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Sim é sim ou sim é não?

Isto aqui é muita confusão. Preciso registrar meu sentimento neste blog (que um dia vai virar livro e, quem sabe, um manual para os futuros novatos do Parlamento). Entra uma emenda pedindo a supressão de um texto que foi aprovado. Ai você não sabe se votar ‘sim’ é votar na manutenção do texto ou se o ‘sim’ é para suprimir, eliminar, o texto. Todo mundo fica perdido, todo mundo falando ao mesmo e ninguém entendendo exatamente o que significa esse ‘sim’. No fim, muita gente acaba votando errado. Afinal, o ‘sim’ é ‘sim’ mesmo ou o ‘sim’ significa ‘não’?  É pra endoidecer!

Ao lado do presidente

Presenciei uma cena muito engraçada agora. Tem um deputado de Belo Horizonte, o Edson Moreira, que é uma figura. Ele é doido, doido, doido (sentido figurado da palavra, é claro). Eu estou aqui sentada, votando requerimento de inversão de pauta no plenário, olho para a Mesa Diretora e ele está lá, sentado ao lado do presidente, Eduardo Cunha. Ele invade a mesa, senta-se à direita do Eduardo Cunha e dá uma de bonzão. É mesmo muito engraçado esse deputado. Vale o registro: o Edson Moreira é o delegado mineiro que prendeu o goleiro Bruno, do Flamengo, condenado pelo assassinato da namorada Eliza Samudio.

 

Deputado Edson Moreira senta na Mesa Direitora, ao lado de Eduardo Cunha

Deputado Edson Moreira senta-se na Mesa Direitora, ao lado de Eduardo Cunha

Meu velhinho caolho

Meu pessoal fica rindo de mim por causa do carro que uso para os deslocamentos em Brasília. Estou sempre pegando carona com meus assessores. Um deles tem um Gol velho, branco (na realidade, amarelado pela ação do tempo) e farol queimado. Quem me conhece sabe que eu não ligo pra esse negócio de automóvel. Quando estamos na chapelaria do Congresso, esperando meu carro sair da garagem, e de lá surgem aqueles carrões importados, todos estilosos, lataria brilhando, cheirinho de novo, minha equipe não se segura e cai na gargalhada. É que no meio desse desfile de ‘máquinas’, surge o meu Golzinho, velhinho e caolho.

Desistiu do desafio

Meu marido, Gabriel Melo, vinha reclamando demais que eu não atendia seus telefonemas e não retornava suas ligações. Carente, chegou a dizer que eu o estava abandonando (snif, snif). Então, lhe fiz um desafio: passar esta semana comigo no Congresso. Conclusão: ele desistiu já na segunda sessão. Hahahaha. Não aguentou. Jogou a toalha. Viu que, realmente, não tem como atender o telefone.  O ritmo aqui é mesmo alucinante e enlouquecedor!

Olha a carinha dele, a meu lado, durante a sessão: cansadíssimo

Olha a carinha dele, ao meu lado, durante a sessão: cansadíssimo

Enxurrada de emails

Tem uma luta muito grande dos assistentes sociais, que é o aumento do piso salarial da categoria. É um projeto de lei que está tramitando aqui há muitos anos. Eles me pediram ajuda nessa luta. Como tenho um amigo na titularidade da Comissão de Finanças e Tributação, fiz um pedido pra ele pedir a relatoria. E ele conseguiu. No dia seguinte, recebeu mais de 350 mil emails (rs) de todos os assistentes sociais pedindo para aprovar o piso salarial. Ele me procurou e disse: “Renata, olhe o que você me deu. Estou em pânico”. Na verdade, não foram 350 mil e-mails, isso foi um modo de expressão, mas a caixa postal dele ficou lotadaça. Agora, se Deus quiser, a gente vai trabalhar firme para aprovar essa reivindicação, mais do que justa, dos assistentes sociais. É isso ai, mais uma conquista.

