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Sem cota de mulheres

Terça-feira teve a votação da Reforma Política referente a cotas de mulheres nos legislativos. O projeto era criar uma cota de 10%. Hoje, as mulheres ocupam 9,8% das vagas. Perto de outros países, o Brasil tem a pior participação feminina nas casas legislativas. Em vários países, inclusive do Primeiro Mundo, conquistou-se esse equilíbrio entre homens e mulheres por meio de cotas por um período, e não cotas permanentes. No Brasil, as mulheres representam mais de 52% da população, mas menos de 10% nos legislativos. Era é uma grande luta aqui para a aprovação, mas, infelizmente, faltaram 15 votos para o projeto ser aprovado. Mas a luta continua.

 

Faltaram 15 votos para que a proposta de cota feminina nos legislativos fosse aprovada

Faltaram 15 votos para que a proposta de cota feminina fosse aprovada

Petrodólares, samba, protestos

Quarta-feira no plenário foi muito intenso e tenso. A discussão era longa, sobre aquele debate que eu fiz no post de ontem, a MP do seguro desemprego. A briga era grande, era a CUT, a Força Sindical, tinha de tudo. Jogaram petrodólares no plenário, réplicas de notas com fotos da Dilma, do Lula e do Vaccari, fizeram panelaço no final da votação, PSDB gritando “PT pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”. Teve samba, teve de tudo, viu! A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi defender algumas questões, um outro se exaltou, começou uma briga, quase se atracaram ali no meio, sem contar as agressões verbais. Outro parlamentar, Alberto Fraga (DEM-DF), falou ao microfone que “mulher que bate como homem tem de apanhar igual a homem”. Aí virou um furdunço. A bancada feminina se uniu, revoltada com essas palavras, e protestou cantando “a violência contra a mulher não é o Brasil que a gente quer”. Apesar de cenas tão horríveis, houve um lado engraçado: para não perder o decoro parlamentar, as ofensas eram do tipo ‘vossa excelência é um bandido’ (hahahaha). No fim, a Jandira subiu à tribuna para defender as mulheres e fez um discurso bem emocionante. Disse que eles (homens) não tinham noção do que é fazer a renúncia do lar e dos filhos para estar ali, no Congresso, e que não aceitava as ofensas dirigidas às mulheres presentes no plenário. Foi bem emocionante. Todo plenário ficou de pé e a aplaudiu. E, no fim, a sessão se encaminhou para a 1ª votação do pacote fiscal do governo, que terminou com a aprovação da medida provisória 665, que estabelece aumento do tempo de trabalho para requisição do seguro desemprego de 6 para 12 meses. Foram 252 votos pelo ‘sim’, 227 pelo ‘não’ e 1 abstenção.

'Dinheiro' jogado pelo público que estava na galeria...

‘Dinheiro’ jogado pelo público que estava na galeria…

... forrou o chão do plenário durante a votação

… forrou o chão do plenário durante a votação

Sem mulher na mesa

Sabe aquele deputado que eu falo que é doido, doido, doido? Aquele que adora sentar ao lado do presidente Eduardo Cunha? Que se inscreve todos os dias para falar na tribuna e que, ao discursar, ninguém entende nada do que ele fala? Pois bem, no dia da votação do segundo turno do projeto de lei da deputada Luiza Erundina, que garante vaga feminina nas mesas diretoras da Câmara e do Senado, todo mundo votou a favor. Foi a maior festa, com a bancada feminina invadindo a mesa diretora e festejando muito, tamanha conquista para as mulheres, importantíssima. Bem, quando olhamos o painel da votação, cinco deputados votaram contra. Um deles, o nosso Delegado Edson Moreira. Loucura!!! Ele é do PTN, o partido que proporcionalmente tem mais mulheres na Câmara. Dos quatro deputados do PTN, 50% são mulheres. E ele votando contra. Vai entender… Só depois que a gente descobriu que ele, quando falou na tribuna, defendeu o ‘não’ à participação da mulher nas mesas. Como fala todo enrolado, ninguém entendeu nada do que ele disse.  Até as meninas que digitam todas as falas colocam a mão na cabeça quando o orador é o Edson Moreira. Elas dizem que, com ele, não fazem taquigrafia, mas sim psicografia. Hahahaha!

Almoço maravilhoso

 Almoço na casa da deputada Tia Eron

Foi muito legal o almoço da bancada feminina da Câmara dos Deputados. Somos 51 mulheres deputadas federais na atual legislatura e vamos lutar para que esse número cresça cada vez mais no cenário político do Brasil. Eu reforço que é muito importante a gente defender a cota para mulheres, não por questão de feminismo ou puramente de cotas, mas porque melhoraria muito a qualidade da nossa política se a gente tivesse mais mulheres no Congresso. A mulher é mais idealista. Não importa se o partido é da base ou da oposição, ela vota no que acredita. Ah, o almoço foi na casa da Tia Eron, deputada da Bahia, que nos serviu um peixinho com camarão. Deliciosíssimo!

Bancada feminina

Café da manha das mulheres da Câmara, celebrando o início dos trabalhos

Café da manha das mulheres da Câmara, celebrando o início dos trabalhos

Hoje teve café da manhã da bancada feminina da Câmara. Somos 51 mulheres. Senti que todas falam com coração, com a verdade. Têm posições firmes. Por isso, é tão importante defender maior participação da mulher na política. Eu defendo cota feminina no Parlamento, para que o futuro de nossos filhos esteja preservado. Eu vou me empenhar  para unir as deputadas na luta pela cota representativa na Mesa Diretora e nas comissões. Para ter uma ideia, essa é a primeira vez na história da Câmara que uma mulher ocupa cargo na mesa, agora com a Mara Gabrilli (PSDB) e a Luísa Erundina (PSB).