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Disputa desproporcional na TV

Outra coisa que quero compartilhar com vocês é sobre a Reforma Política, tão criticada por muita gente. A Reforma proibiu o financiamento privado da campanha, mas eu tenho achado bom o resultado prático disso, porque, com menos dinheiro, as pessoas vão ter de fazer política diferente. Essas eleições municipais serão as eleições de transição, vai ter muito trabalho, vai ter corpo a corpo intenso, trazendo não apenas um folheto, mas ideias e propostas para discutir diretamente com a população. O lado ruim desse financiamento proibido é que aqueles que já estão com a máquina administrativa na mão saem muito na frente nessa corrida eleitoral. O mesmo acontecerá com a distribuição proporcional de tempo na TV. hoario eleitoralEm São Paulo, por exemplo, enquanto um candidato a prefeito terá 15 ou 18 minutos de televisão, um outro terá apenas 1 ou 2 minutos. Isso é um absurdo, uma desproporcionalidade que muda completamente uma eleição, pois favorece os grandes partidos, com grandes máquinas por trás. Só pra exemplificar, o líder das pesquisas eleitorais tem apenas 2 minutos de TV, enquanto o quarto colocado tem 18, quadro que deve ser reverter assim que começar o horário eleitoral gratuito. É um desequilíbrio eleitoral e econômico muito grande. Isso deveria ser repensado, porque nós somos influenciados pela mídia, influenciados por esse tempo de exposição eleitoral na televisão. No momento em que o Brasil pede mudanças, pede renovação política, se não dermos o mesmo espaço a todos fica difícil ter um sistema político mais democrático, mais transparente e mais participativo.

 

Maratona eleitoral

Quem pensa que recesso parlamentar é descanso está redondamente enganado. Costumo passar pra vocês os bastidores da Câmara dos Deputados. Agora vou passar os bastidores da presidência do partido. É uma loucura (risos)!!! Essa época de convenções partidárias municipais, para se definir os candidatos a vereador, a prefeito e vice ou quem vai apoiar quem, começa a dar problemas em todos os municípios. É presidente municipal que briga com o candidato a prefeito, é candidato que desiste, é coligação que tem de ser montada. É um período terrível. E eu, como presidente do partido, viajo por todo o Estado de São Paulo, porque gosto de estar presente. É como se fosse a minha campanha eleitoral, só que desta vez sem concorrer. É uma maratona eleitoral, que faço questão de participar, prestigiando os nossos candidatos e os nossos presidentes municipais. Uma maratona muito intensa, por sinal. Um dia estou em Presidente Epitácio, Presidente Prudente, Pedro de Toledo, no outro em Bertioga, Santos, Praia Grande, depois em Tatuí, Itapevi, enfim, percorrendo o maior número de cidades para levar meu apoio a todos os nossos candidatos nas eleições municipais.  É um compromisso muito cansativo, tem de gostar muito mesmo. Eu não reclamo, porque gosto desse contato, gosto dessa construção de novas ideias e novos ideais, de ver que as pessoas mantêm a esperança de um futuro melhor e participam. Quero até compartilhar com vocês um cenário que tenho visto nessas minhas andanças pelo interior de São Paulo. Acho até que essa crise política teve algo muito bom na sociedade. É que tenho visto as pessoas, principalmente as mais jovens, muito mais engajadas em discutir política, em participar do processo eleitoral, em conhecer os candidatos. Isso é muito positivo.

tatui

Dividindo o mandato

Às vezes vejo aqui, no blog, algumas críticas, e acho isso muito legal. O objetivo dessa interação não é para que as pessoas concordem 100% comigo, mas para que seja um espaço onde eu mostro o que penso e as pessoas debatem comigo. mais democraciaEu leio tudo o que vocês escrevem e penso muito. Isso é participação de mandato, e acho isso muito legal mesmo, porque várias vezes mudei de opinião ouvindo vocês e me convencendo diante de suas argumentações. As pessoas criticaram muito o Michel Temer por ele ter voltado atrás em algumas decisões. Políticos costumam achar que têm razão em tudo, que são maiores do que todos e não aceitam que erram. Então, quando vejo políticos assim, que reconhecem o erro e voltam atrás em suas decisões, acho muito nobre. Eu gosto de ouvir, de discutir, de pensar e, se for o caso, mudar meu posicionamento, minha decisão. Essa é a razão maior deste blog, dividir com vocês o meu mandato.

