Archive from dezembro, 2015

Boas festas, amigos

Recesso. Como vocês sabem, o Congresso entrou em recesso, então, vou aproveitar os próximos dias para uma série de compromissos. Quem pensa que a gente tira férias, está enganado. Como passamos a maior parte do ano fora da nossa base política, é hora de revê-los. A agenda de dezembro foi intensa, com ações sociais nas comunidades carentes de São Paulo, e agora é hora de atender vereadores, secretários, que pedem emendas, recursos para suas cidades. Estarei trabalhando até o dia 15 de janeiro e depois vou curtir minha família, meus filhos, até o dia 25. Estou superfeliz porque terei 10 dias ininterruptos com as crianças. Assim, o blog fica de stand bye e voltamos no começo de fevereiro, atualizando vocês das novidades em Brasília. Aproveito para desejar a todos um Feliz Natal e um Ano Novo maravilhoso. Que vocês continuem acompanhando o nosso trabalho em Brasília. Considero muito significativa a participação de todos, porque lutar pelo Brasil não é só reclamar, mas entender o que acontece e opinar com conhecimento. Eu faço questão de registrar neste blog a minha visão, as minhas alegrias, as minhas tristezas, as coisas boas, as ruins, as críticas e as sugestões de vocês, que são sempre muito bem-vindas. Eu gosto de ler o que vocês escrevem, e espero, de verdade, que continuemos nessa interação saudável e muito importante para mim. Quero aproveitar esse momento para agradecer a todos os eleitores que confiaram em mim, que acreditaram que eu poderia ser uma boa representante de São Paulo no Congresso. Nem acredito que estou terminando um ano de mandato, realmente o tempo passou rápido, ainda mais um ano como este, conturbado, turbulento, talvez o momento mais difícil do Brasil, mas vamos lutar para que 2016 seja muito, muito, muito melhor que 2015. Muito obrigada a todos e Boas Festas!

boas festas

Projetos para professor

Neste finalzinho de ano protocolei dois projetos de lei muito interessantes, voltados para os professores. Um é para conceder incentivo no Imposto de Renda para os que trabalham na rede pública de ensino. Minha proposta é garantir aos professores 50% da tabela progressiva do Imposto Renda, ou seja, eles pagarão metade do IR que hoje pagam. Pela Lei da Responsabilidade Fiscal, não posso fazer um projeto de renúncia fiscal sem prever de onde sairá esse recurso, então, proponho aumento da alíquota do lucro líquido dos bancos para compensar esse incentivo ao professorado, porque é da Educação que saem os nossos políticos, os nossos médicos, enfim, todos os nossos profissionais. Outro projeto também é bem interessante. Proponho um percentual mínimo no piso nacional dos professores, que nunca poderá ser inferior a 7,5% do salário dos deputados e senadores. Agora é o seguinte: se os parlamentares quiseram aumentar seus próprios salários, aumentarão, consequentemente, o salário dos professores. Hoje o piso nacional dos professores gira em torno R$ 1.900. Com 7,5%, esse valor subiria para R$ 2.500. Sou grande defensora da Educação. professorGosto muito dessa frase do educador Paulo Freire: ‘Educação não muda o mundo, ela transforma pessoas. E pessoas transformam o mundo’. Esse é o caminho para o Brasil. Quando tivermos professores mais motivados, com salários melhores e com conteúdo no ensino básico que forme cidadãos mais capacitados, aí sim iremos transformar o Brasil. A gente precisa mudar essa questão educacional no País.

Pressão de todos os lados

Como escrevi no post anterior, haverá recesso parlamentar sim, até porque os deputados estão esgotados física e mentalmente. Gente, vocês não têm ideia de como a pressão é muito grande no Congresso. Meu pai, José de Abreu, que foi deputado federal há 12 anos, infartou dentro da Câmara, por causa das pressões. Não é fácil, é algo muito desgastante e estressante. Chega esta época do ano, a gente não aguenta mais. É pressão de todos os lados. É a base política quer que você esteja presente, é o eleitor que reclama sua presença no bairro ou na comunidade, são pedidos de tudo quanto é tipo, ainda mais nesta crise econômica que o Brasil atravessa. É pressão do governo, da oposição. Agora, com a aprovação da janela de transferência de partido, é o medo de perder deputado, é o esforço para captar deputado. Cada dia é uma agonia nesta Casa. É emenda que não sai, aí você tem de brigar no Planalto, porque as cidades estão pedindo recursos, pois contam com essa ajuda financeira, esperam por ela. É esgotante mesmo!

