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Calmante falhou (rs)

Meu marido esteve nesta semana comigo em Brasília. Sua intenção era estar por perto, para tentar me manter calma por causa da votação de temas da Reforma Política, principalmente fim das coligações e cláusula de desempenho. Mas, coitado, só tomou coice. Deu dó! Agora, bem mais tranquila, vou cuidar com carinho dele!

maio 28, 2015 - câmara dos deputados    3 Comentário

Casa de acordos

Muitas vezes você vê o voto de um partido, de um grupo, e você fala “poxa, mas isso não era o que ele pensava, por que votou desse jeito?”. É que aqui é uma casa de acordos, então, na verdade, a gente tem de ver o que é menos gravoso (pesado) ou o que vai mais de encontro com o que se pretende. Como em todo lugar na sociedade, se você não abrir mão de alguma coisa ou colocar prioridades em suas convicções não vai conseguir chegar a lugar algum. Então, sempre se faz isso: eu abro mão disso e você me ajuda nisso, e vice-versa. Acho válido. No nosso bloco, por exemplo, houve alguns votos, sim, no distritão, porque era muito pior se acabassem com as coligações. Então, defendeu-se esse sistema eleitoral porque considera-se o fim das coligações muito ruim para o País, porque aumentará muito o número de candidatos e irá gerar confusão para o eleitor. Então, se converge para um para o outro não passar. Isso acontece muito na Câmara. Exemplificando melhor, quando da terceirização, o Paulinho da Força, que é sindicalista, votou a favor, porque tinha feito uma composição para que se incluísse no texto algumas coisas que ajudariam o trabalhador, garantindo ao trabalhador alguns benefícios que ele entendia serem bons, já que a proposta ia passar mesmo, ia ser aprovada. É muito importante ter essa consciência!

Sem unanimidade

Como é difícil formar um partido político, viu! Partido é formado por pessoas, e pessoas têm as suas convicções, é lógico. E isso é muito importante. Têm determinados temas, como por exemplo a redução da maioridade penal, em que não existe partido algum que conseguirá consenso sobre o assunto. Como também está ocorrendo agora, com a Reforma Política: não tem consenso na maioria dos partidos, e é difícil saber o que vai acontecer.

 

Votação inédita na Casa

E a semana começou, realmente, muito agitada. Montou-se uma comissão especial para discutir a Reforma Política, mas viu-se que, se aprovado o relatório lá, iria engessar tudo e vários tópicos não seriam discutidos no plenário. Então, o presidente Eduardo Cunha, simplesmente, obstruiu a comissão, o relator Marcelo Castro ficou superchateado (com razão) e convocou a matéria para plenário, colocando tudo, tudo mesmo, para votação. O colégio de líderes foi um quebra-pau, porque muitos não aceitaram que se acabasse com a comissão e votasse em plenário, considerando um desrespeito com os membros da comissão, da qual eu mesma era titular. O deputado Chico Alencar, aliás, fez questão de exibir uma placa de protesto. Foi um pega pra capar! Se o relatório fosse aprovado na comissão, só poderíamos votar o que estava previsto nele. Vindo para plenário, a votação tem sido artigo por artigo, tópico por tópico. Mas isso nunca aconteceu, os assessores de plenário dizem que isso é inédito na Casa. Por isso, está todo mundo muito perdido, sem saber como fazer. Há um artigo no texto do relator de plenário, que é o voto facultativo. Como tem limite de destaques (proposta de alteração no texto para ser votado), vai faltar destaque para o voto facultativo nesse jogo de regimento. E nessa ‘brincadeira’ pode-se aprovar uma coisa que a maior parte da Casa não concorda. Complicado, hein?

chico alencar

Deputado Chico Alencar protesta contra o fim da Comissão Especial

 

Sentimento de Mega-Sena

Esta semana está sendo bem tensa. Às vezes me sinto como apostadora da Mega-Sena. Toda vez que você olha aquele painel de votação, você vota e fica esperando os votos, sabe? Para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) precisa de 308 votos do total de 513, então, é muito difícil, muito apertado. O Congresso está muito dividido. Cada um aqui tem sua própria Reforma Política, não tem consenso em nada. Como eu vinha falando, era nítida essa situação, porque cada um tem suas convicções. É muito difícil aprovar alguma coisa aqui. Então, é um sentimento de Mega-Sena único, com aquela expectativa, na maioria das vezes frustrante, de acertar os seis números, cuja probabilidade com aposta mínima é uma em 50 milhões.

