Hã? O que disse? Como é?

O Delegado Edson Moreira, meu querido deputado, é mesmo muito engraçado. A alegria dele é falar na tribuna e sentar-se à mesa diretora ao lado do presidente Eduardo Cunha. Ele chega todos os dias às 7 da manhã no plenário só para se inscrever para discursar em todas as sessões. Só que, com seu sotaque mineirinho, ninguém entende o que ele fala. Fica todo mundo com cara de interrogação. Ele fala muito enrolado. Depois, ele fica por ali, atrás da mesa, como quem não quer nada, esperando alguém se levantar para, rapidamente, tomar assento ao lado do presidente da Casa. É hilário vê-lo em ação. O culpado é o Augusto, chefe de gabinete dele, que ensinou isso pro deputado: “Ensinei mesmo, mas não era pra fazer todo dia”. Hahahaha. O Delegado Moreira é uma figura!

Rejeitado por ciúme. Lamentável!

Triste e decepcionada! O requerimento de urgência de meu projeto de lei de Educação foi rejeitado. Tive a maioria de votos (204), mas não a maioria absoluta (que seriam 257 votos). Minha tristeza não foi pelo resultado em si, mas pela maneira como aconteceu. Alguns partidos votaram contra. E por ciúme. Isso mesmo: CIÚME. Eu ouvi isso: “Como uma deputada que acabou de chegar consegue colocar um projeto pra votar em plenário?” Como? Simples, com muita dedicação, muita articulação e muita luta. É assim que se consegue. Um outro partido, que se diz defensor do País, se manifestou contra, alegando que é oposição ao governo federal e, se a situação votou a favor do meu projeto, seus deputados votariam contra. Fiquei aborrecidíssima com isso. Até porque não sou situação nem oposição; eu sou representante do povo. Lamentável tudo isso, viu! Ciúme e objetivos partidários não deveriam jamais sobrepor projetos de interesse para o nosso país.

Só que eu não joguei a toalha, não! Pelo contrário. Estou convicta da importância desse meu projeto, que inclui Política, Direitos Básicos, Educação Ambiental e Primeiros Socorros na grade curricular escolar, assegurando a formação de uma juventude politizada e sabedora de seus direitos e deveres. Portanto, a luta continua. Estou reapresentando meu requerimento e agora conversando com cada líder, um por um, mostrando a importância dessas matérias em nossa Educação. Vai dar certo, ou eu não me chamo Renata!

 

Discurso, com sapatos da assessora

Minha primeira experiência no Grande Expediente:

Minha primeira experiência na tribuna: falei por 25 minutos, com transmissão ao vivo

Cheguei terça-feira em Brasília e vim direto para a comissão especial da Reforma Política, onde a gente está nessa luta, debatendo várias questões importantes para o País. À tarde, era o meu pronunciamento no Grande Expediente. Estava tensa, não tinha lido meu discurso. Na verdade, eu gosto de falar o que está no meu coração, não gosto de ficar falando o que está no papel. Mas, na correria do dia, me esqueci do pronunciamento. Eu tinha ido para o Congresso, digamos assim, ‘mal vestida’. Esqueci maquiagem, sai caçando roupa e roubei até os sapatos de minha assessora, para ficar no mínimo bem vestida. Mesmo assim, vi depois o vídeo e fiquei gorda e feia (rs). Tudo bem, o importante é que as pessoas viram e ouviram o que eu estava dizendo. Fiquei muito feliz com a participação de vários deputados, como o Caetano (BA), Gilberto Nascimento (SP), Paulo Maluf (eu cresci vendo a história dele, foi deputado junto com meu pai), a nossa maravilhosa deputada Christiane Yared (PR) e o Espiridião Amim (SC). Foram participações ilustres, fiquei extremamente honrada. Foi uma grande experiência, minha primeira manifestação na tribuna, porque passo mais tempo articulando tudo, pra sair projeto, ler projeto etc. Foi a oportunidade que tive de transmitir minha mensagem, agradecer os votos que recebi e a confiança que as pessoas depositaram em mim.

PS:. No Grande Expediente, os oradores são escolhidos por sorteio e cada um tem 25 minutos de discurso na tribuna, com transmissão ao vivo pela TV Câmara. Tem também o Pequeno Expediente, onde cada um dispõe de 5 minutos. Os dois expedientes têm oradores todos os dias.

Eba!!! Meu projeto entrou na pauta

Uma notícia maravilhosa, hoje. Estou super feliz. Meu projeto de lei, para colocar nos Ensinos Básico e Fundamental as matérias de Direitos Básicos, Política, Educação Ambiental e Primeiros Socorros, foi incluído na pauta desta semana da Câmara. Sensacional!!! Estou transbordando de felicidade. Eu havia pedido requerimento de urgência. Uma coisa muito difícil de conseguir, mas estive na reunião de líderes e falei a eles que este é meu projeto de vida. Fui extremamente insistente com o secretário da mesa e com o presidente da Câmara e, de tanto lutar, consegui o requerimento de urgência. Agora, é articular pra que seja votado. Em breve, se Deus quiser, todas as crianças e os nossos jovens estudantes terão Educação Política dentro das escolas.

Ah, quando estava saindo na reunião de líderes, voltei a abordar o Eduardo Cunha: “Não esquece de mim, hein?”. E ele rebateu: “E você deixa?” É que eu fico mandando mensagem pra ele o tempo todo, pedindo para colocar meu projeto de lei na pauta. É isso, aí, ganhando pela insistência e persistência!

