Tolerância nos pedágios

Um projeto de lei que vou protocolar na Câmara dos Deputados é sobre a cobrança de pedágios nas rodovias. A questão diz respeito às cabines de cobrança que estão instaladas antes dos retornos. Dias atrás senti a situação por ter errado o caminho e ser obrigada a retornar. Num intervalo de poucos minutos, paguei duas vezes o pedágio: a primeira, na ida, e a segunda, após fazer o retorno. Isso mesmo: duas tarifas em menos de 15 minutos. Quantas pessoas por dia passam pela mesma situação, errando o caminho e pagando duas vezes o pedágio? Não é justo isso, não é mesmo? Já que o retorno nunca é antes do pedágio, deveriam dar um tempo mínimo de tolerância para quem erra o caminho.  Por isso, vou protocolar projeto de lei para que haja tolerância de 15 a 20 minutos, a fim de parar com essa dupla cobrança para quem erra o caminho.

Coisa boa tem de ser aprovada logo

O me irrita um pouco aqui: estive na Comissão da CCJ (Constituição, Justiça e Cidadania) porque tem um projeto muito consensual, que é dar prioridade especial para os idosos acima dos 80 anos. Como nossa população está ficando a cada ano mais velha acaba que uma pessoa de 60 anos não é tão idosa como uma pessoa de 80. Então, um deputado fez esse projeto muito interessante, que, realmente, se faz necessária essa distinção. Às vezes, uma pessoa de 80 anos tem de pegar filas enormes, porque cada vez mais as filas preferenciais estão extensas. Projeto muito bom, então tem de ser aprovado, né? Só que ficam mais de horas querendo discutir, mostrar a importância da proposta, falando que é um projeto excelente. Se concordam, se tem consenso, aprova logo, pra quê ficar discutindo o óbvio? Agilidade, gente! Coisa boa tem de ser aprovada logo.

Cadeia para quem mata animais

Aprovamos um projeto muito bom, que criminaliza condutas contra a vida, a saúde ou a integridade de cães e gatos. Quem matar cão ou gato terá pena de detenção de 3 a 5 anos. Essas penas serão aumentadas em 1/3 se o crime for cometido com emprego de veneno, fogo, asfixia, espancamento, arrastadura, tortura ou outro meio cruel. Foi um grande avanço, porque coloca na cadeia quem é cruel com esses seres indefesos. Fico possessa ao ver nas redes sociais e no noticiário cenas horripilantes de gente maltratando animais. Gente? Não, quem faz tamanha maldade não pode ser chamada de gente. Eu sou super defensora dos animais, tenho seis cachorros em casa e amo os bichos.

Diário está na boca do povo

Fui dar entrevista na TV Câmara. Eu não sabia que a assessoria de imprensa tinha marcado, então, fui toda mal vestida. Quando cheguei ao estúdio para fazer a maquiagem, o produtor da TV, o Tiago, começou a opinar na minha roupa. “Você está opinando bem, estou até desconfiada”, eu disse, me divertindo com ele.  E o Tiago, de bate-pronto, falou: “Não vai colocar isso no blog, hein?” Então, eu estou postando, que é para deixar registrado que o Tiago escolhe muito bem as roupas dos entrevistados. Valeu, Tiago!

Por falar em blog, após a divulgação deste diário na imprensa, agora os deputados não querem nem tirar foto comigo. “Não, isso vai pro blog”, argumentam. Hahahaha. Tudo o que eu pergunto, eles saem rapidinho com essa: “Não, não vou falar nada com você. Você vai colocar no blog” Claro que eles estão brincando, obviamente.

E hoje, na Revista Veja, o blog Diário de uma Deputada Federal também foi notícia. Vocês viram? Muito legal!

