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Galinhada tem de continuar

O meu amigo Fabinho Ramalho (PMDB-MG) foi eleito 1º vice-presidente da Câmara. Trata-se de um deputado bem articulado, trabalhador e determinado, que se dá com todo mundo na Casa. Isso já seria suficiente para explicar sua vitória, mas tenho aqui comigo que ele ganhou os parlamentares também pelo estômago. O Fabinho, ao longo desses dois anos e pouquinho da atual legislatura, foi o nosso salvador nas longas sessões em plenário que se arrastavam madrugada adentro. Quando a nossa barriga já se encontrava em estado de debilidade extrema, provocada pela falta de alimentação, ele surgia do nada na sala do cafezinho, ao lado do plenário, com uma galinhada saborosíssima ou outros pratos da culinária mineira. Nem preciso dizer que os deputados avançavam nas panelas como formigas num açucareiro. Como, com certeza, teremos muitas sessões corujas neste ano, espero que o agora vice-presidente da Câmara não abra mão dessa sua missão paralela e continue, nessas ocasiões, a salvar o estômago dos famintos deputados.

comida fabinho 1

A galinhada do Fabinho sempre chega em boa hora

‘Sim’ pra todos os candidatos

Bastidores da eleição da mesa diretora da Câmara dos Deputados são recheados de situações hilárias. Eu estava circulando pelo plenário, bem atrás de um deputado, quando um candidato ao cargo de 1º secretário o abordou e pediu que votasse nele. “Claro que sim, pode contar com isso, você é meu amigo”. Mal andou um metro e esse mesmo parlamentar foi interceptado por outro concorrente, pedindo a mesma coisa, que votasse nele. “Sim, conte comigo, meu voto é seu, fique tranquilo.” Gente, é incrível, aqui as pessoas não falam ‘não’, não dizem “não, sinto muito, mas já tenho candidato”, preferem prometer voto pra todo mundo. Político fazendo campanha pra político não tem como não rir.

eleicao mesa diretora

Plenário lotado para a eleição da mesa diretora da Câmara

Jantar garantido

No final de uma reunião, um deputado falou para irmos à casa do Rodrigo Maia, conversar com ele. Falei que não, queria jantar, porque estava morrendo de fome. “Vamos lá, a gente janta na casa dele”. “Como? Você nem sabe se tem jantar ou não. Como vai chegar na casa dele e querer comer”, argumentei. E o deputado foi rápido na resposta: “Ele é candidato, sempre tem comida”. E, realmente, estava tendo jantar, e todos os dias. Uma galera vai lá comer. Mas quando passar a eleição, nada mais de jantar. (rs)

Voto é secreto

Eu estava na casa do deputado Jovair Arantes e falávamos como os partidos tratam internamente aUrna_Votoeleição na Casa. No nosso, a gente deixa que a bancada decida, prevalece a opinião da maioria, tudo é feito sempre de forma democrática. Mesmo sendo presidente do partido, eu sempre trato dessa forma, com democracia interna. Um dos presentes, em tom de brincadeira, saiu-se com essa, fazendo uma analogia: “É igual nos tempos do coronelismo. O capataz da fazenda, a mando do patrão, preenche todas as cédulas e entrega para os funcionários para que depositem nas urnas. Caso alguém queira saber pelo menos em quem está votando, a resposta é simples: Claro que não, o voto é secreto, meu filho”. (kkkkkkkk)

