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Em 1 minuto, tudo acontece

Que loucura. Sabe quando tudo acontece ao mesmo tempo, embora a coisa aparente estar meio parada? E quando menos se espera, acontece? Louco isso, né? Mas é assim que está Brasília. Ontem, na CCJ do Senado, era pra ser votada a PEC da Reforma Política, mas não tinha quórum. Já estávamos todos dando por perdida essa votação antes do recesso parlamentar, quando do nada convocaram uma sessão extra e aprovaram a janela partidária em primeiro e segundo turnos. Quando você menos espera as coisas acontecem aqui, não é nem de um dia pro outro, mas de um minuto pro outro. É tudo muito rápido. As articulações são intensas, é um negócio que não dá pra descrever, só estando aqui mesmo.

senado pec janela

Caçada em pleno voo

celular desligadoUma coisa que me impressionou aqui nesta semana. Na terça-feira eu perdi o voo da manhã para Brasília e só havia outro, acreditem, às 17h. Portanto, não consegui chegar a tempo de votar na sessão que aprovou a chapa avulsa, formada por deputados da oposição e dissidentes do PMDB, para compor a Comissão Especial que vai analisar o pedido de impeachment da Dilma. Quando cheguei no plenário a votação já estava encerrada. Aliás, nunca uma votação nominal foi tão rápida. Ontem, vários deputados me interpelaram o porquê não ter votado. Pensei: nossa, sentiram minha falta. Só que não. Depois descobri que eles, tanto a favor quanto contra a criação dessa chapa, ficaram me telefonando para chegar logo, só que eu estava em pleno voo, incomunicável, com o celular desligado. Olha, vou te falar, viu!

Mudança de partido

silvio costaNessa montagem da comissão especial, os votos dos 65 integrantes titulares valem muito. Então, está uma briga para entrar nesse colegiado a ponto de deputado mudar de partido, sem janela, como é o caso do Silvio Costa (PSC), vice-líder do governo, que agora aparece filiado no PT do B, só para ocupar uma vaga na comissão especial. Vai saber qual o real interesse desse pessoal? É para fazer média com o governo? É engraçado como as coisas acontecem aqui e você nem sabe como acontecem. É um articulando de um lado, outro articulando do outro, é tudo uma surpresa.

Rinha de galo

Essa talvez seja a melhor definição do que ocorreu na Câmara dos Deputados assim que o Eduardo Cunha realizou a eleição secreta para formação do colegiado da Comissão Especial que analisará o impeachment. Na semana passada, os líderes partidários haviam entrado em acordo para não permitir candidaturas avulsas. No entanto, na segunda-feira, deputados da oposição e dissidentes do PMDB reivindicaram a possibilidade de lançar chapa avulsa. O objetivo da chapa alternativa era compor um grupo com deputados do PMDB que são críticos ao governo Dilma, já que o então líder da bancada na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), apresentou apenas nomes mais em sintonia com o Palácio do Planalto. Eduardo Cunha aceitou os argumentos dos queixosos e marcou para terça-feira a eleição. Já em plenário, integrantes da base aliada tentaram obstruir, com uso de força física, a votação, o que gerou empurrões, troca de ofensas, cabeçadas e depredações. briga na votacao

O PC do B recorreu ao STF para garantir a votação aberta, mas, enquanto a resposta do Supremo não chegava, aliados do governo ficaram dentro das cabines de votação para impedir que os parlamentares votassem. Duas urnas foram quebradas e três desinstaladas. Nos entreveros, alguns parlamentares perderam a compostura, se ofenderam e chegaram a trocar safanões. O plenário parecia arquibancada em dia de final de campeonato de futebol. Gritos de guerra dos dois lados, Pixuleco, bandeiras tremulando, cartazes pró e contra Dilma, um barulho ensurdecedor. No fim, a chapa alternativa de deputados de oposição e dissidentes da base aliada foi eleita por 272 votos a 199. Horas depois o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin suspendeu o andamento do impeachment na Câmara. Fica tudo parado até o dia 16, quando haverá o julgamento pelo plenário do STF das ações de governistas, que questionam o início do pedido de afastamento da presidente.