Vitória dos novatos

Superfeliz. Minha amiga Dâmina foi eleita coordenadora da Secretaria da Mulher. Foi uma grande conquista por se tratar de uma novata. Os novatos sofrem muito preconceito aqui e, sendo mulher, mais ainda.  Mas a gente lutou muito e conseguiu. Agora, a votação para a eleição ao cargo foi engraçada demais. O posto de coordenadora é indicação da maior bancada. Como o nosso bloco tinha a maior bancada, indicou a Dâmina. Candidata única. Só que a gente teve de ir até a cabine eletrônica votar. A pergunta que fica sempre sem resposta: “Se tem apenas um candidato, por que não fazer a escolha por aclamação?” Todas as eleições daqui praticamente são assim. É muito engraçado. Na Comissão de Ciência e Tecnologia, por exemplo, também era candidato único e o sistema de votação foi o mesmo.

damina

Minha amiga Dâmina é eleita coordenadora da Secretaria da Mulher

“Isso aqui é insano”

Parafraseando minha amiga deputada Christiane Yared: “Isso aqui é insano”. Hahahaha! Termina uma votação, ai você tenta ir almoçar, alguém te chama, vai ter audiência, marcaram sessão, agendaram reunião. E você descobre tudo isso na hora, é um atrás do outro. Realmente, é uma loucura!

De segunda à segunda

E há quem diga que deputado não trabalha, ou que trabalha só três dias por semana. Preconceito ou desconhecimento? As pessoas julgam sem saber. No Congresso, a jornada começa cedinho e só termina altas horas da noite. Têm reuniões a todo instante e sessões sem hora pra acabar às terças, quartas e quintas-feiras. Nos outros dias, o ritmo não diminui, não, porque é preciso trabalhar em sua base eleitoral, no seu Estado de origem. Neste último fim de semana, voltei pra casa na quinta à noite e meus filhos já estavam dormindo. Passei sábado e domingo inteiros nas comunidades de São Paulo, debaixo de chuva, entregando flores às moradoras pelo Dia Internacional da Mulher e tomando conhecimento das necessidades de infraestrutura dessas localidades. Sexta, sem respiro, foi reunião atrás de reunião. Tenho mais de 100 pedidos de agenda. O mesmo se repetiu na segunda-feira. Ainda à noite, participei de sessão solene na Freguesia do Ó e em seguida fui receber uma homenagem no Rotary. No dia seguinte, no primeiro voo, embarquei pra Brasília. Cheguei em casa com meus filhos dormindo e fui embora, com eles dormindo. Se isso não é trabalhar, o que é trabalhar, então?

Condicionamento físico 100%

Terça-feira supercorrida. Cheguei em Brasília e fui direto para a reunião da comissão especial da Reforma Política. Depois de horas debatendo os temas da Reforma, sai em disparada para a reunião de líderes de partidos, representando o Bacelar, nosso líder do PTN. Sem tempo pro café da manhã e almoço, mais correria, para chegar a tempo a outras reuniões agendadas e às sessões em plenário, com votação nominal. Apesar da correria, o dia terminou vitorioso. É que foi aprovado um projeto de lei muito bom, de autoria da Luiza Erundina, que garante a presença de mulheres nas mesas diretoras das Câmaras, Assembleias e Senado. Agora temos nosso espaço assegurado na composição das mesas diretoras de todas as Casas Legislativas. Fiquei muito feliz por mais essa batalha vencida. E sabe o que é melhor? Essa correria tem me feito um bem danado. Meu condicionamento físico está 100%. Se os médicos recomendam dar 10 mil passos por dia, tenho superado, e muito, essa marca. E de salto alto!!!

Aprovado projeto de lei que garante a presença de mulheres nas mesas diretoras legislativas

Aprovado projeto que garante a presença de mulheres nas mesas diretoras legislativas

Marmita no plenário

Meu café da manhã e almoço juntos, às 19 horas

Café da manhã e almoço juntos, às 19 horas: agora estou feliz, fim da fome

Depois daquele dia conturbado, com uma reunião atrás da outra, consegui agora, 7 da noite, tomar meu café da manhã e meu almoço juntos. Como eu tinha pedido para o pessoal do meu gabinete pegar uma marmita no início da tarde, mas eu não consegui parar lá, a comida ficou na geladeira. Agora pedi para trazer a comida, requentada, no plenário. E voltei a sorrir, porque meu estômago estava grudado nas costas, sem alimentação desde a noite de ontem. Comi meu peixinho com arroz faltando cinco minutos para a votação nominal do requerimento para retirada de pauta da valorização do salário mínimo. A sessão continua, com discussão bem calorosa, mas agora dá para aguentar até a hora do jantar, lá pelas 3 da madrugada!!! (rs)

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