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Motos equipadas com corta-cerol

Eu adoro receber ideias da população. Uma delas, que vou protocolar na Câmara, foi passada pelo vereador Claudinho, de São Paulo: que todas as motos já saiam de fábrica com antena corta-cerol. Vocês sabem o que é cerol, né? É aquela mistura de cola e vidro moído aplicada na linha das pipas (também chamadas de raia, quadrado, maranhão e papagaio).  Crianças, adolescentes e até muitos adultos têm na pipa uma atividade barata e divertida. Para aumentar a emoção, eles praticam uma espécie de ‘batalha aérea’, que é cortar a pipa do outro com a linha de cerol. Aí a brincadeira perde a graça e começa o perigo.  Pedestres e quem usa veículos abertos, como motos, estão expostos ao risco de topar com uma linha dessas atravessada na rua, praticamente invisível e impregnada de cerol. Não tem como vê-la a tempo. Resultado: milhares de acidentes e mortes no Brasil, por causa dessa linha, que corta o pescoço da vítima. Várias cidades e Estados têm leis proibindo o cerol, mas a prática continua. Fixada no guidão da moto, a antena corta-cerol impede que a linha atinja o piloto, cortando-a com uma pequena lâmina na extremidade.

Enquete via whatsapp

Agora começou o momento das enquetes na Câmara. Todos os partidos começaram a fazer enquetes com os parlamentares para saber a posição de cada um com relação à Reforma Política, que em breve será votada. Todo mundo quer saber a posição do plenário. Ai, eu tive uma ideia: vou fazer via whatsapp. Peguei o contato de todos os deputados e vou mandar via whats a minha enquete. Aqui, tudo é no papel, então, quero ver se eles vão se adaptar a responder perguntas via digital. Vou fazer um teste na semana que vem. Vou torcer para dar certo. Assim, fica mais fácil pedir votos para os meus projetos, ao mesmo tempo em que colaboraremos com o Meio Ambiente, economizando papel.

Perdi a noção das horas

A gente fica meio pinel depois uma jornada intensa de trabalho. Como a sessão em plenário, segunda-feira, acabou depois da meia-noite, as luzes do Congresso ficaram acessas. Lembra que eu falei que as luzes aqui apagam à meia-noite? Mas, quando tem sessão noite adentro, a energia não é desligada. Então, sem noção da hora, eu subi pro meu gabinete, entrei e lá estavam meu chefe de gabinete e o assessor que havia me acompanhado na sessão. Virei para eles e, sorridente, disse: “Tenho uma boa notícia para vocês. Hoje eu não vou despachar, vou embora”. Eles não entenderam nada. Eu achava que eram 9 horas da noite, 10 no máximo, e estava dando uma boa notícia para eles, que iriam  mais cedo para casa. Ai sentei lá, peguei minhas coisas e olhei o relógio: meia-noite e meia. “Como? Meia-noite e meia? Ué, não apagou a luz ainda?”, falei. Lembro que minha referência de horário é a luz da Câmara, ou seja, apagou, então é meia-noite. Pois é, a minha alegria por uma notícia legal para eles durou pouco. Sorry, foi mal, hein? Hahahaha!

Transparência é pôr a cara a tapa

Como tem feriado nesta semana, o presidente da Câmara antecipou as sessões para segunda-feira, justamente para economizar, já que as passagens aéreas na quinta-feira, véspera de feriado, são mais caras. Imagine mais de 500 deputados voltando para suas casas. Então, estava chegando aqui e me surpreendi com a notícia deste meu blog na Folha de S.Paulo. Foi muito legal a repercussão, o pessoal gostou, mas sempre têm aqueles comentários dos que odeiam política e xingam políticos por serem políticos. Isso é uma coisa que entristece muito, pois colocam nós, políticos, como farinha do mesmo saco. Muitos falaram “como ela tem tempo para fazer isso?”. Explicando: eu gravo esse diário quando eu chego em casa, após o término dos trabalhos parlamentares na Câmara. Gravo em 30 segundos, 1 minuto no máximo, no áudio do celular e depois minha assessoria transcreve para o blog. Rapidinho. Não custa nada prestar contas do nosso mandato. Pedem transparência e reclamam de todos os políticos. Xingam por xingar. Sabe, é muito triste mesmo. Ser revolucionário neste País não é só ir pra Paulista e fazer um selfie, é participar, é concorrer, é chegar aqui e botar a cara a tapa. Hoje em dia, basta anunciar que é candidato e já é considerado bandido. Enquanto a gente não valorizar e estimular que pessoas do bem a participarem do cenário político, vai ser cada vez mais difícil trazer para essas pessoas do bem para dentro da política. Precisamos repensar nossos posicionamentos e valorizar as pessoas boas e criticar as ruins.

