Novos tempos
Eu, que semanalmente estou voando pelo céu São Paulo-Brasília-São Paulo, me divirto com alguns hábitos que devem ser bem típicos de brasileiros. Tenho certeza que vocês já repararam nisso, ou até mesmo têm esse ritual. Primeiro, bastam os alto-falantes do aeroporto anunciarem ‘dentro de instante, iniciaremos o embarque’ já se forma um aglomerado. Nem abriu o acesso e a fila está formada. Não sei o motivo disso, não tem o porquê da pressa, cada um tem seu lugar marcado na aeronave. Assim que o avião pousa, o povo já se levanta, pega suas coisas no compartimento de bagagem de mão e forma a fila. A porta nem abriu, mas está todo mundo de pé, um atrás do outro, o primeiro quase grudado na aeromoça que fica lá na frente para agradecer a preferência pela companhia. O engraçado é que mal se levantam dos assentos todos ligam seus smartphones, inclusive eu. Incrível, gente, sem exceção, todo mundo fica com olhos no celular, digitando ou conferindo seus recados. Sabe a imagem que me vem à mente? Robôs! Coincidentemente, me enviaram pelo WhatsApp essa imagem, mostrando como era a nossa comunicação não há muito tempo. Estamos vivendo uma grande revolução, uma nova era na história da humanidade. A era da tecnologia. Acho muito importante a gente se atentar a isso, e como as relações políticas e institucionais vão lidar com a atual sociedade conectada, mas que vive uma crise de representatividade, uma crise institucional, por causa desse novo tempo. Esse é o nosso grande desafio, aproximar o cidadão da política.