Archive from fevereiro, 2015

Kit obstrução

É engraçado como as pessoas que são contra a aprovação de um projeto de lei recorrem ao ‘kit obstrução’, que consiste em propor emendas sem propósito algum, a não ser atrasar, atrasar e atrasar a pauta.  Ontem, por exemplo, no projeto ‘Quarentena’ (leia abaixo), quando entrou o item estabelecendo período mínimo de 5 anos de existência para um partido novo se fundir a outro existente, começaram a entrar emendas propondo o prazo de 3 meses, 4 meses, 6 meses, só para dificultar a votação. É assim que as coisas funcionam no Congresso. O que vai ser votado e não tem acordo, quem é da oposição fica travando porque não quer perder. Ai eu me pergunto: em algum momento ele vai perder, não tem jeito, então, por que atrasar? A democracia é justamente isso, saber ganhar, saber perder. Só que aqui quem perde quer atrasar a votação, não quer que vote e fica causando o tempo todo.

 

‘Quarentena’ aos recém-nascidos

A quarta-feira foi muito intensa, muito corrida. Teve atendimento no gabinete, almoço com a bancada feminina, reunião com o bloco junto com o PRB para tratar de temas que iriam ser votados… E teve a votação de projeto muito importante para o País. Agora, com a aprovação em plenário, para se criar um partido político os apoiadores não podem estar filiados a outros partidos. Também fica proibida a fusão e incorporação sem que a nova sigla tenha pelo menos cinco anos de existência. Estou muito feliz com a aprovação deste projeto, que tem sido chamado de ‘quarentena’, porque deixa de molho por cinco anos qualquer partido que venha a surgir de olho em se fundir ou incorporar a outro. Não haverá mais o nascimento de partidos que se fundem já no dia seguinte só para fazer a arregimentação da bancada. Partidos sem ideologia, sem propósito, só para dar força a um já existente para fazer barganha com o governo. Foi um grande passo, uma grande vitória desta Casa.

Permaneça como está

As pessoas acham que às vezes um projeto de lei vai pra ser votado e que os deputados, um a um, votam no painel eletrônico, com urna e tal. Mentira! No Congresso, a votação é simbólica, ou seja, quando um projeto de lei chega para ser pautado na Câmara, ele já está mais ou menos acordado para ser aprovado. O que é errado. Na eleição, o presidente fala o seguinte: “Quem está de acordo com o projeto permaneça do jeito que está”. É assim, não tem votação nominal, salvo quando você pede verificação de quórum (que é uma outra coisa que eu vou explicar depois). O engraçado é que têm vezes em que o presidente da Câmara ­­­­­­fala o costumeiro “quem está de acordo permaneça como está” e todo mundo se levanta. Mesmo assim, ele anuncia “aprovado”. Chega a ser ridículo que as coisas sejam aprovadas sem ter votação nominal.

De molho no PS

Machuquei o braço ao salvar meu filho da porta automática

Machuquei o braço ao salvar meu filho da porta automática

Hoje cheguei empolgadíssima para trabalhar na comissão especial da Reforma Política, mas fiquei com febre, passando mal. Estou com dor no corpo, enjoo, frio, batendo os dentes. Tudo por causa de uma ferida no braço ao salvar meu filho da porta automática no Carnaval. Esses filhos dão um trabalho pra gente (rs). Ah, tive de tomar também vacinas antitétano e antirrábica, porque fui mordida por um cachorro. Medicada e de repouso (nada grave, viu), estou vendo a comissão pela TV direto do PS da Câmara. Enfim, conheci o PS que meu pai tanto frequentou. Poderia ter conhecido o pronto-socorro da Casa de uma maneira menos dolorida, né? kkkkkk.

Tudo combinado antes

Têm coisas que a gente só fica sabendo estando no Congresso. Como por exemplo a eleição da mesa que ia compor a comissão especial da Reforma Política. Foi feita votação em cabine, como se faz nas eleições mesmo. Só que é tudo definido antes quem vai ser a chapa e quem são os eleitos. Então, você vai lá pra confirmar seu voto. É estranho isso. Só tem um candidato e do lado branco. Mas, se só tem um candidato, então, por que eu vou lá na urna eletrônica votar? Têm coisas que só na política deste País!

Falando pra ninguém

Aqui, no Congresso, tem o pequeno expediente e o grande expediente, que são as sessões que antecedem as sessões de votação. Servem para os deputados discursarem. O engraçado é que o deputado se inscreve para falar e, ai, quando ele vai ao microfone, não tem ninguém ouvindo. Então, quando aparece na TV Câmara aquele parlamentar discursando, esculhambando, falando da tribuna, você acha que ele está falando para uma plateia de deputados, mas não é nada disso. Ele está falando pro nada, para uma sala vazia. É hilário demais. Não tem ninguém ali. É só para aparecer na televisão. Eu, hein!!!