Recesso mantido

Desculpem a demora em atualizar o nosso blog, mas sem o WhatsApp ficou difícil de gravar meus áudios e enviar à equipe de redação. Esta semana, apesar de as notícias insinuarem um clima de furdunço em Brasília, o ambiente esteve mais tranquilo. Quase não tivemos sessões. Votou-se algumas propostas, mas em votação simbólica (lembram? Quem concorda com a aprovação, permaneça como está), nada de nominal (pelo painel e individual). Na realidade, todas as articulações ocorreram nos bastidores, e todo mundo estava mesmo de olho no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o rito do impeachment, para ver se validava ou não a formação da Comissão Especial que irá analisar o pedido de impedimento da Dilma. Apenas recordando: na semana passada deputados da oposição e dissidentes do PMDB reivindicaram a possibilidade de lançar uma chapa avulsa, já que o líder da bancada na Câmara, Leonardo Picciani, havia indicado apenas nomes mais em sintonia com o governo Dilma. Dizem que, aliado com a oposição, Eduardo Cunha emplacou no plenário a votação secreta, que resultou na vitória da chapa avulsa. Agora, por decisão do STF, essa terá de ser refeita, de forma aberta e com chapa única, ainda sem prazo definido, provavelmente em fevereiro. Além de anular a votação, o STF decidiu que, caso essa comissão recomende a abertura do processo contra a presidente, o Senado ainda terá de decidir em outra comissão, por maioria simples, se aceita fazer isso.

Desde que Cunha deflagrou a tramitação do impeachment, o governo vinha tentando cancelar o recesso parlamentar para que a Comissão Especial trabalhasse nesse período, apostando na correria de fim de ano da população e, consequentemente, sem tempo para se mobilizar nas ruas. O medo do governo é a manifestação popular, porque a Câmara dos Deputados é movida pela opinião pública. Se houver uma manifestação de peso, fica difícil para o governo segurar o impeachment. Por isso a insistência para que os trabalhos fossem feitos gora. Já a oposição posicionou-se a favor do recesso parlamentar, acreditando que, passadas as festas de fim de ano e também o mês de janeiro, repleto de contas a pagar, IPTU, IPVA, material escolar, se atiçará o sentimento de revolta do povo, o que facilitaria a proposição para o impeachment. Ontem, o senador Renan Calheiros, presidente do Congresso, pôs um ponto final nessa incerteza, anunciando que o recesso está mantido e começa no próximo dia 23. Segundo Renan, Câmara e Senado fizeram sua parte e, com a pauta limpa, não há porque cancelar o recesso.

sessao conjunta

Recesso parlamentar começa na próxima quarta-feira, 23 de dezembro

 

Crise atinge Papai Noel

papai noelEstes finais de semana de dezembro estão sendo muito intensos. Eu gosto de ir às comunidades de São Paulo, para distribuir brinquedos, mas a crise pegou até o Papai Noel. A calça dele rasgou, tadinho! Não importa, as crianças ficaram muito felizes, e é isso que nos motiva a continuar fazendo esse trabalho social tão gratificante. O triste é que não há um fim de semana livre para ficar só com meus filhos, então, tenho levado os dois às agendas, o que é muito importante, porque eles aprendem o que é doar um pouquinho. Alegrar a vida dessas crianças é, realmente, maravilhoso. Numa dessas comunidades, uma menininha, aliás, uma sobrevivente, pois já fez seis cirurgias, me deu um ramalhete e falou assim: “Cuida das nossas crianças”. Não aguentei e cai no choro. Muito bonitinha. Realmente, precisamos cuidar das nossas crianças, a pureza delas é que nos dá a esperança que o Brasil vai melhorar!

natal menina

Emocionada com o pedido dessa menininha, que me entregou flores

 

 

 

 

Imoral, mas legal

fausto pinatoE com a deposição do deputado Fausto Pinato da relatoria do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que rola na Comissão de Ética, um deputado chega no nosso grupo e diz: “Gente, como o Eduardo Cunha, sozinho, consegue fazer tudo isso? Eu é que não quero ter ele como inimigo”. Qualquer outro já teria caído há muito tempo. É impressionante a habilidade de manobra dele, e dentro do que estabelece o Regimento. Ele sabe usar e tirar o máximo do Regimento da Casa, em favor dele. É imoral, mas legal.

