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Xadrez no escuro

E aqui o clima está pegando fogo, pra variar, né? Gente, se vocês soubessem como são feitos os cálculos de proporcionalidade para a formação dos blocos partidários, ninguém acreditaria na matemática que é feita. Ontem, juro pra vocês, fiquei umas 3 horas fazendo simulação na intranet da Casa. A formação do bloco (união de partidos) muda muita coisa aqui. Muda, por exemplo, um pedido de votação nominal, que só com 30 e poucos deputados pode ser feito, muda a quantidade de destaques a que se tem direito, muda o cargo que se tem na mesa diretora, ou seja, são muitas combinações. xadrez no escuroÉ uma partida de xadrez que se joga no escuro, porque, como disse em post anterior, a política é uma nuvem, a cada hora tem uma forma diferente. Até pouco tempo atrás, a eleição do Rodrigo Maia à presidência da Câmara estava consagrada, mas, aí, se lançaram vários concorrentes avulsos, como Rogério Rosso e Júlio Delgado, desmembrando um pouquinho a disputa, o que acabou fortalecendo a candidatura do Jovair Arantes. Isso mostra como a cada minuto há uma coisa nova surgindo. É impressionante como tudo muda rapidamente por aqui.

A disputa por espaço

mesa diretoraAté ontem havia apenas Rodrigo Maia e Jovair Arantes oficializados como candidatos à presidência da Câmara dos Deputados. Agora, a disputa conta com Rogério Rosso – que semana passada havia anunciado sua desistência, mas que retorna para tentar forçar o segundo turno -, Júlio Delgado e outros (o registro de candidaturas à presidência pode ser feito até as 23h de amanhã-feira). A votação começa quinta-feira, a partir das 9h. É secreta e só pode ser iniciada se houver quórum de 257 deputados em plenário (metade mais um do total de 513 parlamentares). Cada deputado se dirige à cabine e vota, de uma vez, nos 11 cargos em disputa: presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes (clique aqui https://goo.gl/aMORRF para saber a função de cada um). Só para vocês terem uma ideia, o tamanho dos blocos, ou seja, a união dos partidos, é que vai garantir 10 das 11 vagas na mesa diretora. Deixa eu explicar melhor: o presidente da Câmara pode ser de qualquer partido, mas os demais cargos são definidos em reunião de líderes, que acontece amanhã, quando são formados os blocos parlamentares, que, por sua vez, definem os cargos a que têm direito. Assim, o bloco maior pode ficar com a 1ª vice-presidência e a 1ª e 2ª secretaria, por exemplo.

Enfim, uma disputa por espaço, que eu, sinceramente, até hoje não sei pra quê. Eu fujo disso porque suponhamos que pegue a 1ª secretária, as atribuições são praticamente semelhantes às de uma prefeitura. Um trabalho gigantesco. Eu, que ocupo a presidência de um partido, mais o cargo de deputada federal e dou assistência à base eleitoral, não daria conta de desempenhar com esmero o que esse cargo na mesa diretora exige. Quero, isso sim, fazer tramitar minhas coisas, meus projetos, não pegar mais espaço. Muitos brigam por mais espaço, devem ter lá suas razões, mas eu, perfeccionista nata e que me dedico muito para fazer o meu melhor, sou contra ocupar por ocupar.

