Archive from outubro, 2017

Bumbum de fora

E essa foi a semana da denúncia contra o Temer. A Câmara parou para votar o relatório do Bonifácio Andrada pela não admissibilidade da investigação do STF. Estava um clima muito apático. A população contrária a Temer não se mobilizou, não se manifestou, e aqui a pressão popular tem um peso enorme. Com certeza, se tivesse pressão popular o resultado poderia ter sido outro. O nosso Podemos orientou o voto `não` ao relatório, ou seja, favorável às investigações da denúncia pelo Supremo. Teve uma situação engraçada que ocorreu com um deputado. Ele estava no cafezinho do plenário e, quando foi se sentar, a calça prendeu no assento e rasgou do cós quase até o joelho. Ficou desesperado, telefonou para a esposa trazer urgente outra calça porque já estava ocorrendo a votação e logo seria chamado ao microfone para anunciar seu voto. Ele ainda estava no banheiro trocando de calça quando o presidente Rodrigo Maia chamou seu nome. Foi aquele furdunço, todo mundo telefonando para que se apressasse, mas ele acabou não chegando a tempo no plenário para votar. A base do governo entrou em pânico, achando até que o deputado tinha virado a casaca ou que não iria comparecer. Na verdade, o atraso deu-se porque tinha ficado de bumbum de fora (kkkk), mas, na segunda chamada, já de calça trocada, ele pode revelar seu voto.

Viagem perdida

Na semana passada, a última para apresentar as emendas parlamentares, muitos prefeitos e vereadores estiveram em Brasília para acompanharem as indicações de recursos federais empenhados para seus municípios. Só que não tinham ministros em seus postos, porque os que são deputados foram exonerados dos cargos para votarem em favor de Temer. Viagem perdida, prejuízo no bolso!

Frente Parlamentar

Sabe o que é uma Frente Parlamentar disso ou daquilo? Uma Frente Parlamentar dever ser de caráter suprapartidário e destinada a promover, em conjunto com representantes da sociedade civil e de órgãos públicos afins, a discussão e o aprimoramento da legislação e de políticas públicas referentes a um determinado setor. Mas o que se vê, com raras exceções, é um negócio para fazer média com a base. Por exemplo, suponhamos uma Frente Parlamentar em Defesa da Abobrinha, que é criada a partir da iniciativa de algum parlamentar que tem base nesse setor, teoricamente para debater projetos sobre abobrinhas. Mas, constituída a frente parlamentar, tem pouca produtividade e efetividade. Não me canso de achar isso muito desnecessário. Há uma ou outra frente que caminha, que tem um propósito real, mas isso é muito raro, geralmente as frentes parlamentares são criadas para projetar alguém. O interessante é a disputa acirrada para integrar a diretoria de uma frente, que é só para colocar no currículo pessoal, porque, sinceramente, frente parlamentar não tem muita atuação.

Nada mudou

Gente, talvez vocês não se lembrem, mas uma das primeiras postagens neste blog, em fevereiro de 2015, foi sobre meu espanto ao constatar que boa parte dos parlamentares vota sem saber o teor da matéria. Raríssimos são os que leem o projeto em votação. Pois bem, nada mudou. Nesta semana, cheguei ao plenário quando se votava um requerimento de retirada de pauta. Perguntei a um deputado qual era o projeto? “Sei lá, o partido está orientando ‘não’ para a retirada de pauta”, ele respondeu. Perguntei para outro parlamentar, porque eu não gosto de votar sem saber do que se trata, mas a resposta foi a mesma: “Não faço a mínima ideia”. Incrível, perguntei para uns cinco, e ninguém soube me dizer de qual matéria se tratava a votação de retirada de pauta. Dois anos e 8 meses desde aquele post em 2015 e tudo continua da mesma forma. Triste isso!

Gabinete agitado

Mais uma semana dormindo pouquíssimo em Brasília. Deitando às 3h e levantado às 7h, até porque foram dias de intenso movimento no gabinete. Era o prazo final de envio das emendas parlamentares para empenho de recursos federais. Então, imaginem a quantidade de prefeitos, secretários municipais e vereadores em meu gabinete, não só de São Paulo, mas de todo o Brasil, já que sou presidente nacional do partido. E eu pensei que seria uma semana tranquila e que conseguiria colocar minhas pendências em dia. SQN!

Vandalismo indígena

Vira e mexe, várias classes trabalhadoras, grupos e segmentos da sociedade vêm a Brasília para reivindicar, se manifestar e acompanhar sessões ou audiências de temas de seus interesses. Um direito assegurado a todos os brasileiros, isso é democracia, e eu apoio sempre. Mas esse direito fica extremamente prejudicado quando se tenta forçar a entrada num recinto e se parte para o confronto com os policiais legislativos, que têm a responsabilidade de proteger o patrimônio e dar segurança as demais pessoas que se estão no Congresso. Ontem, um grupo de índios usaram pedras e paus para tentar forçar a entrada no Anexo III da Câmara dos Deputados, que realizava audiência sobre produção agrícola na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, que já estava com sua capacidade lotada. A Polícia Legislativa reagiu com bombas de efeito moral e de gás. Do lado de fora, alguns dos barrados depredaram portas e vidraças do Congresso e, não satisfeitos, passaram a destruir os veículos estacionados, a maioria de funcionários da Câmara, um deles do meu chefe de gabinete, Bruno Ornelas. O vídeo abaixo mostra o exato momento em que um índio quebra a pauladas o vidro dianteiro do carro dele.  Não é a primeira vez que manifestantes revoltados destroem veículos dos servidores do Congresso. Como defender a causa deles se agem como vândalos? Absurdo, inconcebível e revoltante ver essas cenas!