 

Essa matemática não fecha

Uma coisa que me chateia demais nessa experiência como deputada federal é a questão de agenda. Eu não canso de dizer isso: algumas pessoas não entendem, demandam muita atenção de você. “Ah, agora que é deputada não atende mais”, reclamam. Estou trabalhando o dia inteiro, muitas e muitas vezes avançando madrugada adentro. As pessoas ligam para pedir agenda, mas eu só tenho horário disponível para maio e junho, porque eu sou uma só, obviamente, não tem como. Essa matemática não fecha. Isso me chateia um pouco, porque algumas pessoas te julgam ou te criticam, mas elas não estão na minha pele, não sabem o que é conciliar essa vida maluca, com parte em Brasília, parte em São Paulo, com filhos pequenos, marido, mãe que quer atenção, empresa para cuidar, base para tomar conta. Conciliar tudo isso não é fácil e as pessoas não são compreensivas. O mais engraçado é as pessoas querendo chamar a atenção, que estão vivas… Então, amigo que é amigo está sempre presente, independentemente de estar a seu lado fisicamente.

 

Semana positiva. E de Festa!

Esta semana está sendo muito gostosa. Segunda-feira teve audiência de Reforma Política na Assembleia Legislativa de São Paulo, que a Comissão Especial organizou, e eu pude falar um pouquinho sobre um item que contraria a democracia, que é a cláusula de barreira. Entre outros assuntos, como o fim da reeleição nos Executivo. Já na terça-feira, o dia foi bem corrido. Eu não canso de dizer que é uma reunião de comissão atrás da outra, é Reforma Política, é Supersimples, é  plenário. Muito cansativo, mas não me queixo, não. Estou com muitas visitas em meu apartamento funcional, hospedando a nossa vereadora Cléo Meira, de Ribeirão Pires, meus coordenadores Reginaldo e Thiago, e meu pai, José de Abreu. Esse apartamento está sempre lotado. Eu adoro receber os amigos. Na quarta-feira, meu aniversário, fiz um encontro, happy hour no Bar do Alemão. Fiquei super feliz, 75 deputados presentes. Você faz amigos também aqui, em Brasília. Estava todo mundo animado, teve até o Tiririca animando a festa. Deputados fazendo duetos. Clarice Garotinho, Fausto… todos viraram cantores. Foi muito legal. Acabou às 2 da manhã.  Foi um ótimo momento de descontração, que eu acho muito importante. A gente está acostumada com aquele clima tenso do trabalho, um xingando o outro, batendo boca … E esses momentos são importantes para reatar os laços, construir, efetivamente, amizades. A vida aqui é tão corrida que não sobra tempo para isso. Antes da festa, o clima estava bem quente no plenário, onde deveriam ser votados os destaques de um projeto polêmico, que é sobre terceirização. Com o avanço da hora, sem perder o entusiasmo, pensei em quebrar o gelo com o presidente com um requerimento informal pedindo a convocação uma extraordinária para após o encerramento dos trabalhos. Mas, desta vez, no restaurante em que organizei uma comemoração do meu aniversário, para que a data não passasse em branco. Numa brecha, lá para o final da sessão, fui despachar com ele e foi muito engraçado, porque o presidente riu e disse: “Você não quer que eu coloque isso em votação?”. Eu respondi: “Se você colocar, vai dar votação unânime”. Foi apenas uma brincadeirinha, pra descontrair mesmo, já que o dia já se encaminhava para o encerramento, com a votação adiada para a próxima semana. E deu para curtir meu aniversário. Deu até para dançar um forró com o maridão.

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