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maio 28, 2015 - câmara dos deputados    2 Comentário

Só confio na minha mãe

Eu fiquei muito brava. A gente chegou num consenso que era melhor votar num sistema eleitoral para evitar que se convergisse para o fim das coligações, que nosso grupo considera muito ruim. Como eu estava muito convicta do que estava defendendo, e isso é uma característica minha, um deputado, que tinha uma conversa para se compor de outra forma, passou a falar com cada um do grupo, desarticulando a nossa composição. Ele chegou a dizer para alguns colegas que, com certeza, eu estava recebendo benefícios para lutar daquela forma. Fiquei p… da vida e fui com os dois pés no peito dele, tirando satisfação, porque mulher não engole sapo, é fogo! Não se fala um negócio desses. O problema é que sou muita convicta, brigo mesmo pelas coisas que eu acredito. No final, conversando com um amigo, no final da sessão, ele falou: “Renatinha, eu só confio na minha mãe, isso se o assunto não for a minha irmã”. Sensacional!

maio 20, 2015 - câmara dos deputados    6 Comentário

Gastrite nervosa

Olha, esta semana pode ser resumida como a semana de minha gastrite nervosa (acho que terei de tomar omeprazol). Se eu passar intacta por ela, já vou estar aliviada. Estamos prestes a votar a Reforma Política na Comissão Especial, que começou assim que eu assumi o mandato. Várias bandeiras podem acabar com os pequenos partidos e com a renovação política. Todos os dias marco presença, brigo, discuto, mas a gente está vendo que o trator vai passar por cima. Para vocês terem uma ideia de como estão as coisas por aqui, o relatório já mudou três vezes. Primeiro, colocaram mandato de cinco anos para senador. Como isso não vai passar no Senado, alteraram para 10 anos. A população chiou e voltaram para cinco anos. Não há consenso! Para unificar todas as eleições, obrigatoriamente tem de se reduzir ou aumentar o mandato do senador, e é aí que entra a questão: se diminuir, não se aprova o relatório. É uma coisa que eu sempre brigo: acho que essa Reforma não poderia ser feita por esta Casa. Somos muitos, a maioria muito competente, mas a grande verdade é que muita gente está defendendo seus interesses ou questões partidárias. Então, é muito complicado. Mais uma vez reitero que deveríamos brigar por uma Constituinte à parte para fazer essa Reforma Política. Eu estou lutando com unhas e dentes contra cláusula de barreira. Parece que aqui dentro da Câmara eles querem responder aos gritos das ruas acabando com os pequenos partidos. Ridículo, porque as manifestações populares não foram contra as pequenas legendas, mas contra um sistema corrompido por escândalos de corrupção, não é mesmo? O resultado das eleições foi justamente o inverso do que eles estão querendo, foi a fragmentação do Congresso, colocando novas legendas e novos parlamentares nesta Casa, que vieram através dos pequenos e médios partidos. Bom, vamos ver o que vai dar. Vou continuar lutando incansavelmente para que a gente consiga a predominância de um sistema razoável, e que permaneçam as minorias e a renovação política.

 

maio 14, 2015 - câmara dos deputados    3 Comentário

Teve até ‘bundalelê’

Votamos a segunda parte da votação do ajuste fiscal. No geral, o ajuste fiscal tem de ser votado, não tem jeito. Desta vez foi a questão da pensão por morte, que eu achei válido, por isso, votei a favor. Hoje, um rapaz de 21 anos casa com uma senhora de 60 e, caso ela morra primeiro, ele recebe pensão vitalícia. E, convenhamos, trata-se de uma pessoa que pode trabalhar e gerar produtividade para o País e, do jeito que é a regra atual, isso onera ainda mais os cofres públicos. Da forma como foi feita agora (pensão proporcional à sobrevida da pessoa beneficiada, justamente para estimular que ela gere produção, que trabalhe), achei muito válido. Votei a favor desse aspecto no ajuste fiscal. Concordam? Ah, é bom registrar que o ambiente continua muito agitado na Casa por causa da votação do pacote de ajuste fiscal. Tivemos até ‘bundalelê‘ (risos) nas galerias, além de faixas de protesto contra o governo, bandeiras pretas agitadas no plenário, empurra-empurra entre congressistas e interrupção da sessão. Um fuzuê danado! Quando eu falo em adicional de insalubridade para parlamentar, está na hora de se pensar nisso. Hahahaha!

bundalelê

Petrodólares, samba, protestos

Quarta-feira no plenário foi muito intenso e tenso. A discussão era longa, sobre aquele debate que eu fiz no post de ontem, a MP do seguro desemprego. A briga era grande, era a CUT, a Força Sindical, tinha de tudo. Jogaram petrodólares no plenário, réplicas de notas com fotos da Dilma, do Lula e do Vaccari, fizeram panelaço no final da votação, PSDB gritando “PT pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”. Teve samba, teve de tudo, viu! A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi defender algumas questões, um outro se exaltou, começou uma briga, quase se atracaram ali no meio, sem contar as agressões verbais. Outro parlamentar, Alberto Fraga (DEM-DF), falou ao microfone que “mulher que bate como homem tem de apanhar igual a homem”. Aí virou um furdunço. A bancada feminina se uniu, revoltada com essas palavras, e protestou cantando “a violência contra a mulher não é o Brasil que a gente quer”. Apesar de cenas tão horríveis, houve um lado engraçado: para não perder o decoro parlamentar, as ofensas eram do tipo ‘vossa excelência é um bandido’ (hahahaha). No fim, a Jandira subiu à tribuna para defender as mulheres e fez um discurso bem emocionante. Disse que eles (homens) não tinham noção do que é fazer a renúncia do lar e dos filhos para estar ali, no Congresso, e que não aceitava as ofensas dirigidas às mulheres presentes no plenário. Foi bem emocionante. Todo plenário ficou de pé e a aplaudiu. E, no fim, a sessão se encaminhou para a 1ª votação do pacote fiscal do governo, que terminou com a aprovação da medida provisória 665, que estabelece aumento do tempo de trabalho para requisição do seguro desemprego de 6 para 12 meses. Foram 252 votos pelo ‘sim’, 227 pelo ‘não’ e 1 abstenção.

