ago 28, 2015 - câmara dos deputados    12 Comments

Contra o porte de armas

Nesta semana, a CCJC (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) votou e aprovou um projeto de lei que eu achei um absurdo. Votei contra, mas a maioria dos deputados integrantes votou a favor. Nessa votação, mais uma vez, percebi que a pressão popular aqui é quem manda. Se o povo vem pra cá, consegue mobilizar. Geralmente, quem se mobiliza é quem tem interesse pessoal no projeto. Mesmo que o resto da população seja contra, o povo não se mobiliza. E quando chega aqui, a mobilização acaba interferindo. O projeto na CCJC era sobre o porte de armas para agentes de Trânsito. Agentes de Trânsito! Eu achei um absurdo isso, primeiro porque acredito que armar alguém gera mais violência. Além do mais, para mim, ninguém, por mais psicologicamente equilibrado que seja, não está livre de, num momento de estresse no trânsito de São Paulo, por exemplo, pegar uma arma e atirar em alguém. Não garanto isso nem de mim mesma, quanto mais dos outros. Uma mulher de TPM a gente sabe como é, né? Achei absurdo, todo mundo estava a favor porque tinha muito agente lá pressionando. Peguei o microfone e falei porque sou totalmente contra armar as pessoas, não é assim que vamos amenizar a violência, aí outros deputados também se posicionaram contra, mas o projeto foi aprovado. É claro que os agentes de Trânsito vieram brigar comigo, mas é um posicionamento meu, não sou contra os agentes em si, mas sou contra armar a população em geral.  Quanto mais gente estiver armada mais estaremos sujeitos a um ataque de fúria, a uma besteirinha qualquer para sacar uma arma e atirar. Não sei, é minha opinião, entendeu? Gosto de compartilhar com vocês minha opinião, sei que muitos discordam, outros concordam, mas acho legal vocês saberem como eu penso.

 

12 Comentário

  • Gostamos de sua argumentação contrário ao porte de arma de agente de trânsito, até porque o agente de trânsito, na ocorrência de um acidente, deve agir como pacificador da tensão, neutro, relator do acidente, para julgamento posterior por quem de direito e com a cabeça fria dê a melhor sentença.
    Também, somos contrário a autorização generalizada do porte de armas a toda a população brasileira, porém é injusto impedir que as pessoas de bem possuam uma boa arma em casa para defender seu lar, sua família e sua propriedade, como em países que valorizam a vida e o sagrado direito dos seus cidadãos de se defenderem de bandidos, que sempre existiram na humanidade. Os governos jamais deram conta do recado, nem numa Suíça ou nos EUA, onde os bandidos não estão com os melhores armamentos, como acontece no Brasil. Parabéns pelo seu voto, mas peço humildemente que reflita sobre o ponto de vista deste simples cidadão paranaense.

  • A legalização/descriminalização da posse de armas de fogo analisando pelo paradigma positivo beneficia a sociedade, que sempre vira refém nas mãos dos bandidos, indo pela viés positiva o ditado muito conhecido que diz: “Antes de fazer qualquer besteira, vai pensar dez vezes” é um fato, um assaltante vai pensar várias vezes antes de abordar alguém para assaltar, dependendo da circunstância fica claro que agir em legítima defesa passará a ser uma defesa mais utilizada, pois ou morre o assaltante ou o trabalhador/estudante etc.
    Conhece como o álcool deixou de ser visto como crime. Já ouviu falar na história de Alphonse Gabriel mais conhecido como Al Capone ? onde liderou um grupo criminoso dedicado ao contrabando e venda de bebidas entre outras atividades ilegais, durante a Lei Seca que vigorou nos Estados Unidos nas décadas de 20 e 30? Pesquisa e me diz depois o que o levou a falir, essa ação podemos associar também ao tema proposto, mas como é cultural, basta aguardar os próximos indicadores se a liberação foi e será bem utilizada.