 

Seriedade e bom humor

Algumas pessoas apontaram aqui como falta de seriedade a campanha eleitoral para presidência da Câmara, citandogaguim candidato o Gaguim e suas Gaguetes. Eu até concordo que talvez não passe seriedade, mas o bastidor disso é que dificilmente você ganha a eleição para presidência da Casa sem a máquina na mão. Imaginem tudo que estava em jogo. Quem estava na disputa eram partidos que têm ministério, cargos no governo, entenderam? Então, para entrar nessa disputa, a melhor tática é se posicionar, ser visto. O Gaguim foi um candidato que se lançou porque era um sonho dele. E olha, tem de ter muita coragem para ser candidato, viu, não é fácil. Você ter cinco votos, como alguns tiveram, poxa, é muito frustrante. Eu sempre falo isso a cada um dos nossos candidatos: você já é vitorioso, porque não tem medo de lutar pelo seu sonho, pelo que acredita, independentemente de sua luta ser diferente da minha, de ver a política de uma forma diferente. Então, você ter a coragem de ser candidato já é algo nobre. Vocês podem ter certeza que não é porque se faz uma campanha com bom humor que não é um político sério. O Gaguim foi governador do Tocantins, gente, e sempre trabalhou com muita seriedade, inclusive apresentando aos parlamentares boas e importantes propostas para a presidência da Câmara. Ao contrário de outros, que ostentam uma imagem pública de seriedade e austeridade, mas que deixam muito a desejar no trabalho como legisladores.

Desapontamento

O foco principal da semana foi a Comissão de Ética, que aprovou por 11 a 9 votos parecer pela cassação do Eduardo Cunha. Um episódio, no entanto, me deixou muito chateada. Ando me desapontando muito com as pessoas. Um deputado nosso falou em rede nacional que eu tinha me encontrado com o Eduardo Cunha no Rio de Janeiro no fim de semana.  Só se foi um clone ou sósia, preciso conhecê-lo, assim dividimos as tarefas. Gente, eu estava a 2.625 quilômetros do Rio. Estava em Natal, na convenção estadual do partido, juntamente com mais dois parlamentares da nossa bancada. Não entendo isso, por causa de discordâncias internas partir para ataques públicos com argumentações inverídicas. Fiquei muito triste, chateada mesmo, mas, sabe, a gente vai aprendendo dia após dia. Às vezes me pego pensando se democracia demais faz bem dentro de um partido. Sou superdemocrática no grupo, prezo pela liberdade de opiniões e acato sempre a decisão da maioria, mas, talvez por ser assim, só estou apanhando. Lembram do episódio do impeachment? No início do processo, ainda na Comissão Especial para análise da admissibilidade, a maioria do partido era contra o impedimento da presidente e eu, apesar ser a favor, apanhei pra caramba, principalmente nas redes sociais, por ser a líder da bancada. Depois, com intenso trabalho de argumentação e convencimento, viramos o jogo e a maioria votou a favor do impeachment. Eu vejo em outros partidos que tudo é imposto, não há discussão, as pessoas cumprem e pronto! Neste momento, sinto um desrespeito muito grande, acho que está na hora de bater na mesa. É fogo, viu! O que me tira muito do sério aqui são as pessoas que pregam o que elas não executam de fato. Muitos moralistas sem moral nesta Casa. Tenho ficada muito irritada com isso.

