dez 6, 2016 - câmara dos deputados    5 Comments

Reforma da Previdência

pec-da-previdenciaA PEC 287, que trata da Reforma da Previdência, chegou hoje à Câmara para que sua admissibilidade seja analisada pela CCJC (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania). Se aprovada, uma comissão especial será criada na Casa para analisar todos os itens. Isso deve durar dezembro todo e, no começo de 2017,  entrará na pauta do plenário para ser votada em dois turnos. Essa comissão debruçará sobre a PEC, apresentará emendas e substitutivos ao texto principal que entender serem necessários e o relatório final será discutido e votado em plenário. A primeira impressão me agradou, principalmente porque não faz distinção entre trabalhadores urbanos e rurais, servidores públicos, políticos e detentores de cargos eletivos. Todos estão incluídos, exceção das Forças Armadas, cuja reforma da Previdência virá por meio de projeto de lei, e da PM, que terá regras estabelecidas em seus Estados. Para vocês terem uma noção da situação, hoje uma em cada 10 pessoas é idosa no Brasil. Em 2060, será um idoso a cada três pessoas. A situação da nossa Previdência exige que se faça algo, ou os futuros trabalhadores com direito ao benefício não o receberão. Hoje, o rombo está em torno de R$ 200 bilhões e a projeção para 2017 é de R$ 230 bi, e quem paga por isso é a sociedade economicamente ativa, por meio da arrecadação de impostos. Precisamos garantir que a aposentadoria seja paga a todos por muitos e muitos anos.

Principais mudanças propostas pela PEC 287:

  1. Fixação da idade mínima de 65 anos para o trabalhador se aposentar. Haverá uma regra de transição para o contribuinte com mais de 45 anos (mulheres) ou 50 (homens): acréscimo de 50% sobre o tempo de contribuição que resta com base na regra antiga. O piso previdenciário permanece de um salário mínimo.
  2. O trabalhador terá de contribuir para o INSS por 49 anos para receber 100% do valor da aposentadoria. A nova regra é válida tanto para a iniciativa privada quanto para o serviço público.
  3. Elimina distinções entre segurados do INSS e servidores públicos, trabalhadores rurais e urbanos e detentores de cargos eletivos. As exceções ficarão por conta de deficientes físicos e trabalhadores em condições insalubres, que seguirão com regras especiais. A aposentadoria dos militares das Forças Armadas será definida em um projeto de lei a ser encaminhado ao Congresso. PMs e bombeiros terão suas regras definidas separadamente em cada Estado.
  4. A idade mínima para aposentadoria deve subir ao menos duas vezes e chegar aos 67 anos em 2060, crescendo conforme o aumento da expectativa de vida dos brasileiros.
  5. Quem já recebe aposentadoria ou já completou as condições para se aposentar terá os direitos garantidos pela regra antiga.

 

5 Comentário

  • Deputada, a reforma da previdência proposta é péssima, em especial para os mais pobres. Igualar os trabalhadores rurais aos urbanos, é simplesmente cruel. A menos que se defenda que o brasileiro não tenha mais o direito de se aposentar, não se pode ficar a favor dessa proposta, como foi apresentada.
    Claro, mudanças são necessárias. Mas não seria o caso de chamar à discussão os trabalhadores, maiores interessados?
    Convidou-a a ler o artigo abaixo, e rever sua posição.

    http://m.folha.uol.com.br/opiniao/2016/12/1840184-reforma-da-previdencia-proposta-pelo-governo-sera-benefica-para-o-pais-nao.shtml

    • Oi, Enio

      Desde o dia 7, quando me manifestei sobre a Reforma da Previdência, a PEC elaborada pelo governo já sofreu algumas alterações, feitas pelo próprio Executivo. Agora, começa a ser analisada pela Comissão Especial e, com certeza, haverá mudanças no texto final antes de ir à votação em plenário. Nesse período de análise e discussão na comissão, esse colegiado irá promover audiências públicas, convidar especialistas de todas as áreas, inclusive representantes dos trabalhadores, para que se manifestem e apresentem sugestões. E mesmo quando for a plenário, surgirão emendas a serem acrescidas ou substituídas ao texto final a ser aprovado pelos parlamentares. Até lá, muita coisa vai mudar. Espero ter esclarecido seu questionamento.
      Abraços e boa semana

      • Renata,

        Eu sei como funciona a tramitação de projetos no Congresso, é algo que acompanho ao longo de mais de 30 anos, ainda que nunca tenha me candidatado. E não acho que a simples discussão em torno desse projeto seja suficiente. O projeto começou errado, pois a primeira coisa que deveria ser feita seria aumentar a arrecadação por meio de cobrança e, eventualmente, punição aos sonegadores. Jogar a carga sobre o povo é sempre o mais fácil, eu sei. Mas eu te pergunto: acha justo para com seus eleitores?

  • Deputada, a mentira do governo de que a reforma da Previdência das Forças Armadas, virá DEPOIS por meio de projeto de lei, talvez ainda engane alguns incautos. Todos no Brasil — e sobretudo no Congresso Nacional — sabem que, o que fica para depois, não acontece.

    • Boa Tarde, Marco

      Os militares não são regidos pelas diretrizes da Previdência. Eles não se aposentam, entram para a reserva, e podem ser chamados para voltar ao trabalho a qualquer momento. No entanto, entendo que também devem ser submetidos a novas regras e, espero acreditar que elas virão em forma de projeto de lei, conforme prometido pelo governo. Espero mesmo que isso ocorra, porque no déficit previdenciário também tem parcela das Forças Armadas nesse rombo.
      Abraços, e obrigada por participar do meu blog. Boa semana!

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