Não indiquei ninguém

Dias atrás, um jornalista divulgou que eu havia indicado uma pessoa para a Funasa (Fundação Nacional da Saúde) que escreveu em seu currículo ‘proficional’. Era uma nota tirando o sarro por ter indicado alguém que não sabia escrever. Fiquei possessa. Não indiquei ninguém!!! Como poderia indicar alguém se voto contra o governo? Mandei notificar o jornalista extrajudicialmente. Fiquei muito revoltada, não engulo sapo nem abaixo a cabeça. Tem de aprender a respeitar, jornalista precisa ter compromisso com a verdade, quero ver provar que eu indiquei alguém.

 

Feriado nas comunidades

Feriado prolongado! Folga? Nada disso, amanhã é 12 de outubro, Dia das Crianças. E estaremos nas comunidades levando brinquedos e diversão para a criançada. Eu tenho um trabalho social muito intenso, me dedico a ele desde a infância, quando meus pais, Cristina e José de Abreu, fundaram o CTN (Centro de Tradições Nordestinas), que, além da preservação dos costumes do povo do Nordeste, promove ações sociais nos núcleos habitacionais de São Paulo, dando assistência aos pais e aos filhos. A garotada recebe reforço escolar, atividade esportiva e alimentação no próprio CTN, por meio do nosso projeto Vila Social CTN (foto). Amo essa atividade, que envolve grupo de voluntários, todos mobilizados a dar o melhor de si para amenizar as adversidades da vida de seus semelhantes. Vocês não imaginam o quanto é revigorante esse contato com a garotada, essa troca de energia. O único porém é ficar distante de meus filhos. Vou tentar concentrar agenda num só dia para ficar com eles nos outros.

 

Mídia adora alfinetar

Uma semana tranquila. Por causa do feriado de amanhã, Dia da Padroeira do Brasil, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tentou antecipar a sessão para segunda-feira, mas não deu quórum. Com o fim dos embates e votações da Reforma Política, eu já sou outra pessoa.  Semana passada, estava bem acelerada, por causa da agenda partidária carregada, com viagens para o Piauí e Mato Grosso (como falei para vocês aqui), além dos dias intensos e tensos da Reforma Política. A mídia até divulgou uma nota, extraída aqui do blog, sobre o Eduardo Cunha, dizendo que eu estava com saudade dele. Dei risada ao ler o teor da nota. Não que eu compactue o que Cunha fez como político, mas, como presidente da Casa, sua liderança era inquestionável. Eu critiquei muito a Reforma Política por causa da ausência de um líder na condução e direcionamento dos trabalhos. De fato, a gente passou muita agonia pela falta dessa liderança, basicamente tudo foi votado no último dia do prazo para que as mudanças fossem implementadas na próxima eleição. Inadmissível isso, tanto tempo para se fazer a Reforma e se vota ao apagar das luzes. Me deu muita raiva, não tinha comando, não tinha liderança, o pessoal não sentava para alinhar um acordo. A maioria das reuniões fui eu quem chamei, quem organizou, enfim, isso me tirou do sério. Falei mesmo, várias vezes até, que na época do Cunha isso não era assim. Obviamente, falar que o cara era um bom líder não significa compactuar de suas ações e atitudes, que fique bem claro isso mais uma vez, mas não dá para deixar de lembrá-lo como liderança da Casa. É bom fazer essa ressalva porque tem jornalista que adora me alfinetar e divulgar informação incompleta.

 

 

Como se fazem as leis

O interessante na Câmara é que as pessoas não têm ideia de como os artigos são escritos. Geralmente, tem meia dúzia que decide tudo. Para aprovar um projeto de lei, sempre tem um parágrafo ou algo que atende a um partido para dar acordo. Por exemplo, nesta última Reforma Política diminuíram o número de deputados que um partido precisaria ter para participar dos debates, caiu de 9 para 5, isso para atender o Psol e a Rede, para que eles não obstruíssem as votações.  Depois que a lei está escrita, fico dando risada ao ler o texto final porque sei exatamente o porquê de cada artigo e de quem foi o acordo. Antes de ser deputada, e talvez a população ache isso também, eu imaginava que cada artigo era super bem pensado, calculadas as suas consequências, tinha uma razão lógica, mas hoje vejo como as leis são mal feitas.  Por isso o Judiciário é tão atuante.

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