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Roupas geram polêmicas

Tem um grupo de deputadas liderado pela Cristiane Brasil (PTB-RJ) que pretende criar um padrão de vestimentas para as mulheres que transitam na Câmara. A pedido dela, a Mesa Diretora da Casa vai elaborar um projeto com regras para ‘evitar excessos’ nas dependências da Casa. Por se tratar de uma questão administrativa, o projeto não tem que ser apreciado pelo plenário, podendo ser votado pelos próprios integrantes da Mesa. Só que assunto virou polêmica, porque querem proibir, por exemplo, saias acima do joelho, braços à mostra, decotes e outras regras. Algumas parlamentares já reclamaram. Elas até vieram pedir meu apoio para que a Mesa não aprove isso, mas eu, praticamente, passei a semana passada focada no Senado, nas votações da Reforma Política, e não me envolvi nessa questão das roupas femininas.  Aliás, alguns deputados estão muito chateados (kkkk) com a proposta da Cristiane Brasil.

A dinâmica da política

Passei muito tempo no Senado na semana que passou, porque eles estavam votando a Lei Infraconstitucional da Reforma Política (propostas da Reforma Política que não alteram a Constituição). E é muito engraçado, gente, parece que o Senado é um mundo à parte, porque eles não conversam com a Câmara dos Deputados. Têm algumas cláusulas que eles sabem que não irão passar na Câmara e fica aquele empurra-empurra. Agora, olha que interessante como é trâmite, fui até pesquisar com os regimentalistas: a Câmara aprova um texto, que vai pro Senado, que muda algumas coisas e manda de volta pra Câmara, que pode manter o texto alterado pelos senadores ou ficar com o que foi aprovado pelos deputados. E que tem a palavra final é a Casa que iniciou as votações das propostas, ou seja, a Câmara Federal. Interessante isso, né? A gente acha que para aprovar um projeto de lei tem que ter a concordância das duas Casas legislativas, mas na verdade não é isso, porque o Senado é uma Casa revisora. Se ela revisar com alterações e a Câmara não aprovar, prevalece o texto inicial, aprovado pelos deputados. Outra coisa interessante, e a gente que está lá vê, é o comportamento da imprensa. A mídia divulga ‘Senado aprova fim de coligações’ ou ‘Câmara aprova não sei o quê’. Isso é muito irreal e só gera falsa expectativa na população, porque tudo pode mudar nesse trâmite de ida ao Senado e vinda à Câmara, isso sem contar as armações, os acordos que existem por trás. Acho que a imprensa só deveria divulgar quando efetivamente o tema for sancionado, porque a política é muito dinâmica, o cenário muda de um dia para outro, os interesses mudam e os acordos mudam. Enfim, muda tudo de um dia para outro.

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Câmara dos Deputados dará a palavra final na Reforma Política

 

Fugindo à rotina

O presidente Eduardo Cunha esteve muito bonzinho (rs) ao longo desta semana. Terminou as sessões relativamente cedo. Não estamos acostumados a isso. Estou até preocupada, viu!

 

Integração com os jovens

Depois dos trabalhos em Brasília, sai da Capital Federal direto para o Ceará, onde prestigiei o casamento da filha de um deputado amigo meu. No dia seguinte, bem cedinho, já estava de novo aeroporto, retornando a São Paulo, onde fiz uma palestra sobre Reforma Política no Mackenzie, universidade na qual me formei em Direito. Participei da homenagem ao reitor Cláudio Lembo, que foi governador de São Paulo, e fiquei muito feliz de poder falar à juventude universitária um pouquinho dessa experiência na política. Sabe, meu maior projeto é o resgate de nossa juventude, luto muito por isso, brigando para incluir a Educação Política nas escolas. Tenho certeza que, quando o jovem participar mais da vida política e quando a gente incentivar novas lideranças no País, realmente o futuro da política tenderá a ser bem melhor. Faço questão de estar presente nessas agendas, para incentivar mais jovens a escolherem esse caminho. Por isso, fiquei muito feliz de participar desse momento com os universitários do Mackenzie.