  • A senhora está completamente certa. Obama está passando sufoco nos EUA para desarmar a população. Lá tem aquelas tragédias de mortes nas escolas, de loucos que saem atirando pra todo lado e matando gente. Esse discurso de armar “gente de bem” é balela. Quem decide quem é “gente de bem”?

  • Deputada,

    Admiro muito o seu trabalho. Seria seu eleitor se pudesse (voto na Bahia).

    Gostaria de fazer uma crítica, ou melhor, um conselho. Sempre que uma proposta parecer absurda, procure debater e escutar todos os argumentos, tanto os prós quanto os contras. Principalmente quando o tema for polêmico e relacionado com a violência.

    Deputada, assim como exposto pelo Junio, desarmar os homens só aumenta a violência. Entender esse fenômeno é bem simples. Vou contar uma história:

    Moro em um bairro muito violento. Faço faculdade a noite e volto pra casa de ônibus. Só no segundo semestre deste ano, meu ônibus já foi assaltado 3 vezes. Já desisti de ter smartphone (já perdi 2 esse ano por assaltos) e só ando com o dinheiro contado para as necessidades do dia. E todos os dias eu vou e volto pra casa com muito medo, temendo pela minha vida. Mas, não posso deixar de trabalhar e estudar. Esse é o cenário atual, onde eu e mais vários outros trabalhadores e estudantes que pegam o mesmo ônibus que eu somos reféns da violência, porque vez ou outra, entra no ônibus um cara armado ameaçando enfiar uma bala na sua cabeça se você não passar o dinheiro, celular e relógio.

    Desculpe por ser um pouco rude mas, se a senhora acha que “desarmar as pessoas ameniza a violência”, então eu gostaria que a senhora explicasse porque, apesar dos meus colegas de viagem e eu adarmos desarmados, nós somos vítimas dessa violência. Porque somos reféns do medo todos os dias?

    Agora, se todos nós pudéssemos andar armados, garanto que a história seria outra. Não haveria mais os assaltos, O motivo é simples. Será que um bandido tentaria nos assaltar sabendo que o ônibus inteiro poderia estar armado?

    Quando a senhora estiver em dúvida com questões relacionadas a violência, converse com as vítimas. Procure entrevistar as pessoas que são vítimas da violência. A senhora vai ter uma experiência que vai surpreendê-la.

    Mas, apesar de termos opiniões completamente opostas, continuo te admirando.

    Parabéns pelo trabalho!
    Bjao!

  • Como meu pai enfrentou a velhice

    Desse homem conheço numerosos fatos notáveis, mas nada é mais digno de admiração do que a maneira como enfrentou a velhice.Todas as pessoas desejam viver muito, mas, quando ficam velhas, algumas se lamentam muito.Certa ocasião, perguntei a meu pai se desejava viver muito tempo, ele respondeu:

    nada tenho a reprovar em relação à velhice, os frutos dela são todas as lembranças que adquiri do passado;
    os velhos não devem se apegar, nem renunciar ao pouco de vida que lhe resta, porque ninguém é bastante velho para não viver vários anos a mais;
    saber distribuir o tempo é saber aproveitá-lo;
    as pessoas agradáveis suportam facilmente a velhice; o temperamento e a beleza estão em todas as idades;
    toda idade tem seu prazer e sua virtude. Não é a força nem a agilidade que marcam as grandes façanhas de um homem. O que importa é a maneira de pensar, a sabedoria, a humildade, o discernimento, a honestidade, a bondade e a verdade;

    Portanto, meu Pai acreditava ser o ser humano a origem e o fim de todas as coisas na sociedade. Ele entendia que as pessoas, através do estudo e trabalho, buscam a sobrevivência e o crescimento da espécie.
    Gostava de dizer: velho sim, velhaco jamais.
    Enfatizava que chegou àquela idade tendo permanecido ativo, trabalhado sem descanso desde novo, sobretudo porque tinha perdído seus pais muito cedo, criado sua familia, participado do processo da construção do Colégio Marques Afonso e cultivado o caminho do bem.