O clima está pesado demais por aqui e tudo gira em torno do pedido de impeachment. Tem a discussão sobre ter ou não o recesso parlamentar e agora a carta que o vice-presidente escreveu para ela, mostrando claramente que a relação entre Michel Temer e Dilma Rousseff está estremecida. temer e dilmaTrata-se de uma carta pessoal que, estranha e curiosamente, veio a público. O foco da correspondência é o atual cenário político. O vice-presidente escreve que nos últimos dias a presidente tem insistido em falar na confiança que deposita nele, mas a indicação é a de que ela não confia. No texto, Temer enumera momentos em que se sentiu como ‘decorativo’ e reclama da desconfiança da presidente.

Com toda essa história do impeachment, tudo ficou muito complicado por aqui. Os partidos não têm consenso, salvo PT e PSDB, está uma guerra geral. Os deputados do Nordeste, onde o PT acabou fazendo muita coisa por lá, estão bem divididos. Vamos ver o que vai dar. Eu acho que as ruas, a pressão popular, vão dar a destinação desse processo de impeachment. As ruas vão dizer. Aguardemos!

Política na conversa

Como a semana promete intensas atividades e muita movimentação por aqui, resolvi trazer meus filhos para Brasília. Acontece que mal os vi no fim de semana por causa da extensa agenda de compromissos em São Paulo, com a realização das ações sociais que costumo fazer no final do ano, levando Papai Noel e brinquedos nas comunidades carentes e alegrando um pouquinho a vida dessas crianças. Pretendia ficar com meus filhos na segunda-feira, mas o Eduardo Cunha convocou uma sessão extraordinária nesse dia. Eu já estava no aeroporto para embarcar quando recebi mensagem que a sessão tinha sido cancelada. Dei meia volta e corri pra agarrar meus filhotes, porque a saudade estava incontrolável. No dia seguinte, viajei com eles para Brasília. No avião, uma moça entrou com um Pixuleco. pixulecoE meus filhos começaram a brincar com o boneco. Interessante isso: no avião se ouvia muitas pessoas falando de política. Toda essa crise trouxe uma coisa boa: o brasileiro está falando de política, discutindo política. Está vendo que política tem impacto na sua vida. Até pouco tempo atrás, se você falasse de política numa roda de amigos, ninguém te ouvia, não dava a mínima. Enfim, o Brasil acordou. O fato é que nós dependemos de política, temos de participar. Acho que tudo tem um propósito na vida, sabe. Essa crise que estamos vivendo é para que o brasileiro entenda que precisa sim participar.

Assídua leitora de vocês

Amigos do blog, alguns de vocês perguntaram se eu leio os comentários. Sim, eu leio todos os comentários. Às vezes demoro para responder, mas leio um por um. Podem continuar se manifestando sim porque, assim como vocês me seguem no blog, sou assídua leitora dos comentários de todos, inclusive as críticas, porque a gente melhora com as críticas. Gosto muito de ler o que vocês escrevem.

 

A mentira não é o motivo

Para a gente que conhece os bastidores do Congresso chega a ser engraçada essa troca de farpas entre Eduardo Cunha e Dilma Rousseff. O presidente da Casa, Eduardo Cunha, afirma que deflagrou o processo de impeachment porque a presidente mentiu. A Dilma diz que quem mente é Cunha. O curioso é que os dois são alvo de icunha dilmanvestigação no Congresso. Há uma comissão especial a ser oficializada hoje para dar o parecer sobre o processo de impeachment. E há a Comissão de Ética da Câmara, que amanhã deve divulgar seu parecer sobre Cunha, que teria mentido na CPI da Petrobrás. Bem, nesse episódio do impeachment da Dilma, todos nós sabemos qual o motivo do aceite do processo: é falta de composição política, não é porque cabe ou não cabe o impeachment. A verdade é essa.

 

E agora? O que vai acontecer?

IMG_1022Que semana, gente! O grande acontecimento daqui, em Brasília, todos vocês já sabem: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceitou o pedido do jurista Hélio Bicudo para abertura do processo de impeachment da presidente Dilma. As horas que antecederam esse anúncio foram de enorme expectativa no Congresso, porque todos aguardavam o posicionamento do Conselho de Ética sobre o pedido de cassação do mandato do Eduardo Cunha.

