Tagged with " bastidores"

Doido, muito doido

Esqueci de contar um fato inusitado ocorrido no dia da posse. Dou muita risada sempre que lembro do episódio. Nessas articulações loucas de formação de bloco, um amigo deputado esqueceu de tomar posse. Só descobriu isso quando a gente protocolou o bloco e o partido dele acabou ficando de fora porque ele não tinha tomado posse. Ele assinou o documento, mas oficialmente ainda não era deputado. Essa política deixa a gente doida (hahaha).

Aqui, jabuti sobe em árvore

Estou estudando pra caramba o Regimento Interno da Câmara, inclusive com professor, um rapaz que manja muito de assessoria técnica e que está me ajudando a entender e assimilar tudo o que está escrito ali. É muita coisa, muitos detalhes. Por isso, tive a ideia de fazer um Regimento na prática, que é completamente diferente do Regimento escrito. Uma ótima é a MP, a Medida Provisória, que nada mais é que o Executivo travando tudo na Casa para aprovar as leis que são de interesse dele.

Quando o governo entra com uma Medida Provisória, a Casa para até que se vote essa MP. Então, para aprovar seus projetos de lei (PLs), os deputados propõem emendas. Por exemplo, a MP do governo é sobre aumento do imposto de comida de passarinho, aí alguém propõe uma emenda regulamentando a TV aberta. Na hora de votar, essa emenda, esse destaque, acaba indo no fluxo da votação. Ai aprova-se o jabuti subindo na árvore: ou seja, a MP do Executivo sobre o tema A e, na mesma leva, a emenda B, que não tem nada ver com o tema proposto pelo governo. Convenhamos, é uma estratégia bem inteligente. Esse jabuti…

Um dia mágico, muito especial

Sabe aquele dia em que tudo dá certo, muito certo? Aquele dia em que você se sente extremamente feliz por todas as coisas que aconteceram, justamente porque elas foram por demais positivas? Pois bem, esse dia foi 10 de fevereiro de 2015. Jamais me esquecerei dessa data. Tudo foi perfeito demais.

Consegui a titularidade na comissão especial da Reforma Política. E numa condição maravilhosa: com a bandeira que defendo há muitos anos, que é a de representar os pequenos partidos e lutar por uma democracia mais justa, mais igualitária para todos os candidatos. É muito raro um partido pequeno conseguir titularidade em comissões tão importantes como esta, a da Reforma Política.

Teve muita gente dizendo que uma andorinha sozinha não faz verão. De tanto lutar, conseguimos a nossa titularidade e representar os pequenos partidos e as minorias como um todo (os novatos, as mulheres), que não teriam voz no Congresso não fosse a nossa união, a nossa luta, a nossa dedicação.

Em meu primeiro pronunciamento à comissão (http://goo.gl/z0IgJC ), manifestei-me com o coração, falando das coisas que sempre defendi e que fizeram parte de minha monografia na pós-graduação em Direito Eleitoral. Tudo o que defendi na monografia, hoje, como deputada, posso defender no Congresso e ter a chance de que as mudanças que todos nós queremos se concretizem para, enfim, mudar o rumo da democracia deste país.

Não bastasse esse momento de explosão de felicidade, veio mais uma conquista, com a aprovação do Orçamento Impositivo. Agora não dependemos do Poder Executivo para liberar nossos recursos. Conquista nossa, dos prefeitos, dos vereadores, dos munícipes. Passaremos a ter mais liberdade para fazer as coisas aconteceram aqui. Isso dá muito mais independência para o Congresso.

Meu novo pingentinho

Transformei meu bottom de parlamentar num pingente. Vai facilitar minha vida, já que a peça na primeira semana de Congresso estragou algumas de minhas roupas (grrr!). Ficou lindo! Quem sabe a secretaria da Casa também não ache uma boa ideia para todas as nossas parlamentares. Usá-lo como bottom é ruim, porque fura a nossa roupa e, às vezes, até esgarça. Todo mundo sabe que roupa feminina é bem mais cara que a masculina, por isso, chateia demais para nós, mulheres, termos uma peça danificada e… inutilizada. E geralmente essas coisas ocorrem sempre nas roupas que a gente mais gosta, né? Daí a ideia do pingente, que, cá entre nós, ficou bem feminino, não acham? Eu, amei!

Botton como pingente: bem mais feminino

Bottom como pingente: bem mais feminino

Foi com medo de avião…

Não sei se já contei que tenho medo de avião. Medo, não, pânico. Imagine meu estado no voo para Brasília, ontem? Teve turbulência. Lembra da música do Belchior – “foi com medo de avião…” –, pois, bem, desembarquei com as pernas trêmulas, suando frio, coração saindo pela boca. Só consegui me recompor emocionalmente quando entrei no gabinete.

