abr 18, 2016 - câmara dos deputados    11 Comments

Sonho conquistado

Gente, é muito emocionante. Estou ainda aqui no plenário, explodindo de felicidade! Foi voto a voto, com 367 votos a favor do processo do impeachment. A gente conquistou o sonho brasileiro. Demos voz às ruas. Conseguimos! Não podemos nunca desperdiçar o nosso voto. Nunca deixar de luta naquilo que a gente acredita. Estou muito feliz de fazer parte da história deste País. Muito feliz de não ser uma mera cidadã que só reclama, mas alguém que deu a cara pra bater e que participou, representando a população, da luta por um País mais justo e melhor pra todos nós, os brasileiros!

vitoria

11 Comentário

  • Adorei o seu discurso. Muito sereno. Parabéns deputada!

  • Meus pêsames por participar de um golpe branco.

    Meus pêsames por colocar um conspirador na presidência e um corrupto anti-democrático na vice-presidência.

    Meus pêsames por cassar meu voto e de milhões de brasileiros. Não saberei mais se ele valerá ou não.

    Meus pêsames por enterrar o Brasil nas sombras e participar dessa vergonha internacional.

    Nojo disso tudo.

    Eu sou povo e não aprovo isso. Grande massa que apoia não sabe o que defendem, muitos sabem e são hipócritas, corruptos dizendo que é pelo fim da corrupção.

    Triste.
    Mas eu pelo menos não participei do golpe.

    A senhora sim.

    E seus netos se envergonharam tremendamente disso.

    • As pessoas são muito engraçadas mesmo. Agora, acusam a deputada de ser responsável por colocar Michel Temer na presidência. Quem está colocando o Temer na presidência foi o próprio PT, que o colocou na chapa de Dilma por duas vezes, para que ele e seu PMDB a ajudassem a vencer a eleição. Aliás, as duas eleições foram vencidas pela chapa. Na última, embora o PT insista em dizer que Dilma foi eleita com mais de 54 milhões de votos, isso não é verdade. A chapa foi eleita. Então, não me venham com vitimização, como não há crime, que é um golpe, porque tudo o que está acontecendo é tão e unicamente culpa do PT e de um governo que meteu os pés pelas mãos.

  • Boa noite, parabéns pelo seu pronunciamento ontem no congresso. A gente fica sem saber em quem acreditar, mas suas palavras tocaram em vários pontos de tudo que penso sobre a situação do nosso Brasil!

  • Deputada, a última pesquisa do Datafolha, feita há um mês, constatou que 68% dos brasileiros apoiam o impeachment. 68% não são todos os brasileiros, deputada. Lembre-se que 27% não apoia o impeachment, 3% são indiferentes e 2% não sabem. A cada dez brasileiros, três são contra o impeachment. A senhora, no máximo realizou a vontade da maioria da população, mas não tem autorização para falar em nome de todos os cidadãos. Todos não!
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    Lembre-se deputada: a democracia não é a ditadura da maioria. Para isso existem as comissões que ouvem as minorias, para isso existe o Ministério Público protegendo direitos de certos segmentos da sociedade, como os indígenas, por exemplo. Para isso existem negociações, conciliações, acordos nas esferas do legislativo e do executivo. A democracia precisa representar e dar voz as maiorias e as minorias.
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    A senhora realmente acha que o processo ocorrido ontem na câmara foi de fato democrático? Democracia é quando o negro, a mulher, o homossexual, o pobre, o sem terra, o desabrigado são representados no congresso nacional mais do que os empresários, os ruralistas e os banqueiros. Democracia é quando essas classes sociais exercem poder sobre seus destinos. Democracia é quando o voto dessas pessoas é respeitado.
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    Ontem eu vi muitos deputados e deputadas votando em nome de Deus e de suas famílias. Mas quem é que vai votar pela família da Solange, mulher idosa e negra, mãe de seis filhos, que mora na periferia, ganha um pouco mais do que o salário mínimo e trabalha o dia todo como servente em uma escola estadual aqui de Juiz de Fora? Quem é que vai votar pela família da Juliana, do André, do Flávio, que estão em situação semelhante a da Solange? Eles fazem parte daqueles 30% que não queriam o impeachment, e que não foram lembrados por vocês, deputados. Eles não existem para vocês. São invisíveis.
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    “A gente conquistou o sonho brasileiro”. Acho curioso que a Solange e 30% da população do país não sejam considerados como brasileiros pelo discurso da senhora. O sonhos dos brasileiros, deputada, é ter escola de qualidade, hospital público que funcione, segurança, moradia e transporte acessível para todos. O sonho dos brasileiros é ganhar um salário digno, não passar fome, ter a carteira assinada e ser respeitado no ambiente de trabalho. O sonho dos brasileiros está muito longe de ser alcançado por esse congresso, que aliás, é presidido por um réu no STF.
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    54 milhões de cidadãos votaram em Dilma. O que acontecerá com o país nos próximos meses, se uma parte desses 54 milhões de brasileiros resolver reagir e protestar nas ruas? E se a crise econômica se agravar, depois que o Temer aplicar a política liberal que ele pretende aplicar, imitando FCH? O próprio Temer já anunciou, no seu áudio supostamente vazado, que sacrifícios são necessários e serão feitos! Qual será a reação da população ao viver os sacrifícios impostos por um presidente que não foi eleito diretamente para ocupar essa cadeira?
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    Vão pedir o impeachment do Temer!
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    Esse é o problema de se brincar com as regras da democracia, deputada. Os próximos presidentes da República nunca saberão se vão ou não completar seus mandatos, porque poderão ser destituídos pelo congresso a qualquer momento. Todos nós saímos perdendo com essa instabilidade política, que acaba dificultando os investimentos econômicos, os avanços sociais e o comércio externo. Países que são instáveis politicamente, além de serem mais violentos, não atraem o capital externo e os investimentos das multinacionais.
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    Paraguai e Venezuela, depois que realizaram seus impeachments, nunca mais conseguiram voltar ao normal. Rupturas democráticas provocam consequências de médio e longo prazo, e daqui a dez anos o Brasil ainda viverá os efeitos dessa ruptura. A democracia existe para mediar os conflitos entre os diversos segmentos que almejam o poder, promovendo um pacto onde os segmentos que perderam as eleições se comprometem a respeitar o ganhador, até a eleição seguinte. É esse pacto invisível que permite aos governantes terem paz e estabilidade política para conseguirem governar, alcançando avanços sociais e econômicos. Mas quando as regras democráticas são desrespeitadas, os conflitos se acentuam, a violência aparece, a revolta toma às ruas e ninguém consegue paz para governar mais.
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    Deus tenha misericórdia desse país, disse o Cunha. Ele sabe, melhor do que a senhora, o que nos espera.
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    Post scriptum: Escrevi esse comentário em 18 de abril de 2016. Guarde esse texto e leio-o novamente daqui a um ano. Você o lerá com outros olhos.