'Dinheiro' jogado pelo público que estava na galeria...

‘Dinheiro’ jogado pelo público que estava na galeria…

... forrou o chão do plenário durante a votação

… forrou o chão do plenário durante a votação

Concordei com vocês

No final, o texto-base da MP que modifica o acesso ao seguro desemprego passou. Eu concordei com o que vocês pensam, vou ser retalhada, a gente sabe disso, mas eu achei que, realmente, precisava tentar proteger o nosso País de uma crise ainda maior. Espero que o governo também faça seus ajustes, como corte de ministérios, não só tire do trabalhador, mas tire também desses abusos. Entendi que nós não estávamos votando contra direitos, mas, sim, contra distorções, porque, cá entre nós, é justo trabalhar seis meses e ter direito a seguro desemprego de quatro meses? A gente sabe que têm muitos que pedem para não ser registrados para poder ficar recebendo o seguro desemprego. Há milhares de pessoas que estão trabalhando e também recebendo o seguro. Então, realmente, acho isso é uma distorção e que precisávamos ajustar. Entendi que era bom para o nosso País e votei a favor. Mas, sabemos que as centrais sindicais vão retalhar a gente, né? Mas, faz parte, democracia é isso! Podemos não concordar, mas precisamos sempre lutar para que todos tenham o direito de dizer e jamais julgar o outro por discordar de nossa opinião. 

Emoção e satisfação

Muito feliz pela aprovação da Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência. A proposta garante o acesso das pessoas com deficiência às diversas esferas da vida social, seja por meio de políticas públicas ou iniciativas empresariais. Ouvir o pronunciamento da minha ilustre amiga Mara Gabrilli e vê-la ser aplaudida de pé por todos os deputados foi um dos momentos de forte emoção e satisfação que presenciei nesta Casa. A aprovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência significa grande avanço para o País. Aos poucos, a gente vem conquistando importantes vitórias nas causas sociais.

O dia que Ulysses venceu Nereu

Foi para votação um projeto de lei para que a BR 282, em Santa Catarina, mudasse de nome, para Rodovia Presidente Nereu Ramos. Estava uma votação tranquila. Todos votando sim, até que um deputado falou: “Gente, a BR 282 chama-se Rodovia Ulysses Guimarães. Quem é Nereu Ramos perto de Ulysses Guimarães?” Ai, os parlamentares ficaram afoitos e passaram a votar não. Lógico que o PL não passou. Foram 274 votos contra, 141 a favor e 5 abstenções. A BR continua sendo Rodovia Ulysses Guimarães. O Espiridião Amin, autor do projeto, ficou louco com a derrota.

‘Quarentena’ aos recém-nascidos

A quarta-feira foi muito intensa, muito corrida. Teve atendimento no gabinete, almoço com a bancada feminina, reunião com o bloco junto com o PRB para tratar de temas que iriam ser votados… E teve a votação de projeto muito importante para o País. Agora, com a aprovação em plenário, para se criar um partido político os apoiadores não podem estar filiados a outros partidos. Também fica proibida a fusão e incorporação sem que a nova sigla tenha pelo menos cinco anos de existência. Estou muito feliz com a aprovação deste projeto, que tem sido chamado de ‘quarentena’, porque deixa de molho por cinco anos qualquer partido que venha a surgir de olho em se fundir ou incorporar a outro. Não haverá mais o nascimento de partidos que se fundem já no dia seguinte só para fazer a arregimentação da bancada. Partidos sem ideologia, sem propósito, só para dar força a um já existente para fazer barganha com o governo. Foi um grande passo, uma grande vitória desta Casa.

Permaneça como está

As pessoas acham que às vezes um projeto de lei vai pra ser votado e que os deputados, um a um, votam no painel eletrônico, com urna e tal. Mentira! No Congresso, a votação é simbólica, ou seja, quando um projeto de lei chega para ser pautado na Câmara, ele já está mais ou menos acordado para ser aprovado. O que é errado. Na eleição, o presidente fala o seguinte: “Quem está de acordo com o projeto permaneça do jeito que está”. É assim, não tem votação nominal, salvo quando você pede verificação de quórum (que é uma outra coisa que eu vou explicar depois). O engraçado é que têm vezes em que o presidente da Câmara ­­­­­­fala o costumeiro “quem está de acordo permaneça como está” e todo mundo se levanta. Mesmo assim, ele anuncia “aprovado”. Chega a ser ridículo que as coisas sejam aprovadas sem ter votação nominal.

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