Conheci em Santos uma pré-adolescente, de uns 12 anos, e o sonho dela é ser política. Esse desejo me fez refletir muito, sabe. Eu acho que a nossa sociedade vai começar a mudar a partir dessa geração, que não quer só xingar políticos, mas quer ser político. Meu deu muita esperança isso, me fez enxergar uma luz no fim do túnel. No feriado da semana passada, aproveitei meu primeiro descanso desde que assumi o mandato para refletir muito sobre política. Ninguém tira de mim que precisamos, urgentemente, fazer uma reforma educacional neste País, precisamos formar cidadãos de verdade e a imprensa tem de ter um papel fundamental nisso. Hoje, a mídia quer sempre denegrir a imagem da política, dos políticos, e isso acaba, talvez sem querer, fazendo com que a população, os jovens, enfim, ninguém do bem queira vir para a política. Um círculo vicioso ruim. Se amanhã eu ver que fiz minha parte, aprovei meus projetos, consegui fazer a transformação que achava que poderia contribuir e quiser dar um salto maior – ir, por exemplo, para o Executivo e fazer um pouco mais -, confesso que tenho muito medo. Num primeiro momento, não iria. Quando você vai, certamente vai ser odiado por parte da população, por mais que faça tudo direitinho. Imagine o psicológico disso. Pensa num político adorado, num prefeito que todo mundo ama, num presidente da República amado? É difícil. Você pode dar o melhor de si, mas o reconhecimento vai ser sempre muito inferior à quantidade de inimigos. Precisa ter muita coragem para enfrentar tudo isso. Mas, sabe, quando as pessoas começarem a falar coisas boas da política e mais pessoas do bem queiram entrar, talvez a gente consiga mudar tudo isso. Essa menina que quer ser política me deixou muito feliz e esperançosa do amanhã. Enfim, quis compartilhar com vocês essa alegria e essa angústia.
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