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Prioridade zero

Desde que começaram as discussões sobre a Reforma Política, eu tenho dormido muito pouco, 3 horas no máximo, trabalhando na articulação. O que me irrita muito, e já disse isso para vocês, é que essa Reforma está sem comando. O Rodrigo Maia (presidente da Câmara) não assume pra ele, prefere deixar todo mundo batendo cabeça. É papel do presidente da Casa comandar os acordos. Parece até que o tema não é prioridade no Congresso. Nesta semana, em vez de começarmos a votar a Reforma Política, porque estamos com o prazo apertadíssimo, colocaram a MP (Medida Provisória) do Refis para votar primeiro, porque havia deputado interessado na proposta, por ter dívidas tributárias. Falaram que seria uma votação rapidinha. Fogo, viu! Perdemos mais um dia de finalizar a Reforma. Qualquer alteração eleitoral precisa ser votada até um ano antes do pleito, ou seja, todas as mudanças têm de estar definidas, em dois turnos tanto na Câmara quanto no Senado, até o dia 7 de outubro. Tínhamos de ter focado nisso, não poderiam ter priorizado a MP do Refis que, para piorar, prosseguiu em discussão também na quarta-feira. Não acreditei quando a sessão começou com a continuidade do Refis. Se tem como complicar, porque facilitar, né?

 

Precisa quebrar os ovos

Na boa, gente, não estamos votando nada dentro do prazo porque não tem líder na Casa. Podem xingar, mas esse papel o Eduardo Cunha sabia desempenhar com maestria, falava o que tinha de ser, o que tinha de votar, construía os acordos, enfim, a coisa fluía. O Rodrigo Maia, no meu entender, quer se reeleger presidente da Câmara, não quer se indispor com ninguém, só que não se faz omelete sem quebrar ovos. Ele jogou para a torcida, tipo vocês decidem, mas aqui ninguém decide nada, é tradição o presidente da Casa comandar as articulações e os acordos, o presidente é o único que tem poder para isso. E assim, estamos agora correndo contra o tempo, num intenso e exaustivo trabalho de articulações para obter consenso e encerrar as votações dentro do prazo.

Um jovem no comando

A semana que passou teve um jovem à frente da presidência da Câmara. Como o presidente da República estava fora do país e o Rodrigo Maia assumiu provisoriamente o comando do governo federal, o posto máximo da nossa Casa de Leis foi ocupado pelo André Fufuca, 2º vice-presidente da mesa (o Fábio Ramalho, 1º vice, acompanhou a comitiva de Temer na China). Fufuca tem 28 anos, é médico, exerce seu primeiro mandato e é muito querido no Congresso. Foi bem legal ter um jovem à frente dos trabalhos, e ele se saiu muito bem.

Reforma Política  (1)

Vamos lá, gente, que semaninha foi essa! Estou nas três comissões, a PEC 77 (sistema eleitoral), a PEC 282 (fim das coligações e cláusula de desempenho) e na Infraconstitucional (regulamentação da reforma política por meio de projetos de lei). E em todas têm algum ponto de conflito, e votando tudo no mesmo horário. Você está presidindo uma, sai correndo pra votar na outra. É só pressão! A bem da verdade, não tem nessa Reforma Política um líder na concepção da palavra, como tinha na época do Eduardo Cunha, que amarrava os acordos, fechava as composições. É bom deixar bem claro que cito ele como condutor dos trabalhos da Casa, não compactuou do que teria feito por trás disso. Agora essa liderança não acontece, está tudo muito solto. E sem comando, não vai passar nada. Falo da falta de liderança, da falta de comando, que geralmente fica a cargo do presidente da Casa. O Rodrigo Maia tem muito medo de se indispor com um e com outro. Ele teve apoio de todo mundo para assumir a presidência, então, fica com muito receio de se indispor, mas não se faz omelete sem quebrar os ovos e, assim sendo, pouco se caminha nessa discussão.

Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Semana extenuante

Tensa, tensa, muito tensa essa semana que passou no Congresso. Aqui, o bicho pegou. Para vocês terem uma ideia, chegamos a ter uma sessão extraordinária na madrugada, logo após o término da sessão ordinária em plenário, que terminou por volta da meia-noite. Tudo isso para contar prazo porque o governo queria tentar votar logo a abertura ou não do processo contra Michel Temer antes do recesso parlamentar. Qual medo do governo? Quanto mais demorar para votar a questão mais o governo vai sangrando. Por isso, o Rodrigo Maia realizou essa sessão na madrugada. E, embora muito se tenha falado em teoria da conspiração, que o Rodrigo Maia estaria conspirando, digo que, se esteve fazendo isso, o fez de forma muito discreta, porque ele esteve puxando sessão, fazendo seu trabalho. Fosse outro, para assumir a presidência da República, já teria detonado o governo há muito tempo.

Presidente de comissão

presidente pec reforma politica

Ontem, foi reunião atrás de reunião. Eu costumo misturar muito essa questão de presidente do partido com o mandato, sou muito demandada pela articulação e pela bancada, mas estou começando a delegar mais para facilitar um pouco a minha vida. A boa notícia é que teve a instalação da comissão especial sobre PEC 282 da Reforma Política, que vai tratar da cláusula de barreira e fim de coligação, e fui escolhida presidente. Teve um acordo para que isso acontecesse.

