Educação merece empenho total

Terminei de reescrever meu projeto de Educação. Fiz uma pequena alteração, e reescrevi, eu mesma, a justificativa da proposta. Sai da Câmara meia noite e pouco, quando as luzes se apagaram. Ficou muito bonita a justificativa. Fiquei feliz. Acho que convencerei mais gente a aprovar meu projeto, que inclui Educação Política e Direitos do Cidadão na grade curricular do ensino básico. A Educação merece nosso empenho máximo e jamais me cansarei dessa luta!

Tirolesa no plenário

Com essas votações nominais, que o Eduardo Cunha (presidente da Câmara) costuma puxar à noite, têm deputados mobilizando-se para criar um mecanismo que ponha fim à correria da votação. Isso porque muita coisa acontece ao mesmo tempo, exigindo que os parlamentares estejam em todos os lugares na mesma hora. Com isso, quando é aberta votação nominal no plenário, a cena é dantesca: deputados correndo, e muito, para chegar a tempo de votar. O presidente abre e fecha muito rápido. Por isso, os deputados, em tom de brincadeira, estão se articulando para instalar uma tirolesa no plenário (hahahaha). Imagina parlamentares chegando no plenário numa tirolesa? Ia ser o máximo! Hilário!

Momentos de lazer raríssimos

A volta de Brasília é sempre cansativa. Toda vez que vejo as agendas dos fins de semana parece que não tem luz no fim do túnel. Sinto falta daqueles momentos tranquilos,  com os meus filhos, sem nenhuma preocupação. Os meus momentos de lazer hoje são raríssimos. Sexta-feira fiz agenda em Praia Grande e Bertioga. Fui agradecer os votos nessas cidades, rever nossos presidentes municipais e palestrar sobre a Reforma Política para a população. Domingo, a agenda foi intensa. É que até outubro temos que filiar todos os candidatos para a eleição do ano que vem. E estamos focados em fazer vereadores na Capital e no máximo de cidades possíveis. Então, até outubro, o nosso trabalho de articulação é intenso. É convencer um a um que nosso projeto é a melhor opção. Foi bem cansativo, mas estou feliz com as adesões. Não tenho dúvidas que faremos bastantes vereadores, principalmente na Capital. Sou a favor da unificação das eleições justamente por isso. Mal acaba uma eleição e começa outra. Como o prazo de filiação termina um ano antes das eleições acaba que passamos este ano organizando a eleição do ano que vem. Isso atrapalha o mandato. Seria muito bom ter paz para trabalharmos estes quatro anos com ainda mais dedicação. Além disso, já tem muito deputado em campanha para prefeito na sua cidade. Isso é muito ruim para nosso País. O elegemos para ser deputado, mas esse projeto foi um trampolim para o seu projeto principal, que é a prefeitura. Isso atrapalha muito os trabalhos na Câmara dos Deputados. A unificação das eleições acabaria com isso. O cidadão que se eleger deputado o será pelos quatro anos de mandato, assim como o prefeito, o vereador e etc.

Adicional insalubridade

Algumas coisas que acontecem aqui na Câmara dão razão para um adicional de insalubridade na Casa (hahaha!) Semana passada foi bem tensa. A cada dia uma surpresa. Vou te falar, viu! Ratos correndo pelo plenário, hamster no pé da gente, parlamentares subindo nas cadeiras, correria, pancadaria, gás pimenta, bombeiros acionados. A gente se deslocando apressadamente de uma sala para outra, pra cumprir todos os compromissos, num ritmo aluciante. Isso sem falar nas condições climáticas. A Capital do Brasil é muito seca. Chego a beber três litros de água por dia. Eu vou o tempo todo ao banheiro. O ar é muito seco. Não tem como ficar sem tomar água. É demais.

Plaquinha pronta na mesa

Não canso de rir de uma situação comum no Congresso: eleição para candidato único. O ápice foi na escolha do presidente da Comissão do Supersimples, que é uma comissão especial. Tendo um só candidato concorrendo, a gente precisou votar, em vez de aclamar o indicado. No caso da Supersimples, quando terminou a eleição, a plaquinha dele, de presidente, já estava pronta. E gravada. A dele e a do relator (rsrs). Só rindo mesmo. Terminada a votação, 15 segundos depois a plaquinha já estava ali na mesa.

