Também votamos o financiamento de campanha. Eu sou contra o financiamento privado de pessoas jurídicas, por isso fui muito pressionada, ameaçada, mas mantive minha convicção. É importante lembrar que a proposta foi derrotada na terça-feira, mas depois teve uma manobra regimental colocando na quarta-feira um texto semelhante em votação. Foi um agito só, com muitos deputados reclamando, xingando, foi complicado. O Chico Alencar até ergueu um cartaz, onde estava escrito “Empresa não doa, investe!”. Ai, como muitos colegas sabiam que eu tinha votado contra, um deles veio reclamar comigo: “Como assim, que absurdo. Você não recebeu doação de pessoa jurídica”? Sim, hoje é permitido, falei para ele, emendando: “Você gostaria de ser casado com duas mulheres? Sim? Então, por que não casa? Ah, não é permitido, né? E se fosse”? É a mesma coisa! Proibindo, geraria igualdade econômica para todos. Como hoje não tem, todo mundo sai em busca de financiamento privado, de financiamento de pessoa jurídica, mas, para mim e para a sociedade, não é o ideal. Se fosse proibido para todo mundo, todo mundo teria de se adequar à regra, o que tornaria a eleição um pouquinho mais igualitária, com o poder econômico influenciando menos. Votei duas vezes contra. Até dentro do meu bloco, eu fui uma das que votaram contra esse tipo de financiamento. A gente tem de ter coerência. É uma questão minha, não cedi às pressões e acredito ter me prejudicado muito por isso. Acho que minha fama de teimosa e persistente aumentou ainda mais.
Compartilhe este post com seus amigos: