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Reforma Política pra pior

Vou falar uma coisa para vocês: a Reforma Política está ficando pior do que é. Isso é fato! Olha o que foi feito: criou-se uma série de regras absurdas, como somar o tempo de televisão ou quem pode participar de debate. Na questão sobre o tempo de TV, um candidato a prefeito, por exemplo, terá seu tempo de TV determinado pelos seis maiores partidos que estejam na coligação. Por que seis? Para beneficiar os grandes em detrimento dos pequenos, só por isso. Minha maior luta, que eu acho que seria a grande democracia deste País, é que os candidatos a prefeito têm de ter o mesmo tempo de TV. Hoje, isso é proporcional ao número de deputados federais. Então, olha o que acontece: o meu partido tem quatro deputados federais, só que é a maior bancada em Manaus e a segunda maior em Salvador. Se formos lançar candidatos nessas duas cidades, eles terão menos televisão que o candidato de um partido maior que tem menos representatividade nesses locais. Desprezou-se, efetivamente, a realidade política de cada partido num município só para favorecer as grandes agremiações partidárias. Enquanto um partido grande tem 2 minutos de televisão, o meu partido tem 20 segundos. Essa é analogia do Brasil, onde o rico é cada vez mais rico e o pobre, cada vez mais pobre. Exatamente isso o que foi feito nesta Infraconstitucional. O que eles não aceitam aqui, de jeito algum, é que os pequenos partidos foram os que mais cresceram nas últimas eleições, foram os grandes vencedores de 2014, justamente porque tinham caras novas para a política, como o povo clamou nas ruas. Então, o que aconteceu nessa votação da Reforma Política foi um grande atentado à vontade popular manifestada nas urnas. Infelizmente! Foi bem tensa essa semana que passou. Agora, a Câmara está em recesso, voltamos no início de agosto e eu vou aproveitar esses dias pra fazer um intensivão das agendas com os pré-candidatos, prefeitos e bases eleitorais, enfim, com todo mundo que estava me pedindo e, feito isso, vou tirar alguns dias de descanso, ao lado do meu marido e filhos.

Nocautearam Davi

É um golpe atrás do outro. Aprovaram uma emenda que somente candidato de partido com mais de 9 representantes na Câmara dos Deputados participará de debate eleitoral na TV. O que acontece na prática? Vou dar um exemplo para vocês: a deputada Christiane Yared foi a mais votada no Paraná, e hoje é uma das principais pré-candidatas à Prefeitura de Curitiba. O deputado Cícero de Almeida, de Alagoas, é líder nas pesquisas. Pela regra aprovada, eles não poderão participar de debates eleitorais porque seus partidos não têm nove deputados na Câmara, ou seja, menosprezaram a representatividade que cada agremiação partidária tem em seus municípios e estados, o que é um absurdo, é inconstitucional. Já existe uma cláusula de representação na Casa para ter direito a tempo de TV e a Fundo Partidário e agora colocam esse número, 9. Por que? Vou revelar uma coisa para vocês: esses números são decididos em acordo, em princípio eram 11, mas 11 prejudicaria três partidos, que votariam contra e aí a emenda não passaria. Então, abaixaram para 9, prejudicando não apenas os pequenos partidos, com a clara intenção de só se manter os grandes no poder, mas, principalmente, os candidatos que já mostraram nas urnas que têm a preferência popular e que agora ficarão cerceados de discutir suas ideias em debates televisivos. Olhem a incoerência aprovada nesta Casa: um candidato que venha a estar em primeiro lugar nas pesquisas estará fora do debate, penalizado porque seu partido não tem 9 deputados federais, enquanto que um outro, com baixíssima porcentagem em levantamento eleitoral da opinião pública, estará lá, na telinha, debatendo. Ou seja, tiraram dos eleitores o direito de ouvir os seus candidatos preferidos. Nessa guerra entre Davi e Golias, nocautearam Davi. É o fim da picada!

renata minireforma politica

Fui à tribuna falar sobre a incoerência dessa emenda, que tira do povo o direito de ouvir seu candidato em debates eleitorais porque seu partido não tem 9 deputados

Rascunho em votação

Chocada! A importância que estão dando para a Lei Infraconstitucional da Reforma Política é tão grande que o texto final que vai ser votado logo mais está todo rabiscado a caneta, com observações tipo ‘isso cortou’, ‘isso aumentou’, ‘isso mudou pra 90’. Gente, é um rascunho mesmo o que está publicado no site da Câmara dos Deputados. Chega a ser inédito isso daqui. Um deputado, conversando com a assessora de plenário, falou: “É sério que esse é o texto final? Poxa, esse é o grau de importância do que estaremos votando hoje”. Para que vocês tenham uma ideia do que vamos votar, olhem as imagens abaixo. É exatamente esse o texto que virá para plenário para votação. Dá para acreditar nisso? Realmente, chocada!