Em 1 minuto, tudo acontece

Que loucura. Sabe quando tudo acontece ao mesmo tempo, embora a coisa aparente estar meio parada? E quando menos se espera, acontece? Louco isso, né? Mas é assim que está Brasília. Ontem, na CCJ do Senado, era pra ser votada a PEC da Reforma Política, mas não tinha quórum. Já estávamos todos dando por perdida essa votação antes do recesso parlamentar, quando do nada convocaram uma sessão extra e aprovaram a janela partidária em primeiro e segundo turnos. Quando você menos espera as coisas acontecem aqui, não é nem de um dia pro outro, mas de um minuto pro outro. É tudo muito rápido. As articulações são intensas, é um negócio que não dá pra descrever, só estando aqui mesmo.

senado pec janela

Caçada em pleno voo

celular desligadoUma coisa que me impressionou aqui nesta semana. Na terça-feira eu perdi o voo da manhã para Brasília e só havia outro, acreditem, às 17h. Portanto, não consegui chegar a tempo de votar na sessão que aprovou a chapa avulsa, formada por deputados da oposição e dissidentes do PMDB, para compor a Comissão Especial que vai analisar o pedido de impeachment da Dilma. Quando cheguei no plenário a votação já estava encerrada. Aliás, nunca uma votação nominal foi tão rápida. Ontem, vários deputados me interpelaram o porquê não ter votado. Pensei: nossa, sentiram minha falta. Só que não. Depois descobri que eles, tanto a favor quanto contra a criação dessa chapa, ficaram me telefonando para chegar logo, só que eu estava em pleno voo, incomunicável, com o celular desligado. Olha, vou te falar, viu!

Mudança de partido

silvio costaNessa montagem da comissão especial, os votos dos 65 integrantes titulares valem muito. Então, está uma briga para entrar nesse colegiado a ponto de deputado mudar de partido, sem janela, como é o caso do Silvio Costa (PSC), vice-líder do governo, que agora aparece filiado no PT do B, só para ocupar uma vaga na comissão especial. Vai saber qual o real interesse desse pessoal? É para fazer média com o governo? É engraçado como as coisas acontecem aqui e você nem sabe como acontecem. É um articulando de um lado, outro articulando do outro, é tudo uma surpresa.

Rinha de galo

Essa talvez seja a melhor definição do que ocorreu na Câmara dos Deputados assim que o Eduardo Cunha realizou a eleição secreta para formação do colegiado da Comissão Especial que analisará o impeachment. Na semana passada, os líderes partidários haviam entrado em acordo para não permitir candidaturas avulsas. No entanto, na segunda-feira, deputados da oposição e dissidentes do PMDB reivindicaram a possibilidade de lançar chapa avulsa. O objetivo da chapa alternativa era compor um grupo com deputados do PMDB que são críticos ao governo Dilma, já que o então líder da bancada na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), apresentou apenas nomes mais em sintonia com o Palácio do Planalto. Eduardo Cunha aceitou os argumentos dos queixosos e marcou para terça-feira a eleição. Já em plenário, integrantes da base aliada tentaram obstruir, com uso de força física, a votação, o que gerou empurrões, troca de ofensas, cabeçadas e depredações. briga na votacao

O PC do B recorreu ao STF para garantir a votação aberta, mas, enquanto a resposta do Supremo não chegava, aliados do governo ficaram dentro das cabines de votação para impedir que os parlamentares votassem. Duas urnas foram quebradas e três desinstaladas. Nos entreveros, alguns parlamentares perderam a compostura, se ofenderam e chegaram a trocar safanões. O plenário parecia arquibancada em dia de final de campeonato de futebol. Gritos de guerra dos dois lados, Pixuleco, bandeiras tremulando, cartazes pró e contra Dilma, um barulho ensurdecedor. No fim, a chapa alternativa de deputados de oposição e dissidentes da base aliada foi eleita por 272 votos a 199. Horas depois o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin suspendeu o andamento do impeachment na Câmara. Fica tudo parado até o dia 16, quando haverá o julgamento pelo plenário do STF das ações de governistas, que questionam o início do pedido de afastamento da presidente.

O clima está pesado demais por aqui e tudo gira em torno do pedido de impeachment. Tem a discussão sobre ter ou não o recesso parlamentar e agora a carta que o vice-presidente escreveu para ela, mostrando claramente que a relação entre Michel Temer e Dilma Rousseff está estremecida. temer e dilmaTrata-se de uma carta pessoal que, estranha e curiosamente, veio a público. O foco da correspondência é o atual cenário político. O vice-presidente escreve que nos últimos dias a presidente tem insistido em falar na confiança que deposita nele, mas a indicação é a de que ela não confia. No texto, Temer enumera momentos em que se sentiu como ‘decorativo’ e reclama da desconfiança da presidente.

Com toda essa história do impeachment, tudo ficou muito complicado por aqui. Os partidos não têm consenso, salvo PT e PSDB, está uma guerra geral. Os deputados do Nordeste, onde o PT acabou fazendo muita coisa por lá, estão bem divididos. Vamos ver o que vai dar. Eu acho que as ruas, a pressão popular, vão dar a destinação desse processo de impeachment. As ruas vão dizer. Aguardemos!

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