jun 3, 2016 - câmara dos deputados    9 Comments

De novo, madrugada adentro

Mais uma semana bem tumultuada. Não tive um minuto livre, estou mal-humorada pra caramba, querendo mandar todo mundo embora. Aqui você chuta, defende, ataca… é muita demanda ao mesmo tempo. Agora, como líder do partido, tem muita coisa para resolver, equipe sendo montada. Como o partido cresceu muito, aumentaram as responsabilidades da liderança e o tempo tem ficado bem curto para cuidar de tudo. Já os trabalhos em plenário foram bem intensos, as votações voltaram a se estender até madrugada. Votamos o reajuste para as categorias de servidores dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Eu era contra, deveríamos ir pelo caminho da austeridade. Até acho justa a causa, porque não se trata de aumento salarial, mas sim reposição salarial e, mesmo assim, com índice abaixo da inflação acumulada. Enfim, a luta era digna, mas o momento, ao meu ver, não era apropriado. Foram aprovados 14 projetos de lei com recuperação salarial para diversas categorias dos três Poderes.  Esses reajustes foram negociados desde 2015 com o governo da presidente Dilma e assumidos pelo presidente interino Michel Temer. O único projeto que ficou para depois é o PL 7922/14, da Defensoria Pública da União (DPU), que estrutura carreiras do órgão. A retirada foi a pedido da própria DPU, mas deve ser apreciado na próxima semana. Quando fomos votar a urgência desse reajuste, tínhamos um acordo pela aprovação em bloco, ou seja, votaríamos todos os requerimentos simbolicamente. Apesar de eu e outros parlamentares sermos contra a apreciação do projeto nesse momento, entendemos que o desgaste poderia ser pior se os servidores paralisassem o serviço público, só que um deputado resolveu pedir votação nominal para cada requerimento. Explicando: de acordo com o Regimento da Câmara, quando se vota a urgência de um projeto, todos os deputados têm de registrar o voto no painel eletrônico de todos os requerimentos, um por um. E, aí, obviamente, todo o plenário ficou muito bravo, porque a votação avançou a madrugada. Foi desnecessária a exigência desse deputado, porque sabia que ia perder, mas, pelo visto, ele entendeu que foi a sua melhor forma de se posicionar contra, tumultuando e atrapalhando as outras votações do dia. Até acho válido pedir votação nominal em uma, duas questões, mas não em todas.

reajuste servidores

Mais uma sessão que avançou a madrugada (LuisMacedo/Câmara)

 

9 Comentário

  • Não precisa ser gênio em politica para perceber que tem muita coisa que poder ser modificada e melhorada no país.
    Para não cansar quem entra sempre nesse blog e lê o que as pessoas escrevem, vou dar só um exemplo bastante prático que acontece; “para que dois Bancos do governo, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, porque não fazem uma fusão dessas duas instituições Bancárias”.
    O custo seria bem menor aos cofres públicos e com mais qualidade.
    Será que essa fusão iria contrariar interesses.

  • Uma nação se forma com valores, eles estabeleçam o entrechoques de opiniões, e interesses da sociedade.
    A escola é o molde cultural, para que seja difundido as crenças e os valores, é a busca de novos caminhos.
    Por isso que o sentimento nacional depende das famílias, dai a importância da democracia no sistema público de ensino.
    A escola está em crise, é preciso vê-la como socialização democrática e geradora de um modelo de conduta.
    A valorização dos professores, que sem melhores condições, melhores salários, não haverá reforma do ensino que dê resultados.
    Estamos vivendo a sociedade do conhecimento, da modernidade, olhar a educação é importantíssimo nesse processo de melhoria.
    Um mundo que a melhoria de renda depende do nível de educação das pessoas, por isso temos que focar o país nesse setor e procurar melhorá-lo.
    Essa é a matéria da melhoria moral do país, a educação!

  • É assim que eu gostaria de ver sua posição quanto ao aumento dos servidores públicos. Não passando a mão na cabeça de uma criança mimada. Os servidores públicos ainda não caíram na real nem sentiram os efeitos da crise.
    Se o país está em crise, tem que ser para todos!
    https://youtu.be/VZxOt0nv7zE

  • Para melhorar a educação no país, deveria ser desenvolvido um projeto, da “caravana da educação” em todos os estados brasileiros.
    Percorrer as cidades, ouvir a população, debater propostas que contribuem para a melhoria da educação.
    Temas como a violência no ambiente escolar, educação no campo, investimento de projetos na educação, seriam debatidas e sugeridas pelas comunidades, seriam colocadas em um documento e passadas as secretarias da educação dos estados para uma avaliação e consequentemente uma melhoria.