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Observem o texto que iremos votar daqui a pouco, com anotações  e rasuras

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Nesta página, há modificações feitas a caneta e trechos descartados

Deturpando o texto

Olha, a gente sofre ataques injustamente. Tenho sido massacrada porque um site divulgou um projeto de lei de minha autoria de forma completamente diferente do texto que protocolei. Um absurdo! O meu projeto é para beneficiar a população. Hoje têm muitas entidades que firmam convênio com o poder público para executar determinados objetos, como, por exemplo, desenvolver um polo de beleza, oferecendo cursos gratuitos à população, recebendo recursos exclusivos para esse trabalho. O que tem acontecido com certa frequência é a Justiça fazer a penhora financeira de entidade que tenha dívida ou estiver envolvida em ação trabalhista, bloqueando, inclusive, o dinheiro destinado à execução do convênio firmado com poder público.  Então, fiz um projeto de lei para tornar impenhoráveis esses recursos públicos que estão com os conveniados, ou seja, trata-se de uma proteção para que projetos sociais não sejam mais prejudicados e interrompidos. Ai, vem esse portal da web e escreve que o meu projeto era para tornar impenhoráveis todos os recursos financeiros das entidades devedoras, ou seja, nada a ver com meu projeto. Ai, todo mundo começou a me xingar, mas não foi nada disso que apresentei em meu projeto. Olha, vou falar uma coisa, são tamanhas as injustiças que a gente tem de engolir tremendo sapos de vez em quando. Poxa, não é isso que está escrito no meu projeto. Não é isso! Vamos ler com mais atenção, pessoal, para não divulgar errado.

Coração bateu forte

Desespero. O relator já lendo o texto final da Infraconstitucional da Reforma Política e eu escrevi o artigo que precisava que ele alterasse, porque, se mantido, iria prejudicar os pequenos partidos, diminuindo o tempo de televisão, que a gente já não tem. Fiz até um coraçãozinho e escrevi “pense com carinho, beijos, Rê”. Deu certo! Ele passou a manhã inteira dizendo não, não, não, me negando, ele e o presidente da Casa, mas na hora de ler o texto, acho que o coração dele bateu forte e topou mudar o teor da proposta. Fiquei tão feliz, bati palmas, dei gritos e mandei um coração pra ele (kkkkkk). Muito bom!

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Salsichas e leis

Frase muito comum no meio do povo, mas que se aplica também aqui: se as pessoas soubessem como são feitas as salsichas e as leis iam torcer o nariz. Porque, gente, está horrível a forma como está sendo conduzida a Lei Infraconstitucional da Reforma Política. Uma bagunça, o povo daqui grita ‘baixa pra isso’, ‘aumenta aquilo’ ou ‘tira isso’. Os deputados não sentaram numa comissão, como deveria ter sido feito, criada especialmente para debater esse tema e discutir os assuntos de relevância. Todos os deputados líderes estão criticando isso. Pior é saber que leis como essa alteram muita coisa no sistema eleitoral e, consequentemente, no futuro do nosso País. E está sendo feito desse jeito. Triste!