    A construção do Colégio foi uma boa lembrança que carregava consigo. Sentia que ela tinha propiciado às pessoas, desde o mais humilde ao mais abastado, sentarem-se lado a lado e terem as mesmas oportunidades na vida.
    Seu grande sonho e desafio foi diminuir as desigualdades através da educação. Acreditava que não há limites para os sonhos e não importa o tamanho do seu sonho, o importante é acreditar.
    Ele dizia que a razão que o motivou a lutar pelo colégio naquela época foi ter observado que muitos pais não tinham condições financeiras de manterem seus filhos estudando fora do prata.
    Sua alegria foi muito grande ao perceber que, depois de construido, dentre os primeiros alunos matriculados no colégio havia não só pessoas do Prata, mas também de cidades vizinhas.
    Fazia questão de ressaltar que tinha aprendído com sua esposa Auxiliadora, minha mãe, que o que fazemos de graça recebemos em graça.
    Meu pai exerceu seu ofício com profissionalismo, dedicação, amor e respeito aos clientes.

    As lembranças das coisas boas que realizou o confortaram muito na velhice. Dizia que seus cabelos brancos e suas rugas eram a recompensa de um passado exemplar que teve e concluia afirmando:
    “assim como o bom vinho, as boas ações que praticamos no passado não azedam com o passar do tempo; Deus nos fornece, aqui na terra, um hotel provisório e não um domicilio definitivo”.

    Essas são as lembranças que tenho do meu Pai, Benjamim Torres. Guardo com muito carinho a imagem de um homem bom que se sentia muito bem em fazer o bem, que lutou muito para o bem da coletividade, que nos deixou muito orgulhosos com seus gestos, e soube envelhecer com sabedoria, embora tenha partido, continua vivo em meu coração.

    Cristóvão Martins Torres

  • Respeito todas as opiniões, todos estão certos a sua maneira, mas armar todas as pessoas, seria o caos, a guerra urbana iria aumentar ainda mais.
    Violência gera violência!
    Sou a favor de criar mais condições das pessoas estudarem, criarem mecanismos de melhorem a educação.
    Só assim vamos melhorar as pessoas e desenvolve-las.
    Enquanto em alguns países da europa, a cada ano diminuem o numero de penitenciárias, devido a falta de detentos, aqui as nossas cadeias estão superlotadas, se liberarem as armas, a situação vai ficar insustentável.
    Interessante que em alguns países europeus, quando diminuem uma cadeia, ela é imediatamente transformada em escola.
    Essa é a diferença que faz a educação em uma nação, se tivesse algum poder nas mãos iria encher esse país de escolas.
    Com certeza em poucos anos, nossos índices de criminalidade, de violência iria baixar muito, chegar a um nível suportável.
    Na minha visão, não precisamos de armas, precisamos de melhorar o nível da educação e fazermos muitas escolas.
    Um ídolo politico que acompanhei seus projetos a vida toda, falava; “tudo passa pela educação”!
    Gosto muito de ler, todo livro que leio presenteio uma pessoa com ele, assim que termino de ler.
    Outro dia presenteei um livro a uma pessoa que nunca tinha visto, quando fiz a abordagem a ela oferecendo um livro ela me respondeu; o que eu faço com isso?
    Disse a ela; leia um pouquinho todo dia, e verás a diferença que vai fazer na sua vida no futuro!
    Acho até que houve um certo exagero, mas o cartunista Ziraldo, disse certa ocasião; quem lê não precisa de estudar.
    Deve ter falado isso como forma de estimular as pessoas a lerem, mas que tem muito fundamento, não tenho a menor duvida disso.
    Não precisamos de armas, precisamos de mais escolas.

  • Deputada,

    Discordo de alguns pontos da sua opinião.

    1 – Deputada, não é o armamento das pessoas que gera a violência. O porte de armas é proibido no Brasil mas, segundo a OMS, nós temos 11ª maior taxa de homicídios do mundo, enquanto que os Estados Unidos, onde o armamento é liberado, fica na 94ª posição.