Na verdade, contando os bastidores pra vocês, tinha uma comissão montada para discutir projetos de natureza infraconstitucional relativos à Reforma Política (aqui cabe uma explicação: o sistema político demanda dois tipos de mudanças prioritárias. Uma constitucional, que precisa do apoio de 3/5 dos parlamentares, ou 308 votos. E uma outra, a infraconstitucional, pela qual as mudanças pretendidas podem ser aprovadas por maioria simples, por exigirem um quórum menor), mas, temendo uma armação que viesse a prejudicar os pequenos partidos, me lancei candidata a presidente dela. Comecei a ligar para os integrantes da comissão, pedindo o voto deles, foi quando o presidente Rodrigo Maia me telefonou: “Você quer ser presidente dessa comissão infraconstitucional ou da comissão da PEC 282, que vai tratar de cláusula de desempenho?” Foi quando fiz o acordo para presidir a da PEC.

Obviamente, os grandes partidos, quando souberam que eu iria cuidar desse tema, tentaram de todos os jeitos me derrubar da presidência, mas o Rodrigo Maia peitou todo mundo e manteve o acordo. Não é novidade pra ninguém o meu posicionamento contra a cláusula. O receio deles era que eu pudesse usar o cargo para tumultuar os trabalhos, mas o intuito aqui é usar desse poder pra propor um acordo que tenha a palavra dos grandes partidos, mas também das minorias. Isso é o que eu sempre prego na política e na sociedade: democracia, sempre democracia, que só se enriquece quando gera questionamentos, debates e discussões.

Uma questão de cultura

reforma-politica11Cá entre nós, essa reforma política está uma bagunça. São três comissões trabalhando simultaneamente. Inclusive com textos que divergem. Cheguei a estar com o presidente Rodrigo Maia para falar sobre isso, dizer que precisamos centralizar e organizar tudo isso, senão não vai dar certo.

Continuo dizendo que nunca vai ter uma reforma política construída por esta Casa. Precisamos fazer uma Constituinte à parte. Ouvir o debate dos deputados nos bastidores chega a ser hilário, pra não dizer triste. Dias atrás chegaram a propor o seguinte: aprova o Distritão, aí só lança 70 candidatos e bota os 70 eleitos. Olha o absurdo. Pra cada sistema eleitoral, alguém inventa uma situação hipotética para não ter renovação política. Penso que os problemas do país não são por causa do sistema eleitoral, são por causa das pessoas, sempre disse isso, é uma questão de cultura, de educação, de ética. Se a gente quer, realmente, uma reforma política de fato não vai ser por essa Casa. Estou sendo bem sincera. Política é o espelho da sociedade. Nas várias vezes em que promovi o debate sobre reforma política nas bases não houve consenso. Se não tem consenso fora, obviamente não haverá consenso dentro.

maio 25, 2017 - câmara dos deputados    2 Comentário

Incerteza no ar

Nem bem pus os pés em Brasília e senti o clima pesado e tenso que dominará toda a semana política na Capital brasileira. Posso afirmar que a incerteza paira no ar. A sensação é de navegação em alto mar sem direção, a base está perdida, todo mundo sem saber direito o que vai acontecer. Mas já se fala muito nos bastidores em eleição indireta, com forte inclinação para o Rodrigo Maia.

Ontem, Brasília pegou fogo! De um lado, manifestantes contra o governo; do outro, as Forças Armadas, para conter atos de violência e vandalismo. Desde a semana passada, quando vazaram os áudios entre Michel Temer e o empresário Joesley Batista, a crise governamental aumentou e o presidente tem sido alvo de protestos e pedidos de renúncia. Hoje, aparentemente, a capital federal amanheceu dentro da normalidade. Com a ordem restabelecida, as Forças Armadas deixaram o esquema de prontidão e retornaram às suas bases.

Forças Armadas deixam os prédios públicos e retornam à base

Forças Armadas deixam os prédios públicos e retornam às suas bases

 

 

 

Reforma Trabalhista (5)

trabalhista5Foram mais de 10 horas de muita tensão, discussão e polêmicas. No momento em que o relator da Reforma Trabalhista, deputado Rogério Marinho (PSDB/RN), começou a ler o seu parecer para dar início à votação em plenário, diversos parlamentares da oposição subiram à mesa principal, onde fica o presidente da Casa, Rodrigo Maia, em protesto contra o texto. Seguravam placas com a foto de uma carteira de trabalho rasgada e gritavam “Demissão em massa”, “Mataram a CLT”. Maia chegou a ameaçar dar o relatório como lido para que os parlamentares parassem de bloquear a visão de Marinho. A leitura do parecer continuou, mas foi interrompida outras vezes por gritos de “Fora Temer”. Parlamentares da situação reagiram e passaram a gritar “Lula ladrão”. Maia também se irritou com um deputado (foto abaixo) que, vestido de operário de fábrica, discursou no meio do plenário. “Só vai falar em plenário quem estiver vestido como os costumes desta Casa”.

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Jornada saudável continua

O presidente Rodrigo Maia vem mantendo neste ano uma jornada saudável nas sessões. Não sei se foi promessa de campanha dele, mas até agora os trabalhos em plenário têm terminado antes das 21 horas. Gente, que delícia! Nossa, ontem consegui até sair com minha equipe para jantar fora do Congresso, o que foi muito raro nos anos anteriores por causa das sessões coruja. Isso é qualidade de vida! As sessões acabam mais cedo, você tem mais horas pra dormir e descansar e o dia seguinte, começando mais cedo, rende muito mais.

renata equipe

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