Gastrite atacando sem dó

renata regimento

Estudando o regimento  da Câmara no único horário livre: de madrugada

Semana em Brasília está sendo puxadinha. O Eduardo Cunha colocou para votação a Infraconstitucional da Reforma Política, sem nem colocar na comissão especial para discutir. O que a gente votou anteriormente foi a PEC (Proposta de Emenda Constitucional), agora estamos votando as alterações nas leis ordinárias, que precisa de menos votos em plenário. Só que todo mundo achou que viria um texto simples, mas veio um calhamaço de regras, e, obviamente, mais uma vez estão tentando acabar com os pequenos partidos. E a minha gastrite atacou de novo (rs). Para piorar, peguei uma inflamação nos olhos e tive de andar de óculos escuros no plenário. Que vergonha (kkkkk)! Então, estou eu aqui em pânico, articulando mais uma vez a defesa dos pequenos partidos. Poxa, na última eleição os partidos pequenos foram os que mais cresceram. Será que é isso o que tanto incomoda? Eu brigo mesmo. Ontem conseguimos unir os líderes e segurar a votação. Olha que absurdo: o texto que deveríamos votar chegou praticamente às 9 da noite do dia anterior, não deu tempo de analisá-lo, de apresentar as emendas necessárias, não tinha como votar. Para piorar, enquanto a gente discutia o teor, ainda estavam alterando o texto, ou seja, completamente inviável colocar em votação. E eu achei que ia se votar a urgência do projeto de lei. Explicando: para ir ao plenário, um projeto de lei que não passou pela comissão precisa antes de mais nada aprovar a urgência. Para ter urgência, o projeto precisa de maioria absoluta nos membros da Casa, ou seja, 257 votos. Então, não é tão fácil aprovar uma urgência de projeto. Para não correr esse risco, porque a urgência não passaria, o presidente da Câmara apensou esse projeto a um outro que trata da mesma lei e que já tinha urgência aprovada. Foi uma manobra regimental, permitida pelas regras da Câmara, mas… como assim? Como votar algo que a gente mal tinha tido tempo de ler? Foi muito complicado. Pra variar, todo mundo questionou essas pedaladas regimentais. Tanto é que no final do dia, às 11 horas da noite, marquei aula com meu professor de Regimento, o Caleb, para me aprofundar cada vez mais sobre o assunto, e descobri que tanto aquela questão da Maioridade Penal quanto esta agora, da urgência, foram manobras que o regimento, gostem ou não, permite. O fato de Eduardo Cunha conhecer profundamente o regimento faz com que ele consiga que as coisas andem na Casa, contra tudo e contra todos. É impressionante! Fiquei madrugada adentro estudando e entendendo de que forma posso usar o regimento a meu favor, para aprovar, efetivamente, os projetos de lei que tanto quero. Nenhum deputado acreditou que estava indo às 11 horas da noite estudar regimento interno, então, tirei uma foto para comprovar meu empenho.

renata oculos

Inflamação nos olhos me obrigou a trabalhar  de óculos escuros (risos)

Onde vamos parar?

Estava vendo os ataques que a presidente Dilma Rousseff está sofrendo pelas redes sociais. Há ofensas horríveis, desenhos chocantes com a imagem dela, comentários com palavras chulas e de baixo nível. Eu nunca fui petista, nunca votei no PT, mas acho que a gente não pode se esquecer que ela é um ser humano e, que, independentemente do cargo que ocupa, é mulher, mãe e avó, tem família. Fico muito triste quando vejo esses ataques, que atingem não só a ela como também toda sua família. Somos seres humanos e temos de pensar no outro, respeitá-lo sempre e acima de tudo. Hoje atacam a Dilma, amanhã pode ser qualquer um de nós, eu, você, sua família. Isso não pode continuar. Ofensas pessoais, caricaturas ridicularizando-a, onde vamos parar? Não compactuo disso, seja com quem for, e fico realmente muito triste e chocada que algumas pessoas se sintam bem fazendo esse tipo de manifestação deprimente. Lamentável!

 

Recepção revigorante

Tudo na vida tem seus prós e contras, mas, sem dúvida, o mais difícil na vida pública é ficar longe das pessoas que você ama. Eu tenho um filhinho de 2 anos, o Rafael, e um de 4, o Felipe. Passo a semana longe deles, me comunicando via FaceTime. Costumo desembarcar por volta das 10 e pouco da noite, porque sempre pego o último voo de Brasília para Congonhas. Desta vez, meu marido foi me buscar com os nossos filhos acordados. Geralmente, dormem às 20h30, mas o pai segurou os dois acordados, fazendo a maior algazarra no carro. Quando abri a porta, dei de cara com minhas crianças. Meu marido tinha montado uma espécie de cama na parte traseira do automóvel e os meninos estavam lá, felizes. Meu bebê de 2 anos, quando me viu, falou “mamãe chegou”. Ah, gente, foi emocionante demais! Nunca tinha falado essa frase. ‘Mamãe’ ele já fala faz tempo, mas ‘mamãe chegou’ foi a primeira vez. Ele veio e me agarrou forte. Nossa, gente, dói, dói demais ficar longe deles. Política é vocação e é preciso pensar muito antes de se dedicar a ela, porque tem de abrir mão de muita coisa para desempenhar bem essa missão. Mas, ver meus bebezinhos me esperando no aeroporto foi maravilhoso. Depois de uma semana tensa, exaustiva, dormindo muito tarde e acordando muito cedo, ser recebida desse jeito foi o melhor revigorante nesta minha volta pra casa.

renata filhos

Ataques pela internet

Quem votou contra a Redução da Maioridade Penal foi bombardeado nas redes sociais. Eram tantos palavrões que alguns tiveram de recorrer ao dicionário para saber o significado. Isso me fez refletir: as mídias sociais deixaram de ser um palco de debates para se transformar num campo covarde de ofensas e ameaças. Uma deputada, que votou contra a redução, foi cruelmente atacada. As mensagens iam de pesados palavrões a pragas, rogando que a família dela caia nas mãos de um menor criminoso. Complicado isso, né? Democracia é opinar, se poscionar, mas, acima de tudo, democracia é respeitar o outro que pense diferente.  Isto é democracia!

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