    2 – São vários os casos onde uma briga de trânsito termina em assassinato. Uma breve pesquisa no Google sobre assassinatos por brigas de trânsito e você poderá verificar vários e vários casos recentes. Portanto, é evidente que devemos proteger os agentes de trânsito.

    3 – Para os “ataques de fúria” e para os “estressadinhos”, a solução é um código penal com penas mais rígidas (o nosso é uma piada, com todo respeito) e uma polícia eficiente, e não o desarmamento do cidadão de bem.

    4 – Deputada, o problema é que o Estado só desarma o cidadão de bem. Se você é contra armar a população, então você deve garantir que TODOS sejam desarmados. Ou seja: o bandido também deve ser desarmado. Se você desarma só o cidadão de bem e permite que os bandidos continuem armados, então, você acredita que haverá redução da violência?
    O que gera violência é DESARMAR SOMENTE PARTE DA POPULAÇÃO. OU TODOS ANDAM ARMADOS OU TODOS SÃO DESARMADOS. Se o Estado respeitar essa regra, aí sim, teremos a redução da violência. Como é utópico garantir que ninguém tenha acesso a uma arma de fogo, seria melhor armar a população.

    Fontes:

    Folha de São Paulo, “Brasil tem a 11ª maior taxa de homicídios do mundo, diz OMS”:
    http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/12/1560654-brasil-tem-a-11-maior-taxa-de-homicidios-do-mundo-diz-oms.shtml

    Cidade alerta, briga de trânsito termina em morte:
    http://noticias.r7.com/cidade-alerta/video/briga-de-transito-termina-em-morte-em-sao-paulo-514a2cbab61c89f5687a636d/

  • Querida Deputada, respeitamos sua opinião, mas sabemos que desarmar os homens de bem só favorece a criminalidade. Além disso, no referendo de 2005, 100 milhões de brasileiros compareceram às urnas para dizer ‘não’ à proibição do comércio de armas e munições no Brasil. A universidade de Harvard mostrou em estudo que quanto mais armas de fogo os indivíduos de uma nação possuírem, menor será a criminalidade. Em outras palavras, a uma robusta correlação positiva entre mais armas menos crime. http://www.epochtimes.com.br/direito-posse-de-armas-reduz-criminalidade-afirma-harvard/#.VeCrvSVViko

    • Quem decide quem é um “homem de bem”?

      Arma é ruim na mão de qualquer pessoa. Ela não faz bem a ninguém.

    • Talvez a dificuldade esteja em determinar quem são os homens de bem. Não são raros os crimes cometidos por policiais e corporativistamente escondidos até por secretários de segurança estaduais. Nos convescotes domingueiros de “Fora Dilma”, aqui em São Paulo, vê-se várias pessoas “de bem” desejando a morte de pessoas pelo fato de que essas pessoas pensam e sentem diferente delas, além de sorridentes selfies com a mesma polícia que promove chacina em Osasco, executando jovens. Talvez o uso de um instrumento tão poderoso quanto uma arma tenha que passar por noções de Justiça antes, noções essas nem sempre tão sólidas aos chamados “homens de bem”. Homens de bens…

    • Junio, não vou argumentar contra sua opinião, mas acho essa uma questão muito complicada, ate porque acredito que homens de bem não gostariam de se armar e a dificuldade maior também é saber quais são os homens de bem.

      • Leandro e Junio,

        Concordo com vocês quando dizem que não tem como definir o cidadão de bem. É apenas um conceito. Não existe definição clara para isso. Então não dá pra julgar.

        Mas, dentro da discussão do armamento, eu defino “homem de bem” o cidadão que respeita as leis. Isso significa que, se o país proíbe o porte de armas, então o “homem de bem” vai respeitar essa lei e não vai portar uma arma. O bandido é aquele que não respeita a lei e naturalmente porta a arma.

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