João Neto - Café Design

Discursando no Encontro Estadual do PTN, fim de semana em Natal

 

 

maio 23, 2016 - câmara dos deputados    7 Comentário

Líder de bancada

Gente, apesar da rotina extenuante, dos dias intensos e corridos, da falta de tempo de curtir mais minha família e, principalmente, meus filhos, não posso me queixar destes primeiros 15 meses de mandato como deputada federal. Mesmo estreante na política, exercendo minha primeira missão eletiva, tenho conquistado vitórias que jamais poderia supor que viessem em tão pouco tempo. Dezenove projetos protocolados, três aprovados, relatorias de importantes projetos de lei, titularidade em comissões permanentes e especiais altamente significativas na Câmara, fora o aprendizado contínuo, que já me proporcionam traquejo e segurança para tomar a frente nas articulações de bastidores para que as questões que defendo, como por exemplo a Internet Livre, venham a ser aprovadas na Casa. Sempre falei aqui para vocês que quem mais trabalha no Congresso é quem pouco aparece na TV, porque é nos bastidores que se batalha, convencendo colegas, captando adesões para que uma proposta, que é totalmente favorável à população, seja aprovada. E, por estar sempre nessa batalha, ainda mais agora quando estamos finalizando um movimento para trazer a população para dentro do poder, foi que conseguimos atrair para o nosso partido deputados que compactuam desse plano. Hoje nossa bancada conta com 13 parlamentares. Já poderia me sentir realizada com todas essas conquistas, só que a vida costuma sempre me surpreender. E a mais recente alegria aconteceu na semana passada: fui escolhida para ser líder da bancada. Honrada demais pela escolha, vocês nem imaginam quanto. Uma indicação que só me estimula a prosseguir nesse caminho que abracei lá trás quando, cansada de só reclamar da política, resolvi abraçar essa missão e contribuir para mudar o cenário que atravessamos, com garra, determinação e foco. Para que vocês saibam o que significa ser líder de bancada, ele é parte essencial do processo legislativo. Compete ao escolhido nortear a discussão e a votação de propostas, expressar a opinião do grupo que representa e definir, junto com os demais líderes, a pauta de votações do plenário. Responsabilidade aumentou, né gente? Muito trabalho pela frente, mas estou muito feliz, feliz mesmo.

reuniao da base de apoio

Participando da reunião dos líderes da base de apoio ao governo

 

maio 10, 2016 - câmara dos deputados    7 Comentário

Soberania duramente golpeada

A semana começou explosiva em Brasília. E fomos todos nós, parlamentares e população, duramente atingidos por um ato monocrático do deputado Waldir Maranhão, presidente interino da Câmara, que anulou a decisão soberana do plenário da Casa, tomada democraticamente por 367 parlamentares na sessão histórica do dia 17 de abril. Não podemos nos curvar a um capricho, a uma manobra que se opõe ao que o colegiado da Câmara decidiu. Maranhão, em sua decisão individual, sem consultar a mesa diretora e tampouco o plenário, desrespeitou seus colegas. Seguimos a Constituição, seguimos os trâmites determinados pelo STF. Cumprimos com a nossa obrigação de representantes do povo, legitimamente escolhidos pelos eleitores e que assim quiseram que votássemos, a favor da admissibilidade do impeachment. Argumentar que não poderia ter tido orientação de líder e tampouco orientação de bancada é fazer pouco caso da existência dos partidos. Então, pra que servem os partidos, minha gente? Pra que servem os líderes, os blocos parlamentares? Pela argumentação de Waldir Maranhão, é cada um por si. Imaginem uma reunião de líderes, então? Se não pode ter orientação de bancada ou orientação de liderança, passaremos a ter 513 deputados fechados na sala de líderes para deliberar a pauta de votação, a Ordem do Dia em plenário? Como assim, deputado Maranhão? Sinceramente, é pra ficar cada vez mais chocada com o que tem acontecido aqui em Brasília do ponto de vista institucional. Lamento e repudio o ato do presidente interino da Câmara, que, mesmo tendo voltado atrás 12 horas depois de tomar sua decisão, tumultuou o Congresso e afetou bruscamente a economia do Brasil, com a disparada do dólar e a queda na Bolsa de Valores. Infelizmente, isso ocorre num momento em que temos 11 milhões de desempregados e o País está literalmente parado, assistindo agora a essa decisão monocrática, que desrespeitou os 512 deputados, os 81 senadores e, principalmente, uma Nação inteira, a maior vítima dessa crise política que está levando o Brasil cada vez mais para o buraco.