Para mim não foi surpresa, porque estava muito clara a situação: se os três deputados do PT, integrantes da Comissão de Ética, votassem favoráveis à cassação, o Eduardo Cunha aceitaria o pedido de abertura do processo de impeachment. Imaginem a pressão para todos os lados. Coitados desses deputados petistas naquele momento. Se eles votassem contra, estariam contra o partido e a opinião pública; se votassem a favor, teríamos o aceite do pedido de impeachment.

Aqui, a gente vive nessas encruzilhadas, sabe, se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come. É direto isso. Eu não queria estar na pele deles, não. Mas, enfim, eles declararam que votariam pela cassação do Cunha, então, aconteceu o que aconteceu: deflagrado o processo de impeachment da presidente Dilma.

Eu não sei o que vai acontecer daqui pra frente, mas o processo é muito longo.  Criada a comissão especial, com 65 membros titulares e 65 suplentes, ela terá de dar seu parecer sobre a abertura ou não do processo de impeachment. O parecer, então, vai a plenário e o processo só será aberto se dois terços (342) dos 513 deputados votarem a favor. Depois, segue para o Senado onde, em sessão presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, o impeachment somente será aprovado se 54 dos 81 senadores votarem a favor. Viram, não é uma coisa rápida. Nesse meio tempo, só digo uma coisa para vocês: vai valer muito a manifestação popular. Esta Casa é totalmente contagiada pela força da pressão popular. A grande interrogação disso tudo é o que vai acontecer com o Brasil durante todo esse processo?

 

Monstrengo na política

A Reforma Política agora está sendo votada no Senado e está aquele bafafá sobre a janela partidária para os deputados que queiram mudar de partido sem risco de perda de mandato. Vocês lembram, né, da liminar do Supremo assegurando a quem se mudar para um novo partido levar o Fundo Partidário e o tempo de TV? Neste ano, o TSE concedeu registro para três novas legendas: Partido Novo, Rede Sustentabilidade (da Marina Silva) e o PMB (Partido da Mulher Brasileira), que já tem 22 deputados. Diante disso, um parlamentar muito engraçado aqui saiu-se com essa: “Que monstrengo a gente está criando na Câmara. A Rede só leva peixe, o Novo só leva velho e o da Mulher só leva homem. Acabamos de criar um monstrengo na política brasileira”. kkkkkkk

Perseguição política

chico alencar

Chico Alencar foi denunciado à Comissão de Ética

Tem um deputado do Psol, o Chico Alencar, que está sofrendo pedido de cassação de mandato no Conselho de Ética. Trata-se de um deputado do qual eu discordo de quase todos os seus posicionamentos, ele é contra a maioria dos meus projetos, mas é um cara que eu respeito muito, é assíduo, dedicado, está sempre nos embates, lutando pelas coisas em que acredita. Eu admiro muito pessoas assim, que trabalham, que são responsáveis.  O Paulinho da Força, do Solidariedade, foi quem fez a denúncia, acusando o Chico Alencar de ter usado recursos da Câmara para fins eleitorais, tendo parte da sua campanha financiada por funcionários de seu gabinete, e de ter supostamente apresentado notas frias por serviços prestados por empresa fantasma para ser ressarcido. Gente, é pura perseguição política. Chico Alencar pertence a um dos partidos que protocolaram o pedido de cassação do Eduardo Cunha. Se tem uma coisa que eu odeio na política é quando usam dessas artimanhas horríveis para tentar se sobrepor ou intimidar. Política tem de ser feita com construção, com coisas positivas. Acho que nós mesmos denegrimos nossa classe. Para mim, essa é a situação do Chico Alencar. Apesar de não compartilhar das ideias dele, é um deputado que trabalha demais. Foi um dos mais votados no Rio de Janeiro e não merece essa perseguição. A gente lê uma notícia que fulano de tal está com processo de cassação no Conselho de Ética e não necessariamente isso significa que ele é bandido, muitas vezes trata-se meramente de uma perseguição política. Precisamos ficar atentos. Na política, o jogo costuma ser muito sujo.

 

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