Divisão proposital? Acho que sim

E o ano legislativo começa em fevereiro já com a eleição do presidente da Câmara. Hoje, basicamente, são três candidatos em disputa pelo cargo: Rodrigo Maia (DEM-RJ), Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO). Quem, de fato, está em campanha é o Maia e o Jovair. Eu sou amiga de todos, aliás, me dou bem com todo mundo na Câmara, porque não sou de bate-boca e nem de intriga, mas muito me estranha o comportamento do Rosso, que não tem feito campanha junto aos deputados. Venho avaliando o cenário e não faz sentido a candidatura do deputado do PSD, até porque o Centrão havia decidido ter candidato único para fazer frente ao Maia. E do nada há essa divisão, tornando-se candidatos Jovair e Rosso. Estranho porque num momento em que precisa de união surge essa divisão. Como não tenho visto o Rosso articulando junto aos demais deputados, suspeito que a divisão foi proposital. Acho que a intenção é ter o Jovair como candidato, com o Rosso surgindo para desviar a atenção e atraindo apoiadores que tenham restrição ao Centrão, como PT e PCdoB, entre outros. E, obviamente, com um pacto de união no eventual segundo turno. Enfim, muita gente perguntando quem vamos apoiar, mas, como já disse, gosto muito dos dois, tenho carinho enorme pelo Jovair e pelo Rosso. O caminho a ser adotado nessa votação será definido pela nossa bancada, que se reunirá no final do mês.

rosso e jovair

Rogério Rosso e Jovair Arantes são candidatos à presidência da Câmara

Mestrado em Brasília

gaguim candidatoO nosso deputado Gaguim é o tipo de pessoa que a gente passa a gostar no primeiro momento que a conhece. Ele é engraçado, proativo e muito batalhador. Na eleição do mandato tampão para presidência da Câmara, ele dizia que se somasse todos os votos das pessoas que asseguravam que votariam nele, teria 50 votos. Teve 13, saiu um pouco frustrado, mas o resultado mostrou que nossa bancada está bem unida: 13 deputados, 13 votos. Me surpreendi com a erundina girassolvotação de Luiza Erundina, até porque o Psol tem apenas seis deputados e ela recebeu 22 votos.  Foi muito bem. E eles deram um toque colorido no plenário, pois todos traziam girassóis em suas mãos. Como todos sabem, a escolha do substituto de Eduardo Cunha só foi definida em segundo turno, com a vitória do Rodrigo Maia (DEM-RJ) sobre o Rogério Rosso (PSD-DF). Agora, gente, quem poderia imaginar que em um ano e meio de mandato tivéssemos pela frente duas eleições da presidência da Câmara, um impeachment, uma reforma política e a redução da maioridade penal? Eu falo pra vocês que esse mandato está sendo um mestrado, tamanho volume de acontecimentos e aprendizado, numa velocidade impressionante. Acho que na história do Congresso nunca houve uma legislatura tão intensa e tão tensa como a atual.

Ligado não é ser aliado

Tem uma coisa que me chamou muito a atenção na eleição da Câmara: a galera vinculando os candidatos ao Eduardo Cunha. Fulano é aliado do Cunha, Sicrano é o candidato dele. Gente, vamos acordar e ser sensatos! O Cunha foi o presidente da Casa por mais de um ano. Todo e qualquer deputado tinha relação com ele, não tem como negar esse convívio, afinal, ele era o presidente da Casa. E foi um bom comandante, independentemente das questões pessoais dele. Agora, é puro delírio ficar dizendo que o cara que concorreu ou quem ganhou era aliado dele. Isso é besteira! Eu não vejo hoje, falando em bastidor, essa pressão do Cunha sobre a Casa como costumam falar por aí. Sinceramente, eu não vejo isso. O próprio Rodrigo Maia, que durante a campanha foi tratado como opositor de Cunha, era ligado ao ex-presidente, foi o relator da Reforma Política, presidiu importantes comissões da Casa, ou seja, teve muito apoio do Cunha nessa legislatura. O Rogério Rosso também tem amizade com Eduardo Cunha. Enfim, a maioria dos deputados tinha ligação com ele, justamente pela questão da presidência da Câmara. É a mesma coisa que uma empresa, onde todos os funcionários, de um modo ou de outro, têm ligação com o presidente. Ter ligação não significa ser aliado.

rosso e maia

Rosso e Maia disputaram o 2º turno para presidente (Foto: J.Batista)

Sem voz

O deputado Rogério Rosso mudou de nome nessa reta final de campanha à presidência da Câmara. Virou Rogério Rouco. É que ele falou tanto nesta semana, principalmente hoje, com os deputados-eleitores e ao telefone, em busca de votos para ser eleito, que perdeu a voz.

Quem vai ocupar a cadeira?

