Reforma Política – tá complicado

Esta semana mal pisei na Capital Federal e já fui direto para reunião de líderes para tratar da Reforma Política, que, pelo visto, não vai pra lugar algum. Um dos deputados disse que só há um jeito de a Reforma passar: “Se Tiririca ou Celso Russomanno não concorrerem” (rs). Para vocês entenderem o que está acontecendo, PT, PR e PRB, estes dois últimos partidos do Tiririca e Russomanno, não querem Reforma Política, não querem mudar o sistema eleitoral, essa é a mais pura das verdades. O PT quer que seja mantido o atual sistema de proporcionalidade, mas quer acabar com a coligação, porque tem voto de legenda e seria beneficiado. O PR e o PRB também querem que fique como está, pois Tiririca e Russomanno são puxadores de voto, ou seja, têm votação acima do quociente eleitoral (calculado pela soma de todos os votos válidos para o cargo no estado, dividido pelo número de cadeiras para o Estado) e, com os votos excedentes, ajudam a eleger outros candidatos de seus partidos que receberam menos votos nas urnas.

Sem esses três partidos, é impossível ter 308 votos necessários para aprovar a PEC do sistema eleitoral. Resumindo: não tem Reforma Política! Só se houver um acordo, mas, pelo visto, esses três partidos não abrem mão. Fora isso,  o PP está tencionando, dizendo que se não votar sistema eleitoral não tem Fundo Eleitoral. Na cabeça desse partido não faz sentido ter Fundo Eleitoral num sistema proporcional com 1 milhão de candidatos.

Só que o Fundo num sistema proporcional é insuficiente, não tem dinheiro que sustente. Imaginem, ainda mais se acabar com as coligações, 35 partidos montando chapa pura? Quadriplicaria o número de candidatos e o Fundo Eleitoral, mesmo sendo alto, não conseguiria bancar todas essas candidaturas. Então, o PP bate que eles não vão aprovar o Fundo se não tiver sistema eleitoral. Para gerar o caos, porque o PT está desesperado atrás do Fundo.

A briga está nisso, não tem acordo. E como não tem acordo, apelam para um jogo de terrorismo. Aprovam numa comissão o fim das coligações para quê? Para forçar os partidos a aprovarem o distritão.  Agora o PP quer colocar para votar em plenário uma emenda para aumentar a cláusula de barreira para 2,5% (ao invés de 1,5%), forçando os partidos pequenos a fazerem acordo em prol do distritão. Muita manobra, muito jogo e no final, acho eu, não vai dar em nada. Minha opinião é que será mantido o sistema atual de proporcionalidade, fim das coligações somente a partir de 2020, aprova-se uma cláusula de barreira e, talvez, o Fundo Eleitoral.

 

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