Doido, muito doido

Esqueci de contar um fato inusitado ocorrido no dia da posse. Dou muita risada sempre que lembro do episódio. Nessas articulações loucas de formação de bloco, um amigo deputado esqueceu de tomar posse. Só descobriu isso quando a gente protocolou o bloco e o partido dele acabou ficando de fora porque ele não tinha tomado posse. Ele assinou o documento, mas oficialmente ainda não era deputado. Essa política deixa a gente doida (hahaha).

Aqui, jabuti sobe em árvore

Estou estudando pra caramba o Regimento Interno da Câmara, inclusive com professor, um rapaz que manja muito de assessoria técnica e que está me ajudando a entender e assimilar tudo o que está escrito ali. É muita coisa, muitos detalhes. Por isso, tive a ideia de fazer um Regimento na prática, que é completamente diferente do Regimento escrito. Uma ótima é a MP, a Medida Provisória, que nada mais é que o Executivo travando tudo na Casa para aprovar as leis que são de interesse dele.

Quando o governo entra com uma Medida Provisória, a Casa para até que se vote essa MP. Então, para aprovar seus projetos de lei (PLs), os deputados propõem emendas. Por exemplo, a MP do governo é sobre aumento do imposto de comida de passarinho, aí alguém propõe uma emenda regulamentando a TV aberta. Na hora de votar, essa emenda, esse destaque, acaba indo no fluxo da votação. Ai aprova-se o jabuti subindo na árvore: ou seja, a MP do Executivo sobre o tema A e, na mesma leva, a emenda B, que não tem nada ver com o tema proposto pelo governo. Convenhamos, é uma estratégia bem inteligente. Esse jabuti…

Um dia mágico, muito especial

Sabe aquele dia em que tudo dá certo, muito certo? Aquele dia em que você se sente extremamente feliz por todas as coisas que aconteceram, justamente porque elas foram por demais positivas? Pois bem, esse dia foi 10 de fevereiro de 2015. Jamais me esquecerei dessa data. Tudo foi perfeito demais.

Consegui a titularidade na comissão especial da Reforma Política. E numa condição maravilhosa: com a bandeira que defendo há muitos anos, que é a de representar os pequenos partidos e lutar por uma democracia mais justa, mais igualitária para todos os candidatos. É muito raro um partido pequeno conseguir titularidade em comissões tão importantes como esta, a da Reforma Política.

Teve muita gente dizendo que uma andorinha sozinha não faz verão. De tanto lutar, conseguimos a nossa titularidade e representar os pequenos partidos e as minorias como um todo (os novatos, as mulheres), que não teriam voz no Congresso não fosse a nossa união, a nossa luta, a nossa dedicação.

Em meu primeiro pronunciamento à comissão (http://goo.gl/z0IgJC ), manifestei-me com o coração, falando das coisas que sempre defendi e que fizeram parte de minha monografia na pós-graduação em Direito Eleitoral. Tudo o que defendi na monografia, hoje, como deputada, posso defender no Congresso e ter a chance de que as mudanças que todos nós queremos se concretizem para, enfim, mudar o rumo da democracia deste país.

Não bastasse esse momento de explosão de felicidade, veio mais uma conquista, com a aprovação do Orçamento Impositivo. Agora não dependemos do Poder Executivo para liberar nossos recursos. Conquista nossa, dos prefeitos, dos vereadores, dos munícipes. Passaremos a ter mais liberdade para fazer as coisas aconteceram aqui. Isso dá muito mais independência para o Congresso.

Meu novo pingentinho

Transformei meu bottom de parlamentar num pingente. Vai facilitar minha vida, já que a peça na primeira semana de Congresso estragou algumas de minhas roupas (grrr!). Ficou lindo! Quem sabe a secretaria da Casa também não ache uma boa ideia para todas as nossas parlamentares. Usá-lo como bottom é ruim, porque fura a nossa roupa e, às vezes, até esgarça. Todo mundo sabe que roupa feminina é bem mais cara que a masculina, por isso, chateia demais para nós, mulheres, termos uma peça danificada e… inutilizada. E geralmente essas coisas ocorrem sempre nas roupas que a gente mais gosta, né? Daí a ideia do pingente, que, cá entre nós, ficou bem feminino, não acham? Eu, amei!

Botton como pingente: bem mais feminino

Bottom como pingente: bem mais feminino

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