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Gosto dos encontros com os jovens, pois posso falar um pouco da vida na política

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Foi muito bom estar ao lado do ex-governador e reitor Cláudio Lembo (à esquerda)

Somos todos seres humanos

Eu estava conversando com minha deputada do Paraná, a Christiane Yared, e a gente começou a compartilhar algumas dificuldades da vida pública, que são bem interessantes. Por exemplo, se você publica uma foto, nas redes sociais, jantando com amigos num sábado à noite, o povo critica, ‘é, tá vendo, a gente paga seu salário, deveria estar trabalhando’. Infelizmente, parte da população acha que não somos seres humanos, não temos direito de nos divertir, de jantar com amigos, de ter vida fora das atividades de mandato, não temos direito de nada. É muito engraçado isso. Essa parte da população não vê o deputado como ser humano. Que coisa, né!

Fala que eu não te escuto

Leitor assíduo deste blog, Cristovão Martins Torres me escreve sobre os pronunciamentos na tribuna da Casa: “Não deve ser fácil fazer um discurso na tribuna da Câmara, que deve ser preparado com muito carinho pelo deputado, e, quando o mesmo vai falar, os colegas ficam com conversas paralelas, não prestando atenção no que está sendo dito”. É verdade, Cristovão, isso foi a primeira coisa que me chamou atenção quando entrei nesta Casa. É engraçado, porque não tem cadeira para todos os deputados, ou seja, se todos quiserem sentar para ouvir os discursos e pronunciamentos, não tem lugar. Assim, fica aquela bagunça, um falando e ninguém ouvindo, sem prestar nenhuma atenção ao que o colega está dizendo ao microfone.  É bom ressaltar, no entanto, que grande parte daquele pessoal aglomerado naquele espaço frontal do plenário está discutindo tanto a matéria quanto a estratégia. Ali são discutidos emendas que entram na hora e substitutivos, que entram para votação no lugar do projeto. É naquele burburinho que a articulação do projeto acontece. Se ficar sentado não consegue falar com o líder, que fica justamente nessa área para orientar a bancada. Então, quem quer pedir alguma coisa ou mudar algo vai até lá. É importante esclarecer isso. É uma bagunça? É, mas é uma bagunça organizada. Poucos ouvem os oradores? Sim, é verdade também. Acho até que deveria ter uma regra para limitar o número de oradores porque, em cada votação, vai muita gente para a tribuna, muitas vezes para repetir o que já foi dito ou só para aparecer na transmissão da TV Câmara. E muitas vezes os presentes já têm opinião formada sobre o assunto, salvo um caso ou outro o tema já foi exaustivamente discutido nas comissões  lideranças e blocos. Enfim, concordo com você, Cristovão, sobre o fato de o orador falar sem ser ouvido, deveríamos ter um avanço disciplinar essa equação orador x ouvintes.

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Poucos prestam atenção aos discursos  (Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)

Coisas boas não são divulgadas

Contratei uma jornalista para escrever um livro sobre o meu pai, José de Abreu, cuja história de vida é muito bonita. Estava lendo alguns capítulos já prontos. Um dos depoimentos é da minha mãe, Cristina de Abreu, e, ao lê-lo, disse “é isso, mesmo”. A gente tem lá no Centro de Tradições Nordestinas, a nossa ONG em São Paulo, um trabalho social muito bonito. Em determinado ano, fizemos uma campanha, chamada SOS Nordeste, arrecadando alimentos para mandar ao povo nordestino. Na época, uma emissora de TV quis falar com a diretora do CTN, que era justamente minha mãe. Mas, quando a equipe de reportagem soube que ela era a esposa do deputado José de Abreu, alegou que não iriam mais entrevistá-la porque não poderiam promover um deputado, ou seja, promover as coisas boas que um político faz a mídia diz que não pode, mas as coisas ruins sempre têm espaço garantido. Por isso,  acho que a mídia também é responsável por desestimular pessoas do bem a ingressarem na política. Por que um político, ou sua família, não pode dar entrevista sobre um trabalho social bonito que realiza? Isso aconteceu comigo também, quando estava à frente do comando do CTN. A imprensa precisa rever seus conceitos, quando passar a divulgar que existem políticos que também fazem coisas boas  iremos, naturalmente, atrair outras pessoas do bem a participar da política. Não é isso que acontece, infelizmente!