  • Três coisas que impedem uma economia para ir para frente em uma nação; A Corrupção, a sonegação e o desperdício.
    Esses são os verdadeiros inimigos do bolso do contribuintes, só com austeridade fiscal não baixa a inflação.
    Sem essa luta contínua, que demanda tempo e muita paciência o país não vai alcançar a estabilização.
    Não sou grande conhecedor da máquina pública, mas a minha visão, o meu diagnóstico é esse, sobre o momento critico que estamos vivendo.
    Se conseguirem combater com firmeza esse tripé, que iniciei o texto, vai ser a salvação nacional.

  • Desemprego em escalada, categorias beneficiando salários para baixo, informalização do trabalho voltando a crescer….

    E o congresso e governo que se diz austero promovendo aumentos/reajustes gerais para servidores.públicos, além de novos trens da alegria.

    Temos o que merecemos.

  • Uma coisa está patente no país, o congresso e o mercado falam idiomas diferentes, não se afinam.
    Por isso numa época de crise, existe essa discrepância, em dar aumentos a uma parcela da população.
    Óbvio, que merecem os aumentos, mas não nesse momento da vida brasileira, se esperaram até agora, esperam mais um pouco, até essa crise passar.
    Tem um ditado Chinês que diz; “Em época de crise não se deve sair de casa”.
    Imaginam, se não deve sair de casa, que dirá dar aumentos, receber deve ser muito bom.
    O que se deve nessa hora é não perder o sentido do conjunto, onde cada um dá a sua contribuição para que o país possa alavancar e sair da crise.
    Tudo isso sob a égide da preservação da boa convivência entre os cidadãos.
    Visto retrospectivamente, parece óbvio, o que estou escrevendo.
    Coerência nessa hora.

  • “Até acho justa a causa, porque não se trata de aumento salarial, mas sim reposição salarial e, mesmo assim, com índice abaixo da inflação acumulada.”

    Deputada, pelo amor de Deus entenda uma coisa. Se a não reduzirmos o gasto com funcionalismo publico o nosso país vai quebrar!! Quando você diz que entende a causa, isso me assusta demais.

    Precisamos de menos funcionários públicos, mais baratos e mais eficientes. Precisamos colocar metas e diminuir os benefícios, que são exagerados. Pergunte a qualquer economista qual o motivo do país estar em crise. Ele vai responder o principal motivo é o excesso de gastos públicos.

    Eu concordaria que a causa é justa se os salários desses mesmos funcionários fossem compatíveis com os salários do mercado. Mas não são. São muito maiores! São salários de gerentes, diretores de multinacionais para funcionários executando cargos simples no judiciário, senado, câmara dos deputados, etc.

    Tenha consciência que hoje, são necessários dezenas de contribuintes pra pagar salário de somente um funcionário público. Aí é claro que não sobra dinheiro pra saúde, educação, transporte público ou mesmo pra Polícia Federal combater a corrupção.

    Precisamos acabar com os supersalários, com licença premium, com essas dezenas de auxílios e gratificações, que sequer são divulgados ao público. CASO CONTRÁRIO NOSSO PAÍS VAI QUEBRAR!!!!!

  • Mas pararia mesmo… eu seria um dos que apoiaria e provavelmente sairia do serviço público, até curriculum estava atualizado e pronto, estive fazendo contato com amigos no Brasil e que estão no exterior, não descarto ainda essa possibilidade, vou aproveitar e tirar mais algumas certificações em minha área, assim que quitar o financiamento imobiliário não terei mais preocupações. Particularmente já tinha cortado muito do orçamento e esse reajuste mal pagará o reajuste do berçário, luz, água, condomínio, etc. Sorte que minha mulher é bancária e tem reajuste respeitado, se não fora isso mesmo o básico seria difícil manter. A austeridade por um reajuste de impacto de 2% das receitas brutas (líquido dá menos ainda, pois quase 40% são retidos em IR e Previdência na fonte) sairia muito mais cara.

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