Archive from fevereiro, 2015

Estudando o Regimento

Gente, estou estudando o Regimento Interno da Câmara. Quero saber tudo. Até porque o presidente da Casa, Eduardo Cunha, é um regimentalista de primeira. E ele pega no pé no cumprimento do regulamento. Estou recebendo ajuda de um professor bom à beça. Ele é da assessoria técnica do DEM. A primeira aula durou 5 horas. Tenho uma semana pra ficar craque no estatuto. Por isso, fiz um pacto com meu sono, que vai segurar as pontas enquanto eu estudo noite adentro. (zzzzzzzz)

Foi com medo de avião…

Não sei se já contei que tenho medo de avião. Medo, não, pânico. Imagine meu estado no voo para Brasília, ontem? Teve turbulência. Lembra da música do Belchior – “foi com medo de avião…” –, pois, bem, desembarquei com as pernas trêmulas, suando frio, coração saindo pela boca. Só consegui me recompor emocionalmente quando entrei no gabinete.

Cara de Mona Lisa

Entrar no plenário em dia de sessão me assusta um pouco. É muita coisa para ser votada, textos enormes para ser lido. Eu faço questão de ler tudo mesmo. E foi durante essa minha leitura que fui interrompida por um deputado: “Ah, brincadeira que você vai ler todo o projeto de lei? No máximo, a gente lê o resuminho. E daqui há três meses, nem isso lê mais.”

Afe!!!  Só fazendo cara de Mona Lisa (sem expressão) para ouvir uma coisa dessa. Pensei com meus botões: Você vai votar um projeto de lei que pode mudar a vida de tanta gente e nem quer se informar do que se trata?  Nunca vou mudar esse meu jeito. Vou continuar lendo, entendendo e debatendo tudo, porque todo projeto de lei representa muito para muita gente deste país. Gente que merece o nosso respeito, a nossa dedicação.

Desfiz minha expressão Mona Lisa e indaguei o nobre colega: “Então, por que estamos sendo pagos? O povo paga caro para que nós nos importemos com as coisas que estão indo a plenário e que poderão se tornar lei neste país”.  Não obtive resposta.

Agradável surpresa

Começa a segunda semana de trabalho na Câmara dos Deputados. Mal cheguei ao meu gabinete, no 7º andar, eis o que vi: a placa de identificação na porta. Até sexta-feira, quando encerrei os trabalhos, ali havia apenas uma folha de sulfite. O pessoal da Comunicação da Casa me proporcionou agradável surpresa. Agora, sim, uma placa novinha, com nome, Estado e partido.  Agora estamos bem melhor identificados, não é mesmo? Quem estiver por Brasília e quiser tomar um cafezinho comigo, pode vir, afinal a casa é sua. Ou melhor, o gabinete seu!

porta de gabinete

Brasília não me conhece

Protocolei meu projeto de lei de Educação já no primeiro dia de trabalho legislativo, na segunda-feira, dia 2. Não falei sobre isso até agora porque estava digerindo tristes palavras de um colega deputado. Me vendo feliz por ter protocolado meu primeiro projeto de lei, cumprindo com minha bandeira de campanha, ele se aproximou e falou: “Não, Renata, não viaja, aqui não se aprova um projeto de lei de deputados. É tudo medida provisória”. Fiquei chocada!

Admito que fiquei muito triste com as palavras do colega, mas já passou. Se a rotina desta Casa é não dar espaço a projetos dos deputados, temos que mudar esta idéia. Nem que tenhamos de fazer muito barulho para isso!

Com  articulação e o chavequinho feminino, teremos, sim, Política, Direitos Básicos e Primeiros Socorros como matérias obrigatórias nas escolas. Vamos politizar os nossos jovens e ajudar a formar uma geração muito mais sábia e por dentro de seus direitos e deveres. É pra isso que fui eleita, né, meus amigos?