Não era hora desse acordo

Não é novidade para ninguém que o Brasil atravessa uma crise e, por conta da instabilidade econômica, somada à baixa arrecadação e aos elevados gastos públicos, precisa apertar o cinto. Por isso, fiquei irritada com o acordo entre Brasil e União Europeia para que o país ingresse na Organização Europeia para a Pesquisa Astronômica no Hemisfério Austral (ESO).  Entendo que a participação brasileira – único país não europeu na organização – é importante, mas não agora. Há tantas prioridades a resolver antes disso. Nossa bancada foi contra, mas parte da oposição votou a favor do encaminhamento da votação, agindo tipo ‘Deixa aprovar porque ai o governo vai ter de dar explicação pro povo brasileiro’. Poxa, nesse momento de crise, oposição e situação deveriam se unir para derrubar esse acordo, que tramitava na Casa desde 2010 e o próprio governo já não queria que fosse adiante, porque vai custar aos cofres públicos 270 milhões de euros (cerca de R$ 945 milhões). Não era o momento, foi muito impróprio. Agora, a matéria será analisada pelo Senado. Tomara que seja derrubada.

Sábado de fé e emoção

Hoje é sábado. E para quem pensa que deputado fica em casa, vendo TV no sofá, que nada. Fiz questão de passar o dia no Centro de Tradições Nordestinas, a ONG fundada por meu pai, José de Abreu, e que eu presidi por muitos anos. Passei horas de emoção. Teve um evento maravilhoso em homenagem ao aniversário do Padre Cícero (terça-feira, 171 anos de seu nascimento). Fábio Teruel esteve à frente de toda a programação, que atraiu público superior a 7 mil pessoas. Foi muito lindo, muito emocionante. E eu fiquei lá até o fim, prestigiando esse momento marcante de fé, participando da missa e trocando abraços e carinho com as pessoas. Essa troca de energia é muito sadia e revigorante.

Festa em homenagem ao aniversário de Padre Cícero atraiu mais de 7 mil pesoas

Festa em homenagem ao aniversário de Padre Cícero atraiu mais de 7 mil pessoas

Arrocha na Comissão

Aconteceu um lance muito engraçado na Comissão Especial da Reforma Política. Eu estava ouvindo os outros integrantes se pronunciarem sobre os temas em discussão e meu celular estava em cima da mesa. Eu não sei porque raios, com o cotovelo, eu acionei música. E o som estava alto. Olha a música que começou a tocar: Hoje eu acordei, me veio a falta de você/Saudade de você, saudade de você/Lembrei que me acordava de manhã só pra dizer:/“Bom dia, meu bebê!/Te amo, meu bebê!”. Pablo, do Arrocha. No meio da comissão, em alto e bom som. Eu peguei o celular e não conseguia desligar aquilo. E eu estava bem na frente. Ai, eu sai, com todo muito rindo. Foi ridículo!!!

Dinheiro ou cartão de crédito

Sabe como a gente se sente na Câmara? É mais ou menos como ir às compras com cartão de crédito ou com dinheiro. Com dinheiro, você gasta menos, porque vê o quanto está gastando; já com o cartão de crédito, você não sente (só quando vem a fatura, e ai se arrepende imensamente do quanto gastou, né?). No Congresso, é a mesma coisa: você vota no apertar de um botão. As pessoas não têm noção do que aquele botão representa. O botão é o cartão de crédito. Dias desses, entraram duas emendas na lei das domésticas. Uma falava sobre o percentual do empregador e a outra, sobre o percentual de dedução no IR do custo com o empregado doméstico. Eu achei ambas muito interessantes, conversei com o nosso bloco e votamos ‘sim’, mas parte do plenário apertou o botão sem ter conhecimento exato do que se tratava. É muito nítida a despreocupação de vários com o que está sendo votado, o desinteresse em aprofundar o tema, em debater. Isso me deixa muito triste, porque apertar o botão pode parecer um gesto simples, sem consequência na hora, mas a fatura desse gesto vai chegar. E ai, vai adiantar se arrepender depois?

Vida fácil, né?

Calhamaço de projetos em votação em um dia

Esse é o calhamaço de projetos em votação que a gente tem de ler para votação

Olha o calhamaço que tenho em mãos. É a quantidade de coisas que a gente tem de ler para votação no dia. E eu faço questão de ler tudo, mas tudo mesmo, que é para votar tendo amplo e total conhecimento do que se trata e, com isso, ter certeza do voto que vou dar. Fosse esse o único compromisso do dia, mas, que nada: além das votações, há ainda as reuniões das comissões, o atendimento em gabinete, os compromissos agendados, fora outras agendas que surgem a cada momento e que é muito importante estar presente. E há quem diga que vida de parlamentar é fácil, né?

A 1ª vez, a gente nunca esquece

Foi demais! Presidi a sessão da comissão especial da Reforma Política. O presidente Rodrigo Maia precisou se ausentar no meio da reunião e me chamou para ocupar seu lugar. Minha primeira experiência. Foi muito legal, admito que fiquei totalmente perdida (afinal, foi a primeira vez, né?), mas deu tudo certo. No fim, teve um requerimento convidando os presidentes nacionais dos partidos para irem lá, obviamente os grandes partidos. Já fiquei brava na hora e comecei minha manifestação para que os pequenos partidos também sejam convidados. No geral, foi ‘ma-ra-vi-lho-so‘ presidir a reunião. Amei!!!

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