Archive from maio, 2015
maio 31, 2015 - câmara dos deputados    9 Comentário

Coincidência das Eleições

Nesta semana vamos votar a Coincidência das Eleições, um tema que eu tinha certeza ser a favor. Mas, quando comecei a ouvir os argumentos contra, passei a me questionar. Sinceramente, revelo a vocês que não sei o que votar. Em princípio, a Coincidência das Eleições geraria economia muito grande para o País e evitaria as candidaturas trampolins (o cara concorre para deputado, mas de olho na eleição seguinte para prefeito, por exemplo), o que seria muito bom. No entanto, quem fala contra a Coincidência das Eleições também apresenta bons argumentos: primeiro, ofuscaria o debate municipal, porque com a unificação estariam todos de olho no pleito para presidente da República. E onde é a base, ou seja, o município, o debate ficaria em segundo plano, o que é muito ruim; segundo, é impossível para a Justiça Eleitoral registrar candidaturas, julgar impugnações e prestações de contas de todos os candidatos numa eleição unificada. São 5 mil e poucos municípios, então, se tornaria inviável; e terceiro, a Coincidência das Eleições faria com que só se discutisse os problemas do Brasil de cinco em cinco anos, ou de quatro em quatro anos (dependendo do tempo de mandato ainda a ser votado na Reforma). Então, realmente, não tenho uma posição tomada sobre o tema.

 

maio 31, 2015 - câmara dos deputados    2 Comentário

Queriam nos matar no ninho

A grande verdade da Reforma Política era acabar com os pequenos e médios partidos, que trouxeram caras novas para o Congresso, com mais de 40% de renovação. Isso incomodou quem já estava lá. O PSDB, mais do que nunca, esteve engajado nessa manobra de nocautear as legendas que foram cacifadas nas urnas. Eu preciso falar isso: apoiei o PSDB, mas estou envergonhada com a atitude do partido, decepcionada. Agressões verbais de vários deputados tucanos dirigidas aos pequenos partidos. Acho que, se querem diminuir o número de partidos, deveriam começar tirando todos que têm envolvimento com corrupção ou com qualquer coisa do tipo. Tenho certeza que sobrariam apenas os pequenos. Sabe, foi uma guerra muito grande mesmo. Eles tinham como objetivo criar uma cláusula de desempenho e acabar com as coligações. No nosso bloco de 18 parlamentares, só um é reeleito. Ou seja, a renovação que o Brasil queria deu-se nos pequenos partidos, porque nos grandes, todos nós sabemos, são sempre os mesmos. E é por isso que eles se rebelaram e queriam nos matar no ninho, mas a habilidade de articulação dos pequenos foi fundamental para desmontar essa manobra. Agora, foi uma vergonha ver o PSDB, um partido pelo qual meu pai foi deputado federal, querendo, efetivamente, fazer uma democracia onde só ele governa, querendo calar a voz das minorias, isso não é democracia. Não poderíamos permitir. Eu fiquei muito decepcionada com esse partido, mas, graças a Deus, nós asseguramos a renovação política no Congresso, como o povo quis e fez acontecer nas urnas. O povo venceu! E na próxima eleição não serão 40% de renovação, serão 80%. É assim que se faz uma democracia!

votacao expectativa

Estou uma pilha

Depois de uma semana intensa e muito tensa com as votações da Reforma Política, você volta pra São Paulo e passa o tempo inteiro em reuniões. Estou uma pilha de nervos. Se alguém falar um oi, acho que explodo. Sexta-feira, mal deu tempo de respirar e enfrentei maratona de reuniões na sede do PTN. À noite, fui para o Litoral e passei o sábado inteiro reunida com meu grupo de lá. Estou cansada demais! Vou falar uma coisa: tem que ser muito maluca para ser política, e ainda têm alguns que te xingam porque você é política, então é bandida. Afe! Coisa de doido!

Jogo de xadrez

Agora, encerrada esta semana tensa de votação da Reforma Política, eu posso concluir que política é arte dos acordos, articulações e traições. Quem conseguir compor esses itens da melhor forma consegue, efetivamente, promover alguma coisa aqui dentro. Na crença, na batalha, a gente tem condições de conquistar várias coisas nesta Casa, bastam empenho, dedicação e paixão naquilo que faz. Quando se coloca a paixão acima de qualquer outro interesse, aí, sim, a coisa acontece. É preciso também ter inteligência para abrir mão de coisas que você prega, que defende, por uma outra que você considera mais importante. É um jogo de xadrez. Tem de ter inteligência para jogar esse jogo, do contrário, vai para o buraco.

