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Coisas boas não são divulgadas

Contratei uma jornalista para escrever um livro sobre o meu pai, José de Abreu, cuja história de vida é muito bonita. Estava lendo alguns capítulos já prontos. Um dos depoimentos é da minha mãe, Cristina de Abreu, e, ao lê-lo, disse “é isso, mesmo”. A gente tem lá no Centro de Tradições Nordestinas, a nossa ONG em São Paulo, um trabalho social muito bonito. Em determinado ano, fizemos uma campanha, chamada SOS Nordeste, arrecadando alimentos para mandar ao povo nordestino. Na época, uma emissora de TV quis falar com a diretora do CTN, que era justamente minha mãe. Mas, quando a equipe de reportagem soube que ela era a esposa do deputado José de Abreu, alegou que não iriam mais entrevistá-la porque não poderiam promover um deputado, ou seja, promover as coisas boas que um político faz a mídia diz que não pode, mas as coisas ruins sempre têm espaço garantido. Por isso,  acho que a mídia também é responsável por desestimular pessoas do bem a ingressarem na política. Por que um político, ou sua família, não pode dar entrevista sobre um trabalho social bonito que realiza? Isso aconteceu comigo também, quando estava à frente do comando do CTN. A imprensa precisa rever seus conceitos, quando passar a divulgar que existem políticos que também fazem coisas boas  iremos, naturalmente, atrair outras pessoas do bem a participar da política. Não é isso que acontece, infelizmente!

Trouxe meus príncipes

Essa semana que passou foi muito estressante. Voltei de Brasília, fiquei sábado e domingo cumprindo compromissos partidários em Praia Grande e Sorocaba e quase não vi meus filhos. Isso tem me deixado agoniada. Segunda-feira, passei o dia em reunião política. Sai quase meia-noite da sessão solene pelo aniversário da Freguesia do Ó. E hoje vim para a Capital federal. Não aguentei: comprei passagem aérea para meus dois príncipes e eles estão aqui, comigo, porque a saudade está demais. É difícil… mas é por eles que a gente luta todos os dias, né?

Mais briga pela frente

Todos vocês sabem da minha intensa briga sobre a Reforma Política. Fizeram uma Lei Infraconstitucional que prejudica muito os pequenos partidos, criando regras absurdas. Eu já falei no blog sobre isso. Uma delas diz respeito as coligações. Hoje, quando um partido lança uma chapa completa, pode lançar uma vez e meia o número de cadeiras em disputa e, se for coligação, duas vezes. A regra aprovada na Infraconstitucional manteve uma vez e meia para partido único, mas, se coligar, só poderá lançar o número exato de vagas (leia o post Matemática ilógica: 1+1=1, publicado no dia 14 de julho). Um absurdo, qual a lógica disso? Pois bem, como a proposta já está em análise no Senado, bati na porta do gabinete do Romero Jucá, relator da comissão no Senado, e infernizei o senador. Disse que aquilo era absurdo, não tinha lógica, que não podia ser assim. Pedi que excluísse esse artigo ou mantivesse como era. Enfim, marcação cerrada em cima dele. Estava eu em São Paulo, no velório do meu tio, quando recebi a notícia que o senador acatou meu pedido. Fiquei muito contente. Nossa, fiquei tão calma que até minha gastrite melhorou. Mais feliz ainda quando Romero também me ouviu sobre o prazo de filiação. A Câmara diminuiu o período de filiação para seis meses, o que era muito ruim, porque iria virar um leilão na época das eleições, com os grandes partidos e seu poderio financeiro comprando todo mundo. Falei isso para o Romero e ele mudou esse prazo, estipulando um ano. Aí, no jantar de aniversário do Russomanno, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, comentou que o Senado tinha de manter os seis meses. “Vocês não se conversam, não?”, perguntei a ele, ao mesmo tempo que, coçando a cabeça, conversava mentalmente comigo mesma: Poxa, quando ele souber que fui eu que pedi para mudar esse prazo… O Eduardo Cunha continuou falando sobre o assunto, adiantando que, se houver mudança, ele vai derrubar na Câmara. Ai, não aguentei e falei: “Presidente, essa campanha vou ser contra você”. Agora, cá entre nós, brigar com o presidente da Casa não vai ser fácil (kkkkk).

Denúncia sem cabimento

Acabo de ser notificada de um inquérito policial, que está correndo contra mim, por distribuir caderno escolar, capa dura, em uma cidade que eu nunca fui, durante o período eleitoral. Se eu não fiz isso, só posso deduzir que alguém mandou fazer esse material, tirou foto e registrou queixa com o único intuito de me prejudicar. Não entendo o porquê disso, pois, como disse, não fiz campanha naquela localidade. Esse tipo de política suja eu abomino. Lamentável. Estou com muita raiva!

As três partes da Câmara

Quarta-feira foi uma loucura. Para quem tem pânico de avião, então, foi um duro teste. Infelizmente, meu tio, Luiz de Masci Abreu, faleceu em São Paulo e tive de ir ao velório e voltar rapidinho para Brasília, porque haveria votação do segundo turno da Maioridade Penal. Assim, passei algumas horinhas (terríveis) dentro do avião. Já na sessão, fiquei impressionada pelo clima de tranquilidade. Imaginei um cenário semelhante ao do primeiro turno, quando tivemos as dependências da Casa e as galerias do plenário apinhadas de manifestantes a favor e contra a maioridade penal, mas, não, desta vez não houve qualquer manifestação. Foi outra vitória, porque sou a favor da redução, como já expliquei aqui no blog. Bem, com uma votação tranquila, encerramos o expediente relativamente cedo e fomos prestigiar o aniversariante Celso Russomanno. E sabe como que é, né, em clima descontraído o papo informal rola solto. Numa dessas conversas, um deputado descreveu, em tom de brincadeira, como é composta a Câmara: “Na Casa temos 1/3 que trabalha, 1/3 que não trabalha e 1/3 que só atrapalha” (risos).