Todo mundo me pergunta quem vai ocupar a cadeira da presidência da Câmara. Está difícil fazer uma previsão. A bolsa de apostas muda a cada hora, porque a cada hora surge um fato novo, um nome novo. O PSDB tem um papel grande nisso e até agora não se definiu. Eu acho que o Rogério Rosso (PSD-DF) está bem cotado, o Fernando Giacobo vem trabalhando bem, tem Rodrigo Maia (DEM-RJ), o Marcelo Castro (PMDB-PI), enfim, os partidos grandes acabam tendo peso, embora não esteja em jogo os demais cargos da Mesa Diretora e nem as composições nas comissões permanentes e especiais da Casa, pois se trata de um mandato-tampão de presidente (por causa da renúncia do Eduardo Cunha), que vai só até fevereiro. Fora isso, a votação de hoje é secreta e o voto é muito pessoal, então, não tem como prever o resultado. Posso dizer apenas que vai ser uma disputa bem difícil. E nesse jogo legislativo eleitoral, tem até um bolão de quem vai ter menos votos. Afe, essa eu quero ver. Façam suas apostas!

Cadeira do presidente da Câmara dos deputados e deputadas, com o brasão da República. Foto Orlando Brito

Hoje, saberemos quem ocupará essa cadeira até 2017 (Foto:Orlando Brito)

Candidato por metro quadrado

Que bagunça nesta Casa! A cada minuto surge um candidato à principal cadeira da Câmara dos Deputados. Tem um candidato por metro quadrado. É impressionante como política é uma nuvem mesmo. Diziam que os mais fortes eram Rodrigo Maia (RJ) e Rogério Rosso (DF) e, do nada, surgiu a candidatura do Marcelo Castro (PI), com comentários que ele concorreria com o apoio do Lula, do PT e do PCdoB. Há boatos também de Orlando Silva (PCdoB-SP) colocar seu nome na disputa, o que dividiria ainda mais os votos. A cada instante o cenário muda e por aí vamos indo até meio-dia, quando se encerra o prazo para o registro de nomes à presidência da Câmara, cuja eleição acontece hoje, a partir das 16h.

cabine de votação

Cabines para a votação secreta já estão instaladas no plenário

 

Impeachment: hoje tem reunião

A Comissão Especial do Impeachment, que tem o Bacelar (BA) como representante do nosso PTN, faz hoje, às 17h, reunião extraordinária no plenário 1. O presidente, deputado Rogério Rosso, fará a apresentação do plano de trabalho do colegiado, que tem como relator o deputado Jovair Arantes. A comissão foi instalada na quinta-feira passada, com a responsabilidade de analisar o pedido de impedimento da presidente Dilma Rousseff, feito pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Real Júnior e pela advogada Janaína Paschoal. No pedido, os autores argumentam que Dilma feriu a lei orçamentária, nos anos de 2014 e 2015, ao ter autorizado a abertura de créditos orçamentários, ampliando os gastos públicos, incompatíveis com a obtenção da meta de resultado primário prevista nas leis de diretrizes orçamentárias (LDO) dos dois anos.

Para que todos entendam o procedimento, a presidente Dilma tem prazo de 10 sessões deliberativas no plenário da Câmara para enviar sua defesa à comissão especial. Sexta teve sessão e hoje também haverá, portanto restam apenas 8 para o prazo de defesa expirar. Depois, a comissão tem prazo de cinco sessões do plenário para votar o parecer do relator Jovair. Na sequência, o relatório segue para votação de todos os deputados, sendo necessários 342 votos (2/3 da Casa) para autorizarmos a abertura do processo de impeachment. Não havendo votos suficientes, o pedido de impedimento é arquivado.  Se for autorizado, segue para o Senado que, em votação simples, decide se instaura o julgamento. Aprovado, Dilma tem de se afastar por 180 dias, enquanto uma comissão do Senado analisa a denúncia e interroga a presidente. O afastamento definitivo só ocorrerá se 2/3 dos 81 senadores votarem a favor.

comissao impeachment