set 22, 2017 - câmara dos deputados    No Comments

Estratégia kamikaze não deu certo

Gente, que semana! Falei para vocês que a coisa ia pegar por aqui. Vim para Brasília praticamente sem dormir, preocupada. Semana passada, esse texto da PEC 282, que trata do fim das coligações e da cláusula de desempenho, já tinha um acordo, fechado desde que foi discutido no Senado, lá trás. Criou-se uma cláusula de desempenho, que começava com 1,5% dos votos (requisição dos pequenos partidos), o fim das coligações a partir de 2020 e a criação das federações partidárias. Pois bem, o que aconteceu? Na hora de votar na comissão especial que analisava essa PEC, mesmo tendo acordo, o PP, que era favorável ao fim das coligações só em 2020, apresentou um destaque para tirar justamente isso, ou seja, acabando com as coligações partidárias já a partir do ano que vem. Deu para entender? O PP era a favor a partir de 2020, mas propôs começar em 2018. E por que fez isso? Porque achava que se aprovasse o fim das coligações já nas próximas eleições os deputados tenderiam a aprovar o distritão. Uma tentativa kamikaze do PP. Na comissão, tirou-se isso do texto principal, mas, quando chegou no plenário, PT, PMDB e PSDB, que são a favor do fim das coligações, começaram a liberar suas bancadas. É impossível conseguir o mínimo de 308 votos para se aprovar uma PEC na Casa se não tem acordo. Quando viram que não ia passar a proposta deles, os pepistas recuaram. Se a gente não votasse agora o fim das coligações a partir de 2020, o Supremo certamente iria legislar e impor a proibição a partir de 2018.

Aí vem os jornais divulgando ‘Deputados empurram para 2020 o fim das coligações’. Não, não foi isso. O correto é ‘Deputados aprovam fim de coligações em 2020’. Assim era o texto original vindo Senado e sempre teve acordo para isso. Mudou-se o ano do início da proibição por causa da estratégia kamikaze do PP,  que não deu certo para ele. Nunca tinha sido aprovado para 2018, tinha sido aprovado o texto base com destaque do PP, que caiu em plenário.

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