Concretizando um sonho

Lembram-se de ter comentado aqui meu sonho de um novo sistema político para o Brasil? Que passei o último ano estudando, discutindo e pesquisando com minha equipe e colaboradores uma fórmula inovadora que proporcionasse a participação efetiva, e de direito, da população nas principais decisões do País? Pois bem, a semente está plantada e foi apresentada semana passada aos deputados federais do PTN, num evento que reuniu um staff de especialistas em ciências sociais e políticas. O partido será reposicionado, com bandeiras mais condizentes com a atualidade, inserido totalmente no mundo globalizado e conectado deste século, onde todos se comunicam em tempo real, numa grande conferência em que a coletividade passa a ter voz atuante e decisiva nos rumos desta Nação. Sempre fui defensora da democracia direta e percebi que grande parte da crise de representatividade se deve a exclusão dos verdadeiros detentores do poder, ou seja, o povo, que ao longo das últimas décadas foi limitado a se manifestar apenas de quatro em quatro anos. Daí a necessidade do reposicionamento partidário, devolvendo ao brasileiro o que lhe é de direito, a capacidade de participar, discutir e decidir o que é melhor para o Brasil. Com ferramentas apropriadas, passaremos a ter debates digitais em que o cidadão poderá se manifestar durante todo o processo político e participar direta e ativamente do mandato de seu representante na classe política e, principalmente, do partido. Restam algumas etapas para que o projeto esteja completo e espero em breve concretizar esse sonho. Aguardem!

Alfabetização política

Amigos, passei esse feriado prolongado curtindo a família, mas também refletindo muito sobre o momento que atravessamos politicamente. Não propriamente sobre a crise em si, mas sobre a dificuldade de boa parte da população em entender a engrenagem política.  Vi muitos posts nas redes sociais e ouviu algumas conversas que os deputados federais e os senadores serão os responsáveis por atropelar a democracia e empossar um presidente ilegítimo, que assumirá o país sem ter disputado a eleição, sem nenhum voto e coisa e tal. Sabem o que isso significa? Que essas pessoas não compreendem as regras do jogo democrático, não sabem o que está escrito na Constituição. É essa mesma parcela da população que se diz insatisfeita com a classe política, mas que elege sempre os mesmos atores políticos. Isso demonstra claramente a falta de conhecimento e de amadurecimento político, resultante de uma Educação que ignora a alfabetização democrática de seu povo. Uma Educação que deveria ir além das aulas de português e matemática. Que fornecesse mais conteúdos sociais e de cidadania, ensinando e discutindo, por exemplo, energia sustentável, mobilidade urbana e, principalmente, política. Ano passado, protocolei um projeto de lei para incluir Política e Direitos Básicos de Cidadania na grade curricular dos ensinos Fundamental e Médio para que a partir da próxima década possamos ter uma sociedade mais crítica, mais atenta e com conhecimento pleno de como funciona o sistema. A proposta é ensinar os alunos, e futuros eleitores, como cobrar do político os resultados de quem ele estará representando. É fazer com que os futuros políticos saibam que os seus eleitores serão como eles, com capacidade e conhecimento de todo o mecanismo democrático, fazendo valer seus direitos de participar e opinar em todas as questões em discussão no campo político. Essa é a minha proposta, minha principal bandeira no Congresso que, apesar de já ter recebido parecer favorável da relatoria, está parada na Comissão de Educação da Câmara. Hoje, temos políticos que sabem que não serão punidos nas urnas porque a população não acompanha os mandatos, porque mal sabem o que eles fazem. Mas, com política sendo ensinada nas escolas, os maus políticos deixarão de existir, porque a futura geração de eleitores estará preparada, atenta e muito mais participativa. Tenho certeza disso!

 

Ameaça de expulsão

Dois partidos fecharam questão contra o impeachment e ameaçaram de expulsão quem votasse a favor. E o cerco foi bem pesado, viu. Eu vi muito deputado com medo, cara de pavor na hora da votação. Um deles era secretário nacional do partido. Acho isso um absurdo, porque cada Estado tem a sua realidade. No PTN mesmo, tomei pau por respeitar a posição de cada um dos nossos parlamentares, que votou de acordo com seus eleitores e de acordo com a realidade do Estado que representa. Não achei correta a atitude desses partidos, porque tinham deputados cuja base eleitoral queria o impeachment, mas eles foram obrigados a votar contra. Lamentável!

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