 

Vídeo pornô

No meio desse clima todo de votação, vejo na internet que alguns deputados estavam assistindo vídeo pornô no meio da sessão. O flagrado até tentou se justificar, dizendo que o filme veio pelo WhatsApp e que ele não estava vendo, mas deletando. Eu me matando aqui e os caras vendo vídeo pornô. É demais, viu!

maio 29, 2015 - câmara dos deputados    2 Comentário

Dia de fortes emoções

Dia indescritível foi a quinta-feira. Queria que fosse contado não só por mim, mas pelo Franz, Bruno, Thiago, da minha equipe parlamentar, e por todos que estavam no plenário. Acabei de chegar em casa, em São Paulo, e estou devorando um pote de chocolate, porque, vou falar uma coisa, a gente quase enfarta no Congresso. A pauta era Coincidência de Eleições, Tempo de Mandato e Cota de Mulheres, e, do nada, começou uma briga, suspendeu-se a votação e apareceu para votação Fim das Coligações e Cláusula de Desempenho. Pronto, falei “é golpe!”. Entrei em pânico, porque eu tinha preparado vídeos, panfletos, feito todo um trabalho voltado a esses dois temas, que só seriam votados na semana que vem. Acelerei a distribuição dos panfletos, intensifiquei o corpo a corpo, pedindo voto a cada deputado presente no plenário. Foi tenso demais, demais, demais, mas conseguimos. A primeira vitória foi com a rejeição ao fim das coligações. Nossa, vibrei muito. A segunda vitória viria na sequência.

Davi vence Golias

A última votação da semana foi a cláusula de desempenho do relator de plenário. Eu lutava pela cláusula de um representante eleito no Congresso. Entendo que um partido, mesmo sem Fundo Partidário, mesmo sem rádio/TV, passou pelas urnas porque o povo colocou representantes desse partido no Congresso, não poderia agora ser penalizado por uma cláusula de 2%, com seus deputados perdendo os direitos fundamentais, que é ter direito a voz. Para aumentar a nossa tensão em plenário, no último minuto o PSDB protocolou emenda, aumentando a cláusula de desempenho, que era para acabar, literalmente, com os pequenos. Foi uma briga de cão. Se a proposta em votação não fosse aprovada (precisávamos de, no mínimo, 308 votos), entraria a emenda tucana. A Casa registrava quórum baixo, o pessoal já estava indo embora, estava no final da sessão. Fui de um a um, pedindo voto… um sufoco! No final, conseguimos 369 votos. Foi uma explosão de alegria, assessores chorando, eu pulando de felicidade. Foi a vitória de Davi contra Golias. Não posso deixar de registrar aqui o apoio do PT e do PMDB, que foram solidários à nossa causa e isso nos ajudou muito nesta vitória.

votacao micrfone

Fui ao microfone defender essa cláusula, que é a mais justa

votacao expetativa

Expectativa e tensão,  acompanhando o painel eletrônico da votação …

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… e a nossa explosão de alegria quando saiu o resultado final no plenário

 

 

Reforço importante

Eu só tenho a agradecer aos deputados. Teve deputado do nosso bloco que, vendo minha agonia nesta luta, correndo contra o tempo, tentando falar com cada um, veio me ajudar a panfletar no plenário. O Cícero Almeida, de Alagoas, que é um fofo, vestiu minha causa. Ao ser interpelado por um colega de plenário, que dizia que tinha de acabar com as essas coligações e com esses partidos, o Cícero saiu em nossa defesa, brigou, discutiu, enfim, foi um reforço e tanto à nossa luta. Muito legal! Agora, acabou minha agonia. Sabe, estou muito feliz. Quando a gente acredita numa coisa tem que lutar mesmo. E quando ela acontece, a satisfação, a alegria, o nosso estado de espírito, tudo fica muito bem. Agora, vou tomar meu rivotril e dormir, que amanhã é outro dia e o fim de semana é de agenda cheia aqui, em São Paulo.

votacao pedindo voto votcao panfleto votacao panfletagem

Calmante falhou (rs)

Meu marido esteve nesta semana comigo em Brasília. Sua intenção era estar por perto, para tentar me manter calma por causa da votação de temas da Reforma Política, principalmente fim das coligações e cláusula de desempenho. Mas, coitado, só tomou coice. Deu dó! Agora, bem mais tranquila, vou cuidar com carinho dele!

maio 28, 2015 - câmara dos deputados    3 Comentário

Casa de acordos

Muitas vezes você vê o voto de um partido, de um grupo, e você fala “poxa, mas isso não era o que ele pensava, por que votou desse jeito?”. É que aqui é uma casa de acordos, então, na verdade, a gente tem de ver o que é menos gravoso (pesado) ou o que vai mais de encontro com o que se pretende. Como em todo lugar na sociedade, se você não abrir mão de alguma coisa ou colocar prioridades em suas convicções não vai conseguir chegar a lugar algum. Então, sempre se faz isso: eu abro mão disso e você me ajuda nisso, e vice-versa. Acho válido. No nosso bloco, por exemplo, houve alguns votos, sim, no distritão, porque era muito pior se acabassem com as coligações. Então, defendeu-se esse sistema eleitoral porque considera-se o fim das coligações muito ruim para o País, porque aumentará muito o número de candidatos e irá gerar confusão para o eleitor. Então, se converge para um para o outro não passar. Isso acontece muito na Câmara. Exemplificando melhor, quando da terceirização, o Paulinho da Força, que é sindicalista, votou a favor, porque tinha feito uma composição para que se incluísse no texto algumas coisas que ajudariam o trabalhador, garantindo ao trabalhador alguns benefícios que ele entendia serem bons, já que a proposta ia passar mesmo, ia ser aprovada. É muito importante ter essa consciência!

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