Trouxe meus príncipes

Essa semana que passou foi muito estressante. Voltei de Brasília, fiquei sábado e domingo cumprindo compromissos partidários em Praia Grande e Sorocaba e quase não vi meus filhos. Isso tem me deixado agoniada. Segunda-feira, passei o dia em reunião política. Sai quase meia-noite da sessão solene pelo aniversário da Freguesia do Ó. E hoje vim para a Capital federal. Não aguentei: comprei passagem aérea para meus dois príncipes e eles estão aqui, comigo, porque a saudade está demais. É difícil… mas é por eles que a gente luta todos os dias, né?

Mais briga pela frente

Todos vocês sabem da minha intensa briga sobre a Reforma Política. Fizeram uma Lei Infraconstitucional que prejudica muito os pequenos partidos, criando regras absurdas. Eu já falei no blog sobre isso. Uma delas diz respeito as coligações. Hoje, quando um partido lança uma chapa completa, pode lançar uma vez e meia o número de cadeiras em disputa e, se for coligação, duas vezes. A regra aprovada na Infraconstitucional manteve uma vez e meia para partido único, mas, se coligar, só poderá lançar o número exato de vagas (leia o post Matemática ilógica: 1+1=1, publicado no dia 14 de julho). Um absurdo, qual a lógica disso? Pois bem, como a proposta já está em análise no Senado, bati na porta do gabinete do Romero Jucá, relator da comissão no Senado, e infernizei o senador. Disse que aquilo era absurdo, não tinha lógica, que não podia ser assim. Pedi que excluísse esse artigo ou mantivesse como era. Enfim, marcação cerrada em cima dele. Estava eu em São Paulo, no velório do meu tio, quando recebi a notícia que o senador acatou meu pedido. Fiquei muito contente. Nossa, fiquei tão calma que até minha gastrite melhorou. Mais feliz ainda quando Romero também me ouviu sobre o prazo de filiação. A Câmara diminuiu o período de filiação para seis meses, o que era muito ruim, porque iria virar um leilão na época das eleições, com os grandes partidos e seu poderio financeiro comprando todo mundo. Falei isso para o Romero e ele mudou esse prazo, estipulando um ano. Aí, no jantar de aniversário do Russomanno, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, comentou que o Senado tinha de manter os seis meses. “Vocês não se conversam, não?”, perguntei a ele, ao mesmo tempo que, coçando a cabeça, conversava mentalmente comigo mesma: Poxa, quando ele souber que fui eu que pedi para mudar esse prazo… O Eduardo Cunha continuou falando sobre o assunto, adiantando que, se houver mudança, ele vai derrubar na Câmara. Ai, não aguentei e falei: “Presidente, essa campanha vou ser contra você”. Agora, cá entre nós, brigar com o presidente da Casa não vai ser fácil (kkkkk).

Denúncia sem cabimento

Acabo de ser notificada de um inquérito policial, que está correndo contra mim, por distribuir caderno escolar, capa dura, em uma cidade que eu nunca fui, durante o período eleitoral. Se eu não fiz isso, só posso deduzir que alguém mandou fazer esse material, tirou foto e registrou queixa com o único intuito de me prejudicar. Não entendo o porquê disso, pois, como disse, não fiz campanha naquela localidade. Esse tipo de política suja eu abomino. Lamentável. Estou com muita raiva!

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