jul 27, 2016 - câmara dos deputados    No Comments

Disputa desproporcional na TV

Outra coisa que quero compartilhar com vocês é sobre a Reforma Política, tão criticada por muita gente. A Reforma proibiu o financiamento privado da campanha, mas eu tenho achado bom o resultado prático disso, porque, com menos dinheiro, as pessoas vão ter de fazer política diferente. Essas eleições municipais serão as eleições de transição, vai ter muito trabalho, vai ter corpo a corpo intenso, trazendo não apenas um folheto, mas ideias e propostas para discutir diretamente com a população. O lado ruim desse financiamento proibido é que aqueles que já estão com a máquina administrativa na mão saem muito na frente nessa corrida eleitoral. O mesmo acontecerá com a distribuição proporcional de tempo na TV. hoario eleitoralEm São Paulo, por exemplo, enquanto um candidato a prefeito terá 15 ou 18 minutos de televisão, um outro terá apenas 1 ou 2 minutos. Isso é um absurdo, uma desproporcionalidade que muda completamente uma eleição, pois favorece os grandes partidos, com grandes máquinas por trás. Só pra exemplificar, o líder das pesquisas eleitorais tem apenas 2 minutos de TV, enquanto o quarto colocado tem 18, quadro que deve ser reverter assim que começar o horário eleitoral gratuito. É um desequilíbrio eleitoral e econômico muito grande. Isso deveria ser repensado, porque nós somos influenciados pela mídia, influenciados por esse tempo de exposição eleitoral na televisão. No momento em que o Brasil pede mudanças, pede renovação política, se não dermos o mesmo espaço a todos fica difícil ter um sistema político mais democrático, mais transparente e mais participativo.

 

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