Trabalho de formiguinha

Continuo na minha via sacra de conquistar voto a voto, apoio por apoio, para o meu projeto de lei de Educação ser aprovado. Dá um trabalho! Acredite… se verem um deputado que tem mais de mil projetos de lei protocolados, sabe como isso acontece? Eu descobri que tem gente que vende projeto de lei. Têm muitos deputados que se preocupam com quantidade, pra falar pra imprensa ‘olha, eu apresentei tantos projetos de lei’. Tem um ranking da Veja, eu nem sabia disso, que avalia os deputados. E os critérios são  número de frentes parlamentares que eles criam e número de projetos de lei. Só quantidade… Isso não significa nada. Por exemplo, tem deputado que cria a Frente Parlamentar de Apoio ao Milho. Aí, coloca um monte de meninas colhendo assinaturas e cria a tal frente parlamentar, que não tem atuação alguma. É só para gerar estatísticas. Isso é fato. É bom conhecer esses bastidores, pra ficar atento. O que vale não é quantidade, mas qualidade e a dedicação com que o parlamentar cuida daquilo que, realmente, quer lutar. É um trabalho de formiguinha, todos os dias falando com os líderes, conquistando um a um. Isso, sim, é lutar por algo que vai mudar a vida dos brasileiros.

Alta frequência

É muito ruim ficar no gabinete. Você não consegue ler um projeto de lei. Não para de chegar gente. E como eu gosto de receber bem as pessoas, a leitura acaba ficando pra depois. Só que não para de chegar gente. É o tempo todo. O povo vem do Brasil todo querendo falar com você. É gente querendo articular projeto, gente que tem interesse no projeto A, B ou C e quer passar o seu ponto de vista. É gente que quer que você apresente um projeto. É gente que quer emenda pra sua cidade. Tem de tudo. De verdade, não tem como trabalhar no gabinete em Brasília. Ai, naturalmente, como eu não gosto de deixar nada pra amanhã, acabo ficando até tarde, pra poder deixar tudo organizado. E, como sempre, acabo encerrando meu expediente no escuro, porque, como já escrevi, no Congresso todas as luzes se apagam à meia-noite.

Nem sabe o que votou

Ah, essa foi demais. Preciso registrar isso. Sabe aquele deputado que votou ‘não’ ao meu projeto de Educação e depois apresentou projeto quase idêntico? Pois bem, o encontrei num dos corredores do Congresso e cobrei a incoerência. “Poxa, vota contra o meu projeto e depois apresenta projeto idêntico”. E ele: “Nós votamos contra o seu projeto? Eu nem vi. Quando foi isso”? Parece piada, mas é sério: algumas pessoas aqui, infelizmente, votam projetos, seguindo a orientação de bancada, mas nem leem o que estão votando. Essa é a única coisa que me deixa muito triste. Elas não sabem a importância daquele botãozinho (que você aperta para registrar o voto no painel eletrônico) na vida de muita gente. Incrível, simplesmente apertam o botão, sem ter conhecimento do que se trata. Isso me deixa triste. De verdade.

Haja fôlego!

São 19 horas. Acabei de sair do plenário, estou cansada, ofegante, mas rindo. É que teve uma votação nominal, o Eduardo Cunha colocou pra votar e em cinco minutos ele já gritou ‘vou encerrar a votação’. Você só vê deputado agitado, correndo de um lado para outro. Eu, mesma, deixei o plenário e estou indo rapidinho para outra reunião. A maratona é intensa. Aqui, realmente, você faz tudo ao mesmo tempo. Chega a dar raiva. Você não consegue se concentrar: está numa comissão, ao mesmo tempo está rolando uma reunião, você bate presença aqui, discute ali, volta pra cá e corre pra acolá. Olha, tem que ter um exercício mental multifuncional, além de preparo físico. Têm vezes que o coração só falta sair pela boca, tão acelerado que fica nesse corre corre doido.

Ratos no plenário

Gente, pânico total no plenário da CPI da Petrobras. Quando o João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, entrava para depor, um homem que acompanhava a reunião soltou ratos no local. Foi um corre corre geral, uns caçando os roedores; outros, fugindo dos roedores. Terça-feira, o clima aqui já estava quente, por causa da regulamentação da terceirização, com manifestações e protestos. Eu estava na Comissão Especial da Reforma Política e lá fora era gente passando de maca, gente gritando, gás de pimenta nos corredores. Eles ficavam gritando “aqui só tem bandido”. Eu pessoalmente não me sinto nem um pouco ofendida, porque a carapuça não me serve. Acho que as pessoas têm essa mania de generalizar, de ‘tô brava com um, tô brava com outro, tô brava com o projeto e é tudo bandido’. Enquanto a gente não soube valorizar cada um com suas diferenças, é muito difícil lidar com o ser humano. Eu sempre trato isso meio que ignorando, mas é triste porque as pessoas não podem e nem deveriam generalizar.