Cara de Mona Lisa

Entrar no plenário em dia de sessão me assusta um pouco. É muita coisa para ser votada, textos enormes para ser lido. Eu faço questão de ler tudo mesmo. E foi durante essa minha leitura que fui interrompida por um deputado: “Ah, brincadeira que você vai ler todo o projeto de lei? No máximo, a gente lê o resuminho. E daqui há três meses, nem isso lê mais.”

Afe!!!  Só fazendo cara de Mona Lisa (sem expressão) para ouvir uma coisa dessa. Pensei com meus botões: Você vai votar um projeto de lei que pode mudar a vida de tanta gente e nem quer se informar do que se trata?  Nunca vou mudar esse meu jeito. Vou continuar lendo, entendendo e debatendo tudo, porque todo projeto de lei representa muito para muita gente deste país. Gente que merece o nosso respeito, a nossa dedicação.

Desfiz minha expressão Mona Lisa e indaguei o nobre colega: “Então, por que estamos sendo pagos? O povo paga caro para que nós nos importemos com as coisas que estão indo a plenário e que poderão se tornar lei neste país”.  Não obtive resposta.

Agradável surpresa

Começa a segunda semana de trabalho na Câmara dos Deputados. Mal cheguei ao meu gabinete, no 7º andar, eis o que vi: a placa de identificação na porta. Até sexta-feira, quando encerrei os trabalhos, ali havia apenas uma folha de sulfite. O pessoal da Comunicação da Casa me proporcionou agradável surpresa. Agora, sim, uma placa novinha, com nome, Estado e partido.  Agora estamos bem melhor identificados, não é mesmo? Quem estiver por Brasília e quiser tomar um cafezinho comigo, pode vir, afinal a casa é sua. Ou melhor, o gabinete seu!

porta de gabinete

Futebol no salão verde

Felipinho, de 4 anos, causou no salão verde e quebrou o protocolo do lugar. Jogou bola com os deputados, sentou na mesa do secretário, não parou um minuto. Deu muito trabalho. Tomara que ele tenha sensibilizado o deputado Alex Canziani, da 4ª secretaria da Mesa Diretora. Estive lá com o Felipinho e o Rafinha, 2 anos, pedindo um apartamento funcional mais perto do Congresso. Assim, conseguiria dar uma fugidinha na hora do almoço para almoçar com meus meninos. Ah, detalhe: Felipinho deu muito olé nos ‘adversários’. Garoto é bom de bola! Palavra de mãe!

Pop Star em Brasília

O Congresso tem um pop star: meu pai, José de Abreu. É incrível como as pessoas o admiram e fazem questão de vir sempre falar com ele. Os abraços fortes e a expressão de felicidade ao encontrá-lo mostram o quanto meu pai é querido aqui, principalmente pelos servidores. De ascensorista, balconista, garçom, todos, sem exceção, o reverenciam com carinho. É impressionante como ele é conhecido, e reconhecido, aqui em Brasília. E olha que ele deixou de ser deputado federal em 2002. Só faltam pedir autógrafo. Acho até que vou providenciar óculos escuros. Ídolo que é ídolo costuma sair na rua de óculos escuros, não é mesmo? Quem o conhece sabe o quanto o sr. José de Abreu é amigo, companheiro, paciente e atencioso. Quem nem eu (kkkk)!

O sangue ferveu

Um trator atropelou os partidos menores na Câmara, terça-feira à noite. Colocar em pauta a admissibilidade da PEC 352/13, que trata da reforma política, já na primeira sessão, foi um atentado à democracia. Essa PEC propõe esmagar os partidos pequenos com a cláusula de barreira. Um absurdo, porque as eleições são realizadas em condições desiguais. Quando se concorre com fundo partidário pífio e tempo de TV quase zero, imputar aos pequenos partidos essa cláusula de desempenho é o mesmo que ter uma prova de atletismo entre um velocista e um concorrente com as pernas amarradas.

Não é essa reforma política que o povo quer, tanto que elegeu muita gente dos pequenos partidos, justamente para renovar e oxigenar esta Casa. Diante da fragmentação do Congresso, só posso deduzir que o  que eles pretendem é esmagar qualquer renovação de política futura.

Eu defendo a reforma política, mas não da forma como querem, colocando-a goela abaixo. E já na primeira sessão. Caramba! Foi um desrespeito aos novos deputados, mais de 40% pisando pela primeira vez no Congresso, muitos dos quais ainda sem conhecimento pleno do funcionamento da Casa e muito menos do texto em discussão.

Foram horas de muito sofrimento e tristeza. Fiquei com os nervos à flor da pele, o sangue ferveu e nem mesmo o frio que passei, naquele ar-condicionado ligado no máximo, abaixou minha temperatura. Me senti atropelada, enganada no dia de ontem. É lamentável tentar tirar proveito da inexperiência dos novos.

 

Páginas:«1...4243444546474849»