Xadrez no escuro

E aqui o clima está pegando fogo, pra variar, né? Gente, se vocês soubessem como são feitos os cálculos de proporcionalidade para a formação dos blocos partidários, ninguém acreditaria na matemática que é feita. Ontem, juro pra vocês, fiquei umas 3 horas fazendo simulação na intranet da Casa. A formação do bloco (união de partidos) muda muita coisa aqui. Muda, por exemplo, um pedido de votação nominal, que só com 30 e poucos deputados pode ser feito, muda a quantidade de destaques a que se tem direito, muda o cargo que se tem na mesa diretora, ou seja, são muitas combinações. xadrez no escuroÉ uma partida de xadrez que se joga no escuro, porque, como disse em post anterior, a política é uma nuvem, a cada hora tem uma forma diferente. Até pouco tempo atrás, a eleição do Rodrigo Maia à presidência da Câmara estava consagrada, mas, aí, se lançaram vários concorrentes avulsos, como Rogério Rosso e Júlio Delgado, desmembrando um pouquinho a disputa, o que acabou fortalecendo a candidatura do Jovair Arantes. Isso mostra como a cada minuto há uma coisa nova surgindo. É impressionante como tudo muda rapidamente por aqui.

Mascote querido

gaguimO nosso Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO), que foi candidato a presidente na eleição tampão, no meio do ano passado, está agora em campanha para ser suplente na mesa diretora da Câmara. Ele adora sair candidato. Tem bom trânsito na Casa e se dá bem com todo mundo. Conversa tanto com Rodrigo Maia quanto com o Jovair Arantes sobre projetos que a gente quer aprovar e sobre uma série de outras coisas. Ele é o máximo. Gaguim é o nosso mascote querido, que sempre quer ser candidato a qualquer coisa (rs).

A disputa por espaço

mesa diretoraAté ontem havia apenas Rodrigo Maia e Jovair Arantes oficializados como candidatos à presidência da Câmara dos Deputados. Agora, a disputa conta com Rogério Rosso – que semana passada havia anunciado sua desistência, mas que retorna para tentar forçar o segundo turno -, Júlio Delgado e outros (o registro de candidaturas à presidência pode ser feito até as 23h de amanhã-feira). A votação começa quinta-feira, a partir das 9h. É secreta e só pode ser iniciada se houver quórum de 257 deputados em plenário (metade mais um do total de 513 parlamentares). Cada deputado se dirige à cabine e vota, de uma vez, nos 11 cargos em disputa: presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes (clique aqui https://goo.gl/aMORRF para saber a função de cada um). Só para vocês terem uma ideia, o tamanho dos blocos, ou seja, a união dos partidos, é que vai garantir 10 das 11 vagas na mesa diretora. Deixa eu explicar melhor: o presidente da Câmara pode ser de qualquer partido, mas os demais cargos são definidos em reunião de líderes, que acontece amanhã, quando são formados os blocos parlamentares, que, por sua vez, definem os cargos a que têm direito. Assim, o bloco maior pode ficar com a 1ª vice-presidência e a 1ª e 2ª secretaria, por exemplo.

Enfim, uma disputa por espaço, que eu, sinceramente, até hoje não sei pra quê. Eu fujo disso porque suponhamos que pegue a 1ª secretária, as atribuições são praticamente semelhantes às de uma prefeitura. Um trabalho gigantesco. Eu, que ocupo a presidência de um partido, mais o cargo de deputada federal e dou assistência à base eleitoral, não daria conta de desempenhar com esmero o que esse cargo na mesa diretora exige. Quero, isso sim, fazer tramitar minhas coisas, meus projetos, não pegar mais espaço. Muitos brigam por mais espaço, devem ter lá suas razões, mas eu, perfeccionista nata e que me dedico muito para fazer o meu melhor, sou contra ocupar por ocupar.

Nuvens carregadas

nuvensEstamos de volta à Brasília, já agitada por causa da eleição que vai definir a presidência e mais 10 cargos da mesa diretora da Câmara, que acontece na quinta-feira. E como sempre relato neste espaço, o blefe e o diz-que-me-diz dominam o ambiente. Como o voto é secreto, você vê muita gente prometendo votar em A, fechado com B e lado a lado com C. Chega a ser hilário para não dizer deprimente. Você ouve de um concorrente que o partido fechou com ele, mas ao se encontrar com o líder da bancada, tal fato é desmentido. Os candidatos sabem desse jogo de bastidores e também jogam, tanto é que abordam os demais deputados com o seguinte discurso: “Independentemente de seu partido estar fechado com Fulano, vote em mim”. Aqui costuma-se dizer que o mundo político é uma nuvem, a cada vez que você olha o cenário, ele tem uma aparência diferente. E diante disso, fica difícil afirmar se, com esse céu político de nuvens carregadas, teremos sol ou chuva com trovoadas na votação de depois de amanhã.