Futebol no salão verde

Felipinho, de 4 anos, causou no salão verde e quebrou o protocolo do lugar. Jogou bola com os deputados, sentou na mesa do secretário, não parou um minuto. Deu muito trabalho. Tomara que ele tenha sensibilizado o deputado Alex Canziani, da 4ª secretaria da Mesa Diretora. Estive lá com o Felipinho e o Rafinha, 2 anos, pedindo um apartamento funcional mais perto do Congresso. Assim, conseguiria dar uma fugidinha na hora do almoço para almoçar com meus meninos. Ah, detalhe: Felipinho deu muito olé nos ‘adversários’. Garoto é bom de bola! Palavra de mãe!

Pop Star em Brasília

O Congresso tem um pop star: meu pai, José de Abreu. É incrível como as pessoas o admiram e fazem questão de vir sempre falar com ele. Os abraços fortes e a expressão de felicidade ao encontrá-lo mostram o quanto meu pai é querido aqui, principalmente pelos servidores. De ascensorista, balconista, garçom, todos, sem exceção, o reverenciam com carinho. É impressionante como ele é conhecido, e reconhecido, aqui em Brasília. E olha que ele deixou de ser deputado federal em 2002. Só faltam pedir autógrafo. Acho até que vou providenciar óculos escuros. Ídolo que é ídolo costuma sair na rua de óculos escuros, não é mesmo? Quem o conhece sabe o quanto o sr. José de Abreu é amigo, companheiro, paciente e atencioso. Quem nem eu (kkkk)!

O sangue ferveu

Um trator atropelou os partidos menores na Câmara, terça-feira à noite. Colocar em pauta a admissibilidade da PEC 352/13, que trata da reforma política, já na primeira sessão, foi um atentado à democracia. Essa PEC propõe esmagar os partidos pequenos com a cláusula de barreira. Um absurdo, porque as eleições são realizadas em condições desiguais. Quando se concorre com fundo partidário pífio e tempo de TV quase zero, imputar aos pequenos partidos essa cláusula de desempenho é o mesmo que ter uma prova de atletismo entre um velocista e um concorrente com as pernas amarradas.

Não é essa reforma política que o povo quer, tanto que elegeu muita gente dos pequenos partidos, justamente para renovar e oxigenar esta Casa. Diante da fragmentação do Congresso, só posso deduzir que o  que eles pretendem é esmagar qualquer renovação de política futura.

Eu defendo a reforma política, mas não da forma como querem, colocando-a goela abaixo. E já na primeira sessão. Caramba! Foi um desrespeito aos novos deputados, mais de 40% pisando pela primeira vez no Congresso, muitos dos quais ainda sem conhecimento pleno do funcionamento da Casa e muito menos do texto em discussão.

Foram horas de muito sofrimento e tristeza. Fiquei com os nervos à flor da pele, o sangue ferveu e nem mesmo o frio que passei, naquele ar-condicionado ligado no máximo, abaixou minha temperatura. Me senti atropelada, enganada no dia de ontem. É lamentável tentar tirar proveito da inexperiência dos novos.

 

Bancada feminina

Café da manha das mulheres da Câmara, celebrando o início dos trabalhos

Café da manha das mulheres da Câmara, celebrando o início dos trabalhos

Hoje teve café da manhã da bancada feminina da Câmara. Somos 51 mulheres. Senti que todas falam com coração, com a verdade. Têm posições firmes. Por isso, é tão importante defender maior participação da mulher na política. Eu defendo cota feminina no Parlamento, para que o futuro de nossos filhos esteja preservado. Eu vou me empenhar  para unir as deputadas na luta pela cota representativa na Mesa Diretora e nas comissões. Para ter uma ideia, essa é a primeira vez na história da Câmara que uma mulher ocupa cargo na mesa, agora com a Mara Gabrilli (PSDB) e a Luísa Erundina (PSB).

O bottom e a gravata

Esse bottom que a gente tem de usar, uma espécie de crachá de identificação de parlamentar, fura toda a nossa roupa. O apetrecho, certamente, foi planejado apenas para os homens, que têm lapela nos ternos. Para as mulheres, essa identificação deveria vir numa correntinha. Ficaria bem melhor e não estragaria tanto nossas roupas.

Outra coisa. Um de meus assessores acaba de ter negado seu acesso ao salão verde porque estava sem gravata. Sabia que não pode entrar aqui sem gravata? rsrs

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