jul 18, 2016 - câmara dos deputados    1 Comment

Ligado não é ser aliado

Tem uma coisa que me chamou muito a atenção na eleição da Câmara: a galera vinculando os candidatos ao Eduardo Cunha. Fulano é aliado do Cunha, Sicrano é o candidato dele. Gente, vamos acordar e ser sensatos! O Cunha foi o presidente da Casa por mais de um ano. Todo e qualquer deputado tinha relação com ele, não tem como negar esse convívio, afinal, ele era o presidente da Casa. E foi um bom comandante, independentemente das questões pessoais dele. Agora, é puro delírio ficar dizendo que o cara que concorreu ou quem ganhou era aliado dele. Isso é besteira! Eu não vejo hoje, falando em bastidor, essa pressão do Cunha sobre a Casa como costumam falar por aí. Sinceramente, eu não vejo isso. O próprio Rodrigo Maia, que durante a campanha foi tratado como opositor de Cunha, era ligado ao ex-presidente, foi o relator da Reforma Política, presidiu importantes comissões da Casa, ou seja, teve muito apoio do Cunha nessa legislatura. O Rogério Rosso também tem amizade com Eduardo Cunha. Enfim, a maioria dos deputados tinha ligação com ele, justamente pela questão da presidência da Câmara. É a mesma coisa que uma empresa, onde todos os funcionários, de um modo ou de outro, têm ligação com o presidente. Ter ligação não significa ser aliado.

rosso e maia

Rosso e Maia disputaram o 2º turno para presidente (Foto: J.Batista)

1 Comentário

  • Desculpe, deputada. Ter ligação de fato não é necessariamente ser aliado, mas nos casos citados os deputados são sim todos aliados (ou ex-aliados) do Eduardo Cunha. Rodrigo Maia era aliado até ser preterido na indicação do líder do governo. Rogério Rosso era o próprio candidato do grupo do Cunha, o tal centrão. Gaguim, que o PTN votou em peso, era aliado do Cunha.

    É que agora já existe um movimento (natural na política brasileira) de se desvencilhar da imagem de “aliado do Cunha”, até mesmo por sobrevivência política. Afinal, seja por motivos políticos, afetivos ou econômicos, boa parte do Congresso esteve (e ainda está) sob o comando dele — e hoje, com a possibilidade de ele ser preso e, pior (para alguns), delatar os cúmplices, é natural que antigos aliados comecem a renegar suas ligações.

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