Divisão proposital? Acho que sim

E o ano legislativo começa em fevereiro já com a eleição do presidente da Câmara. Hoje, basicamente, são três candidatos em disputa pelo cargo: Rodrigo Maia (DEM-RJ), Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO). Quem, de fato, está em campanha é o Maia e o Jovair. Eu sou amiga de todos, aliás, me dou bem com todo mundo na Câmara, porque não sou de bate-boca e nem de intriga, mas muito me estranha o comportamento do Rosso, que não tem feito campanha junto aos deputados. Venho avaliando o cenário e não faz sentido a candidatura do deputado do PSD, até porque o Centrão havia decidido ter candidato único para fazer frente ao Maia. E do nada há essa divisão, tornando-se candidatos Jovair e Rosso. Estranho porque num momento em que precisa de união surge essa divisão. Como não tenho visto o Rosso articulando junto aos demais deputados, suspeito que a divisão foi proposital. Acho que a intenção é ter o Jovair como candidato, com o Rosso surgindo para desviar a atenção e atraindo apoiadores que tenham restrição ao Centrão, como PT e PCdoB, entre outros. E, obviamente, com um pacto de união no eventual segundo turno. Enfim, muita gente perguntando quem vamos apoiar, mas, como já disse, gosto muito dos dois, tenho carinho enorme pelo Jovair e pelo Rosso. O caminho a ser adotado nessa votação será definido pela nossa bancada, que se reunirá no final do mês.

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Rogério Rosso e Jovair Arantes são candidatos à presidência da Câmara

Mais um capítulo de House of Cards

Já falei disso no blog, aquele filme House of Cards tem tudo a ver com a nossa política. Aqui, o pessoal joga o tempo todo, e joga xadrez, você tem de estar alerta o tempo todo, tentando descobrir qual a real jogada dos outros. Isso é horrível! Às vezes, a pessoa fala A, mas faz B. É péssimo! O episódio mais recente do nosso House of Cards ocorreu hoje, com a eleição de uma vaga de conselheiro no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que é responsável por processos administrativos referentes aos juízes e à Justiça. O CNJ, comandado pela ministra Carmen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, elabora metas de julgamento para o Poder Judiciário, realiza convênios e analisa reclamações sobre a conduta de magistrados, além de rever processos disciplinares. A eleição deveria ter ocorrido há seis meses, o nosso candidato era o Alex Machado Campos, nosso chefe de gabinete, rapaz de Pernambuco, simples, muito esforçado, que trabalhou muito para ser conselheiro do CNJ, mas na época, quando viram que ele tinha enormes chances de ser o eleito, cancelaram a votação e foram postergando, postergando, até que hoje fomos pegos de surpresa. A pauta do dia era a votação do Projeto de Lei Complementar da Dívida dos Estados, mas o presidente da Câmara abriu os trabalhos e, imediatamente, convocou a eleição do CNJ. Nem preciso dizer o bafafá que houve em plenário. Pior: com a votação em andamento, dezenas de deputados já haviam votado, Rodrigo Maia leu um ofício anunciando a retirada da candidatura do indicado pelo deputado Heráclito Fortes, Felipe Cascaes Sabino. Disse ter recebido só naquele instante a desistência do candidato. A vencedora foi a procuradora da Justiça aposentada Maria Tereza Uille, que seria indicada pelo ministro Gilmar Mendes, segundo amplamente divulgado pela imprensa. Fim do capítulo! Do jeito que as coisas são por aqui, em breve, com certeza, teremos  mais um episódio do nosso tupiniquim House of Cards.

conselheiro-cnj