maio 28, 2015 - câmara dos deputados    2 Comentário

Só confio na minha mãe

Eu fiquei muito brava. A gente chegou num consenso que era melhor votar num sistema eleitoral para evitar que se convergisse para o fim das coligações, que nosso grupo considera muito ruim. Como eu estava muito convicta do que estava defendendo, e isso é uma característica minha, um deputado, que tinha uma conversa para se compor de outra forma, passou a falar com cada um do grupo, desarticulando a nossa composição. Ele chegou a dizer para alguns colegas que, com certeza, eu estava recebendo benefícios para lutar daquela forma. Fiquei p… da vida e fui com os dois pés no peito dele, tirando satisfação, porque mulher não engole sapo, é fogo! Não se fala um negócio desses. O problema é que sou muita convicta, brigo mesmo pelas coisas que eu acredito. No final, conversando com um amigo, no final da sessão, ele falou: “Renatinha, eu só confio na minha mãe, isso se o assunto não for a minha irmã”. Sensacional!

Fim de semana, cadê você?

E quem pensa que deputado tem final de semana, muito se engana. Mais um sábado e domingo intensos de atividades, com várias reuniões com pré-candidatos, evento beneficente, junto com o vereador paulistano Claudinho, depois fui para Osasco para mais uma reunião com pré-candidatos do PTN, cheguei em casa me arrastando de tão cansada que estava e ainda teve festa de família, aniversário da minha tia de 60 anos. Não sobrou nenhum tempinho pra descansar. Nem vi o fim de semana passar. Tô morta! E a semana promete forte emoções, com a votação da Reforma Política.

Reunião em Osasco com os pré-candidatos do PTN às eleições municipais de 2016

Reunião em Osasco com pré-candidatos do PTN às eleições municipais de 2016

Não dá pra entender

Seria cômico se não fosse trágico. Um parlamentar pegou o texto de uma Medida Provisória e, ao ler uma das emendas, exclamou: “Nossa, quem lê isso aqui não entende nada”! E um outro respondeu: “Mas esse é o intuito”.

maio 22, 2015 - câmara dos deputados    2 Comentário

Direito de jantar

Por causa da Reforma Política, a Câmara está bastante movimentada, com muitas reuniões, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Quarta-feira, a gente estava na reunião de líderes e vou falar uma coisa para vocês: o presidente Eduardo Cunha não dá trégua, ele coloca todo mundo para trabalhar ininterruptamente, sem intervalinho sequer.  Então, como eu ia dizendo, na reunião de líderes, Eduardo Cunha falava a todos nós que na “semana que vem vamos votar a Reforma Política, nem que fiquemos as madrugadas trabalhando, nada de obstruir, nada de deixar para depois, que é para terminar tudo na semana que vem mesmo”, quando foi interrompido pelo líder do governo, José Guimarães: “Presidente, faz não sei quantas semanas que eu não almoço e nem janto. A gente tem que ter pelo menos o direito de jantar”. Foi, realmente, muito engraçado ver o líder do governo pedindo pelo amor de Deus para poder jantar, mas está valendo a pena o jejum forçado, porque estamos num momento muito importante, que é a Reforma Política. Estamos todos muito empenhados em dar o nosso melhor para definir os novos rumos do cenário político.

maio 21, 2015 - câmara dos deputados    2 Comentário

Lei da lei para mudar outra lei

Eu comecei a ler alguns projetos de lei. É incrível o que têm projetos de lei que preveem normativos ou outros projetos de lei para regulamentar. É por isso que o nosso Judiciário tanto legisla, porque nossos legisladores fazem leis prevendo leis que vão regulamentar outra lei. Gente, já que vai fazer a lei, faz tudo de uma vez, não é mesmo? É demais, viu! Não dá para entender certas coisas por aqui, viu!