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Deputados comemoram a aprovação, em 2º turno, da redução da Maioridade Penal

Vitória! FGTS será reajustado

Gente, como é difícil viver em Brasília. Esta noite quase não dormi. O tempo cada vez mais seco provoca tosse, alergia e mal-estar. Realmente, o clima aqui atrapalha muito, mas estamos indo. Votamos o projeto de reajuste do FGTS. Foi uma grande vitória para o trabalhador, que vinha acumulando perdas significativas no fundo, corroído pela inflação. Para vocês terem uma ideia, de 2004 a 2014, o FGTS acumulou perdas de 14% abaixo da inflação. E todos nós sabemos o quanto o fundo é importante para os trabalhadores do regime da CLT. Em caso de desemprego, o dinheiro ali depositado pode ser sacado e, nessa situação, vem em excelente hora. O governo não queria esse reajuste, mas ganhamos. Os questionamentos dos contra eram que esse recurso é usado para o financiamento do Minha Casa, Minha Vida e que o reajuste prejudicaria o programa, mas não concordo que o trabalhador continue a ser o lado fraco da corda, por isso, votei a favor da correção. Para quem não sabe, hoje o FGTS é reajustado pela TR (Taxa Referencial) mais 3% ao ano. Na proposta aprovada, em 2016 será 4% ao ano; em 2017, 4,75% ao ano; em 2018, 5,5% e, a partir de 2919, pelo mesmo índice da poupança, ou seja, TR mais 6% ao ano.

 

Orgulho de ser a sucessora

Na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, eu vi essa foto (abaixo) do presidente de 2000, deputado Santos Filho, e fiquei super feliz ao ler o nome do 2º vice-presidente: meu paizinho, José de Abreu, que foi deputado federal há 12 anos. Ele sempre foi muito atuante no Congresso e só deixou de disputar cargos eletivos por problemas de saúde. Orgulhosa de ser a continuação dessa história. É muito gratificante ser a sucessora do meu pai nesta Casa.
quadro

 

Vida fora do Congresso

Está foi a primeira semana na Câmara relativamente tranquila. Apesar da PEC 433, que proporcionou intensa movimentação pela Casa, plenário lotado de manifestantes e votação se estendendo até as 2 horas da madrugada, o presidente da Câmara pegou um pouco mais leve nas demais sessões. Conseguimos encerrar os trabalhos por volta das 21h30. Foi bom. Pela primeira vez consegui almoçar num restaurante fora do Congresso, sentir o sol da Capital Federal aquecendo o corpo e ver um pouquinho como é a vida em Brasília.

Blog ‘Ferra Deputado’

Sabe aquele deputado que fez um comentário em tom de brincadeira para descontrair um pouco o ambiente tenso pela votação da PEC 433 (leia o post Brasília lotadaaaa!)? Pois bem, o encontrei pelos corredores da Casa e disse que havia relatado neste blog aquele comentário. E ele respondeu: “Esse é o blog ‘Ferra Deputado’ mesmo”. rsrsrs

Porque votei ‘sim’

Depois da conturbada votação da PEC 443, tivemos a votação de dois importantes temas. Um, de autoria do Executivo, era o PL 2016/15, que tipifica o crime de terrorismo (PL 2016/15, do Executivo). O texto aprovado, um substitutivo, prevê pena de reclusão de 12 a 30 anos, em regime fechado, sem prejuízo das penas relativas a outras infrações decorrentes desse crime. Também encerramos o segundo turno da Reforma Política, com a votação do financiamento privado de campanha. Uma amiga me perguntou por que mudei meu voto, uma vez que no primeiro turno havia votado ‘não’ e agora decidi pelo ‘sim’. Eis minha justificativa: como não aprovamos no primeiro turno o financiamento público, fiquei sem alternativas efetivas. Se não tivermos público nem privado, como ficaríamos? É aquela coisa estúpida que o Legislativo faz de deixar lacunas para depois o Judiciário legislar por nós. Acho que o correto era ter votado primeiro o financiamento privado e, não sendo aprovado, aprovássemos o financiamento público, que era a minha vontade. Mas como quem decide a pauta não sou eu, não poderíamos votar novamente o financiamento público na mesma legislatura, o que deixou a todos sem alternativas. Imagine, sem público nem privado, estaríamos oficializando o caixa 2 em campanha. Outro motivo foi que na Lei Infraconstitucional, eles regulamentaram e colocaram tetos no financiamento privado, além de criar regras eleitorais para baratear os custos das campanhas, inclusive com a diminuição do período eleitoral, o que irá amenizar um pouco o impacto desse financiamento privado. Estes dois fatores me fizeram mudar o voto, embora continue achando que não deveria haver financiamento privado desde que tivéssemos um financiamento público mínimo, pois caso contrário iria virar a farra do boi e, mais uma vez, deixaríamos o Judiciário cobrir as lacunas que o Legislativo adora deixar.

 

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