    • Tiago, você escreve muito bem. Parabéns!

      Sou contra os caminhos e métodos adotados pela Dilma (creio que nesse ponto estamos do mesmo lado, já que nem os governistas parecem que são à favor), mas sou uma pessoa que gosta de aprender e curioso para conhecer o outro lado.

      Se incomodaria de responder estas questões?
      Qual é o seu diagnóstico do que vem sendo trazido à tona pela lava-jato e outras operações em andamento? Acredita na lisura dos resultados que vem sendo apurados (apesar da eventual discussão de parcialidade do foco)?

      Qual seria sua sugestão para tratar essa crise gigante de governabilidade, que já era séria antes do desembarque do PMDB e outros partidos da base, e só se tornou insustentável agora? Seriam novas eleições, como vem sendo aventado? Qual seria seu/sua candidato(a) nesse caso?

      Obrigado pelo esclarecimento. Realmente acredito que é através do debate respeitoso que teremos um Brasil melhor.

  • “O pior Congresso que o dinheiro pôde comprar

    Este Congresso não é o retrato do Brasil.

    Não somos tão homofóbicos, tão reacionários, tão corruptos, tão primitivos, tão cínicos, tão demagógicos, tão venais – e, data venia, sequer tão feios, interna e externamente.

    Aquela Câmara de ontem, liderada por Eduardo Cunha, é fruto do dinheiro sujo e copioso posto por grandes empresas nas campanhas políticas nacionais.

    O melhor exemplo é o próprio Cunha”.

    Paulo Nogueira – Diário do Centro do Mundo

  • Respeito sua decisão mas lamento que você tenha contribuído para o que vimos ontem. A possibilidade desse país voltar a ser comandado pela direita golpista. Quem não tem votos dá golpe. E sob o mantra da “corrupção”. É assim desde Vargas, passando por JK, Goulart e agora Luiz Inácio e Dilma. Temer e Cunha, com acusações seríssimas de corrupção ganharam um round, com a ajuda de deputados que respondem a processos na justiça comum, na justiça eleitoral e até no STF. E contra a Pres. Dilma, o que há? NADA!! Outros virão. Eu não gostaria de estar ao lado dos “vencedores” de ontem. Ficaria enojado.

  • Realmente você honrou seu compromisso com o povo, porém infelizmente o PTN ajudou a engrossar os votos do Não, como foi alertado durante as ultimas semanas.

    Como vice-presidente da legenda, sugiro que reavaliem os valores dos votantes nessa opção para confirmar se levaram em conta o interesse do seu eleitorado, o que é nobre e democrático, ou algum outro interesse menos republicano, que possa vir a prejudicar a imagem do PTN futuramente.

  • Renata, mais uma vez parabéns.

    Mas a comemoração tem que durar pouco, afinal ainda temos bandidos à solta do seu lado na câmara.

    Com o processo rolando no Senado é hora de tirar o Cunha.

  • Deputada, eu desejo sinceramente que este “sonho brasileiro” não se torne o pesadelo que eu acredito que irá se tornar, especialmente para os mais pobres.
    Confio na sua atuação para evitarmos o sequestro de direitos previsto na “ponte para o futuro”, o programa de governo do Temer. E também para a criação e aperfeiçoamento de mecanismos que realmente façam ser ouvidas a vontade popular, que não acredito que seja retratada em pesquisas com absoluta correção.

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