputado. Vale o registro: o Edson Moreira é o delegado mineiro que prendeu o goleiro Bruno, do Flamengo, condenado pelo assassinato da namorada Eliza Samudio.

 

Deputado Edson Moreira senta na Mesa Direitora, ao lado de Eduardo Cunha

Deputado Edson Moreira senta-se na Mesa Direitora, ao lado de Eduardo Cunha

Meu velhinho caolho

Meu pessoal fica rindo de mim por causa do carro que uso para os deslocamentos em Brasília. Estou sempre pegando carona com meus assessores. Um deles tem um Gol velho, branco (na realidade, amarelado pela ação do tempo) e farol queimado. Quem me conhece sabe que eu não ligo pra esse negócio de automóvel. Quando estamos na chapelaria do Congresso, esperando meu carro sair da garagem, e de lá surgem aqueles carrões importados, todos estilosos, lataria brilhando, cheirinho de novo, minha equipe não se segura e cai na gargalhada. É que no meio desse desfile de ‘máquinas’, surge o meu Golzinho, velhinho e caolho.

Desistiu do desafio

Meu marido, Gabriel Melo, vinha reclamando demais que eu não atendia seus telefonemas e não retornava suas ligações. Carente, chegou a dizer que eu o estava abandonando (snif, snif). Então, lhe fiz um desafio: passar esta semana comigo no Congresso. Conclusão: ele desistiu já na segunda sessão. Hahahaha. Não aguentou. Jogou a toalha. Viu que, realmente, não tem como atender o telefone.  O ritmo aqui é mesmo alucinante e enlouquecedor!

Olha a carinha dele, a meu lado, durante a sessão: cansadíssimo

Olha a carinha dele, ao meu lado, durante a sessão: cansadíssimo

“Isso aqui é insano”

Parafraseando minha amiga deputada Christiane Yared: “Isso aqui é insano”. Hahahaha! Termina uma votação, ai você tenta ir almoçar, alguém te chama, vai ter audiência, marcaram sessão, agendaram reunião. E você descobre tudo isso na hora, é um atrás do outro. Realmente, é uma loucura!

De segunda à segunda

E há quem diga que deputado não trabalha, ou que trabalha só três dias por semana. Preconceito ou desconhecimento? As pessoas julgam sem saber. No Congresso, a jornada começa cedinho e só termina altas horas da noite. Têm reuniões a todo instante e sessões sem hora pra acabar às terças, quartas e quintas-feiras. Nos outros dias, o ritmo não diminui, não, porque é preciso trabalhar em sua base eleitoral, no seu Estado de origem. Neste último fim de semana, voltei pra casa na quinta à noite e meus filhos já estavam dormindo. Passei sábado e domingo inteiros nas comunidades de São Paulo, debaixo de chuva, entregando flores às moradoras pelo Dia Internacional da Mulher e tomando conhecimento das necessidades de infraestrutura dessas localidades. Sexta, sem respiro, foi reunião atrás de reunião. Tenho mais de 100 pedidos de agenda. O mesmo se repetiu na segunda-feira. Ainda à noite, participei de sessão solene na Freguesia do Ó e em seguida fui receber uma homenagem no Rotary. No dia seguinte, no primeiro voo, embarquei pra Brasília. Cheguei em casa com meus filhos dormindo e fui embora, com eles dormindo. Se isso não é trabalhar, o que é trabalhar, então?

Crescendo a cada dia

Que coisa boa! Consegui a titularidade da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e a suplência na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).  As 23 comissões permanentes da Casa têm a finalidade de discutir e votar as propostas de leis, emitindo opinião técnica antes de o assunto ser levado a plenário, ou, em alguns casos, aprovando ou rejeitando sem a necessidade de passar pela Câmara. O legal é que os outros três deputados federais do PTN também estão em comissões igualmente importantes. O Bacelar (BA) é titular na CCJ e suplente na de Educação; a Christiane Yared (PR) conseguiu a titularidade na Seguridade Social e Família e suplência na comissão de Finanças e Tributação; e o Delegado Moreira (MG) é titular na de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e suplente em Minas e Energia. Estou muito feliz com o nosso PTN. A cada dia a gente vem conquistando mais e mais espaço no Congresso, fruto de uma jornada diária exaustiva, é verdade, mas prazerosa, porque o trabalho é feito com afinco e muita dedicação.

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