ago 16, 2017 - câmara dos deputados    1 Comment

Preparando um golpe

Ontem, um deputado falou uma coisa que achei muito verdadeiro. Era sobre senadores, que costumam ser políticos mais velhos, a sabedoria deles e como os deputados estavam fazendo papel de bobos. E mais: que a sociedade tomaria um golpe, sem perceber a manobra. Ouvi com muita atenção o que o parlamentar dizia, e querem saber? Faz todo sentido o raciocínio dele. Veja bem: em 2015, o debate era sobre a proibição do financiamento privado nas campanhas eleitorais, por causa de todos os escândalos que vieram à tona, contratos superfaturados, Petrolão, caixa 2, enfim, tudo aquilo que vocês sabem muito bem. Houve, inclusive, mobilização popular pelo fim do financiamento privado.

Em setembro daquele ano, o Supremo Tribunal Federal decidiu proibir o financiamento privado de campanhas políticas, por entender que as doações desequilibram a disputa eleitoral. Entretanto, uma semana antes da decisão do STF, a Câmara dos Deputados aprovara uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) pela manutenção de doações privadas. Coisa que eu sempre fui muito contra, porque acho ser uma relação promíscua e que não preserva a independência dos parlamentares. Sempre fui a favor do financiamento público, por ter mais transparência e mais igualdade entre os candidatos e entre os partidos. Na época dessa discussão na Casa, votei contra o financiamento privado, mas a proposta acabou aprovada em plenário e foi remetida para análise pelo Senado. E o que o Senado fez? Engavetou o texto.

Agora, o mesmo assunto volta à discussão, mas, ao contrário de 2015, a sociedade começa a bater e a criticar agora o financiamento público. Peraí, a gente precisa decidir o que quer. Financiamento privado ou público? Precisa ter um ou outro, não tem jeito. A Câmara está inclinada a aprovar o financiamento público. Feito isso, a proposta irá para o Senado, que virá com o discurso de que o financiamento público é um absurdo e que a sociedade não o quer. Ou seja, como a sociedade esqueceu aquela manifestação do passado, e hoje se posiciona ao contrário, o Senado vai aproveitar o diz-que-diz para aprovar o financiamento privado. Nessa, saem fortalecidos os partidos que têm a máquina administrativa na mão e, por tabela, os acordos com grandes empresas também se beneficiam. E fica instalado o desequilíbrio eleitoral. Entenderam? Esse é golpe!

 

1 Comentário

  • O nosso país é maior e bem mais forte que seus governantes, seus políticos e suas crises.
    Só dar tempo ao tempo, que tudo vai ser superado!
    O mais importante é buscarmos o equilíbrio e lutarmos sempre por ele.
    Acho que com grandeza, honestidade e ética tudo se resolve.
    O Brasil é uma árvore frondosa que foi plantada aqui em 1500 por Pedro Alvares Cabral.
    A consciência que virá das ruas nas próxima eleições e, as redes sociais vão melhorar e muito o país.
    Essas caras que entram em nossas casas nos noticiários nacionais, vão fazer parte de um passado triste e, vão dar lugar a outras.
    Vão ficar muito poucos para contar essa triste história que fizeram com o país.
    Vão ser novos caminhos e novas historias.

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